Cientistas liga cérebros de pessoas e permitem que elas controlem os braços umas das outras

Por , em 6.11.2014

Pesquisadores da Universidade de Washington (EUA) conseguiram ligar de forma não invasiva os cérebros de duas pessoas, permitindo uma comunicação sem fala entre elas.

Esta é a segunda vez que um estudo demonstra comunicação cérebro-cérebro, mas a nova pesquisa envolveu mais pessoas e traz possibilidades mais próximas de aplicações para o mundo real.

O estudo

Seis pessoas colocadas em pares participaram do experimento. Os pesquisadores transmitiram com sucesso os sinais do cérebro de uma pessoa através da internet e os usaram para controlar os movimentos da mão da outra que estava a 800 metros de distância, dentro de uma fração de segundo.

A fim de estabelecer a ligação em tempo real, os cientistas ligaram o remetente a uma máquina de eletroencefalografia (EEG) e leram sua atividade cerebral. Suas ondas cerebrais foram então convertidas em impulsos elétricos e enviadas via internet para a pessoa do outro lado do link (o receptor), que usava uma touca de natação com uma bobina de estimulação magnética transcraniana colocada perto da parte do cérebro que controla os movimentos.

Isto significava que os pensamentos da primeira pessoa podiam ser traduzidos em movimentos de mão na segunda.

Os pares em cada experimento foram colocados em edifícios separados e não foram capazes de interagir uns com os outros de qualquer forma que não fosse através de seus pensamentos.

Os três remetentes estavam jogando um jogo de computador, onde tinham que disparar um canhão a fim de interceptar foguetes e defender uma cidade. Mas eles não podiam realmente executar a tarefa por si mesmos, só tinham que pensar nela e, em seguida, o sinal fazia com que o receptor no outro quarto clicasse no botão no momento certo.

Os receptores não podiam ver o jogo e simplesmente tinham as mãos pairando sobre o touchpad. Quando suas mãos eram acionadas para moverem-se através dos pensamentos dos remetentes, eles apertavam o botão. Isso levava menos de um segundo.

A precisão variou entre os pares, de 25 a 83%, mas a maioria dos erros foram devido a um remetente não conseguir executar com precisão o comando. Os pesquisadores foram capazes de quantificar a exata informação que estava sendo transferida entre os dois cérebros.

“Agora temos replicado nossos métodos e sabemos que eles podem trabalhar de forma confiável com os participantes”, disse o coautor Andrea Stocco, professor de psicologia da Universidade de Washington.

Futuro da tecnologia

O grupo já recebeu uma doação de US$ 1 milhão (mais de R$ 2 mi) para desenvolver ainda mais sua tecnologia, transmitindo imagens e até mesmo informações de cérebro a cérebro.

Eles esperam, no futuro, monitorarem se pilotos de avião estão ficando com sono, e então usar este link cérebro-a-cérebro para estimular o cérebro do copiloto.

Os cientistas também esperam que o avanço possa ajudar as pessoas a ensinar outras através de seus pensamentos.

“Um cientista brilhante pode não ser um professor brilhante. Conhecimento complexo é difícil de explicar. Estamos limitados pela linguagem”, disse Chantel Prat, psicólogo e coautor do estudo. [ScienceAlert]

2 comentários

  • Jorge Titi:

    Faz 30 anos assisti o filme Projeto Brainstorm, na época era ciência ficção, mas eu sabia que a humanidade ia a conseguir

  • Cassio:

    O avanço tecnológico realmente não tem limites. Espero estar vivo para desfruta das maravilhas tecnológicas do futuro.

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