Esqueça asteroides: cometas gigantes podem representar mais perigo para a vida na Terra

Por , em 10.01.2016

Uma equipe de astrônomos do Observatório de Armagh e da Universidade de Buckingham, ambos no Reino Unido, identificou centenas de cometas gigantes durante as últimas duas décadas.

Agora, os pesquisadores estão dizendo que esses objetos representam um perigo muito maior para a vida na Terra do que os asteroides.

Os centauros

Os cometas gigantes, denominados centauros, possuem tipicamente de 50 a 100 quilômetros de diâmetro ou mais, e um único desses objetos contém mais massa do que toda a população de asteroides que cruzaram a Terra até hoje.

Eles se movem em órbitas instáveis que cruzam os caminhos de planetas maciços como Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Os campos gravitacionais planetários desses gigantes, no entanto, podem ocasionalmente desviar esses objetos em direção à Terra.

Os cálculos da taxa na qual os centauros entram no sistema solar interno indicam que um vai ser desviado para um caminho que cruza a órbita da Terra cerca de uma vez a cada 40.000 a 100.000 anos.

Quando estiverem muito próximos de nós, eles podem se desintegrar em pó e fragmentos maiores, inundando o sistema solar interior com restos de cometas e tornando impactos com nosso planeta inevitáveis.

Já estiveram aqui, podem voltar

Os cientistas acreditam que, 30.000 anos atrás, um centauro chegou à Terra, baseado em informações que temos sobre perturbações graves do ambiente terrestre e interrupções no progresso de civilizações antigas, juntamente com o nosso crescente conhecimento da matéria interplanetária no espaço próximo à Terra. Este cometa gigante teria se espalhado pelo sistema planetário interior com detritos de até vários quilômetros de diâmetro.

Episódios específicos de turbulência ambiental ao redor de 10.800 aC e 2.300 aC, identificados por geólogos e paleontólogos, também são consistentes com essa nova compreensão das populações de cometas. Algumas das maiores extinções em massa do passado distante, por exemplo, a morte dos dinossauros há 65 milhões de anos, podem igualmente ser associadas com essa hipótese.

Os cientistas também encontraram evidências em campos distintos da ciência para apoiar seu modelo. Por exemplo, as crateras submilimétricas identificadas em rochas lunares que foram coletadas durante o programa Apollo possuem, quase todas, menos de 30 mil anos, indicando um grande aumento na quantidade de poeira no interior do sistema solar desde então.

Cometas x asteroides

“Nas últimas três décadas, temos investido muito esforço em rastrear e analisar o risco de uma colisão entre a Terra e um asteroide. Nosso trabalho sugere que nós precisamos olhar além de nossa vizinhança imediata também, e olhar para além da órbita de Júpiter para encontrar centauros. Se estivermos certos, então estes cometas distantes poderiam ser um perigo grave, e é hora de entendê-los melhor”, disse um dos autores do estudo, o professor Bill Napier da Universidade de Buckingham. [ScienceDaily]

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