Dieta sem glúten pode melhorar sua saúde? Descubra aqui

Por , em 18.04.2011

Você anda sem energia, com acne, ou com problemas gastrointestinais como flatulência, diarréia, cólicas e prisão de ventre? Talvez uma dieta sem glúten possa ser a solução dos seus problemas.

Por que seguir uma dieta sem glúten?

Você pode ter doença celíaca, uma desordem auto-imune que pode aparecer em qualquer idade e é causada pela intolerância ao glúten. A proteína é encontrada no trigo, na cevada e no centeio, além de inúmeros produtos alimentares, como pão e macarrão.

O glúten progressivamente danifica o intestino das pessoas com doença celíaca, impedindo a absorção de vitaminas e minerais, e desencadeando uma série de problemas de saúde, desde fadiga à pele ruim.

E todo cuidado com o glúten é pouco. Muitas pessoas não têm doença celíaca, mas experimentam os sintomas da mesma forma. A maioria dos médicos só começou a perceber agora que algumas pessoas que não têm a doença celíaca podem se beneficiar de dietas sem (ou de baixo) glúten.

Na verdade, os especialistas acreditam agora que a doença celíaca representa apenas um extremo de um amplo espectro de intolerância ao glúten, que inclui milhões de pessoas com reações à proteína menos graves, mas ainda assim problemáticas.

Nos EUA, por exemplo, embora a doença celíaca afete aproximadamente 1% da população, até 10% têm uma condição relacionada e mal compreendida conhecida como intolerância não-celíaca ao glúten (INCG), ou sensibilidade ao glúten.

A consciência crescente de sensibilidade ao glúten tem levado algumas pessoas com problemas de intestino, mas sem doença celíaca, a tentar uma dieta livre de glúten, mesmo que seja uma coisa extremamente difícil de seguir.

As vendas de produtos sem glúten aumentaram 16% em 2010. Segundo os especialistas, o glúten é bastante indigesto em todas as pessoas, por isso provavelmente há algum tipo de intolerância ao glúten em todos nós.

Os especialistas agora pensam na intolerância ao glúten como um espectro de condições, com a doença celíaca em uma extremidade, e o que tem sido chamado de “terra de ninguém” de problemas gastrointestinais relacionados ao glúten (que podem ou não se sobrepor) na outra ponta.

Por exemplo, pessoas que sofrem de síndrome do intestino irritável (SII) são provavelmente sensíveis ao glúten. Alergia ao glúten, semelhante a outras alergias de alimentos, também cai no espectro.
Intolerância ao glúten de qualquer espécie, incluindo a doença celíaca, muitas vezes é subdiagnosticada (ou diagnosticada erroneamente), porque se manifesta de muitas maneiras obscuras que podem confundir os médicos.

Pessoas com doença celíaca e sensibilidade ao glúten geralmente têm dores de estômago, gases e diarréia, exatamente como as pessoas com SII.

Pacientes celíacos também podem desenvolver dores de cabeça, zumbidos, fadiga, dores musculares, erupções cutâneas, dores articulares e outros sintomas, pois a doença aos poucos corrói a parede do intestino, levando à má absorção de ferro, folato e outros nutrientes que afetam tudo, desde a energia até o funcionamento do cérebro.

Às vezes, pessoas com sensibilidade ao glúten experimentam esses sintomas de longo alcance, mas os motivos para isso são menos claros.

A doença celíaca pode ser diagnosticada em duas etapas: testes de sangue para a presença de anticorpos que atacam o intestino, ativados por glúten, e, se os testes forem positivos, uma biopsia (ou série de biópsias) para procurar por danos intestinais ou qualquer evidência que confirme o diagnóstico.

Já a sensibilidade ao glúten carece de qualquer definição de exames médicos. Pessoas que se enquadram nessa exposição coletiva dos sintomas clássicos da doença celíaca ainda não têm nenhum dano detectável intestinal, e normalmente testam negativo para certos anticorpos chave.

Um estudo recente oferece algumas pistas sobre o que é sensibilidade ao glúten, e como ela difere da doença celíaca. Embora não mostre sinais de erosão ou outros danos, os intestinos dos pacientes sensíveis ao glúten contêm proteínas que contribuem para uma resposta nociva imune, que se assemelha a um processo subjacente à doença celíaca (mas distinto).

Exames de sangue que podem diagnosticar a sensibilidade ao glúten, através da medição dessas e outras proteínas, estão em desenvolvimento – mas longe de se tornarem uma prática clínica, em parte porque não existe ainda uma definição clara do que é sensibilidade ao glúten.

E uma vez provada essa intolerância, o que fazer? Segundo os pesquisadores, pessoas com doença celíaca devem se comprometer com uma dieta totalmente isenta de glúten, já que comer a proteína pode, ao longo do tempo, aumentar o risco de osteoporose, infertilidade e certos tipos de câncer, além de piorar os sintomas a curto prazo.

As recomendações para as pessoas com sensibilidade ao glúten não são tão claras. Ao contrário da doença celíaca, a sensibilidade ao glúten não tem sido associada a danos intestinais e problemas de saúde a longo prazo, então alguns especialistas dizem que as pessoas com sintomas menos graves podem comer tanto glúten quanto puderem suportar sem sentirem-se doentes (o que significa que não terão que pensar em pizza só nos sonhos).

O impacto do glúten na vida dessas pessoas é indefinido. Em um estudo, quando pacientes sensíveis ao glúten foram convidados a comer pão e bolo todo dia que, sem o conhecimento deles, continham glúten, 68% viram seus antigos sintomas voltarem rapidamente.

Especialistas acreditam que mesmo as pessoas que não se sentem tão mal quando comem glúten podem correr riscos. Segundo eles, a proteína pode ter consequências negativas que não foram identificados ainda.

Se você suspeita que seu corpo não pode tolerar glúten, a primeira coisa que você deve fazer é se testar para a doença celíaca. Se o resultado voltar negativo, tente uma dieta isenta de glúten por uma semana para ver se você se sente melhor.
Se você for sensível à proteína, o único tratamento é ficar sem ela. O ideal é procurar ajuda de um nutricionista para ter certeza de que você evite fontes ocultas de glúten (como molho de soja e molho para salada), e não perca as vitaminas que os produtos de trigo fornecem.

Vitaminas B e D são as particularmente em risco de serem deficientes em pessoas sensíveis ao glúten. Elas não estão normalmente presentes em produtos sem glúten. Se você pretende fazer uma dieta sem a proteína, selecione mais frutas, verduras e carnes magras, e grãos naturais sem glúten como arroz integral, quinoa e trigo-sarraceno, ao invés de apenas comprar produtos rotulados “sem glúten” (nem sempre saudáveis).

Segundo os pesquisadores, os produtos sem glúten estão “evoluindo” e podem tornar-se saudáveis para todos, entretanto. O mercado é forte e os fabricantes estão desenvolvendo maneiras de fortalecê-los.

[CNN]

10 comentários

  • Joelma:

    Meus resultados dos exames sericos deram negativos , mas apresentei alterações de pele e deficiência de vitamina d , ,minha médica aconselhou
    que eu e minha filha fisessemos uma dieta sem gluten . Estamos ótimas as acnes da minha filha diminuíram muito e as minhas dores no corpo também , sinto esta diferença com apenas 1 mês de dieta.

  • luciana:

    Uma dieta como esta sairia caríssimo. Mesmo assim vale a pena investir, nem que seja em parte. Dá para fazer o pão em casa, com batatas e farinha de arroz. AS vitaminas B e D podem ser supridas atravez de peixes.

    • Valerio Kaio:

      pÃO DE QUEIJO TEM GLUTEM?

  • Lucio Miranda:

    Muito bom o artigo!
    Otro dia eu até descobri uma loja aqui em belo horizonte que só vendia produtos sem glúten…
    Chamava Empório Nutri!
    muito boa a loja

  • mari dos remedios:

    Achei bastante interressante essa pesquisa.Mas gostaria de saber quais os produtos que naõ tem glutém, pois tenho intolerancia ao glutém, mas naõ sou cilíaca. obrigago!!!

  • dielson:

    muitobom!

  • Conceição Leitão:

    Gostei do artigo

  • Bruno Juncklaus:

    O comecinho parece comercial de laxante ou algo do tipo..

    Artigo bom 🙂

  • Erto:

    Sim, de fato é ótimo o artigo.
    Mas penso que para a maioria de nós é complicado demais seguir uma dieta assim, pelo custo que ela geraria.
    A população mal tem renda para um cesta básica “básica”.
    Ifelizmente tudo o que se diz “saudável” é caro.
    Tomara que isso mude e que os investimentos em cereais alternativos estimulem sua produção.
    Alguém que compra arroz-integral e quinoa, como eu, sabe do que estou falando.

  • Marte:

    Ótimo artigo.

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