Dinossauro é descoberto por paleontólogos e apelidado de “galinha infernal”

Por , em 5.05.2014

Paleontólogos descobriram uma nova espécie de dinossauro apelidada de “galinha infernal”. Ela está entre os maiores dinossauros com penas já encontrados na América do Norte.

Com até 3 metros de comprimento e 225 quilos, Anzu wyliei era um ovirraptorossauro, família de dinossauros duas pernas comedores de ovos encontrada na Ásia Central e América do Norte durante o período Cretáceo.

Com seu bico sem dentes, pernas longas, pés enormes e garras, o A. wyliei parecia uma versão demoníaca do atual casuar, um grande pássaro encontrado na Austrália. “É o mais próximo que se pode chegar a um pássaro, sem ser um pássaro”, disse o líder do estudo, Matt Lamanna, paleontólogo de vertebrados do Museu Carnegie de História Natural, em Pittsburgh (EUA).

A descoberta

Três esqueletos de 66 milhões de anos de idade foram escavados a partir da formação rica em fósseis Hell Creek, na Dakota do Norte e do Sul, nos EUA, a partir da década de 1990. Anos se passaram até que os cientistas pudessem identificar e estudar todos os restos.

Eles são os fósseis cretáceos mais completos já encontrados de ovirraptorossauros norte-americanos, muito mais escassos do que os seus primos asiáticos. “Temos um esqueleto quase inteiro, da cabeça aos pés”, afirmou Lamanna. “Não só podemos caracterizar uma espécie totalmente nova, como podemos caracterizar todo um grupo que se manteve um grande mistério até agora”.

Características do novo dinossauro

Durante o Cretáceo, Ásia e América eram conectadas pela Beríngia (ou Ponte Terrestre de Bering). Com base na análise de rochas encontradas com os fósseis, os cientistas afirmam que A. wyliei vivia em uma planície pantanosa úmida, na costa de um mar interior.

O novo estudo confirma pesquisas anteriores que concluíram que os ovirraptorossauros norte-americanos são parentes de seus primos asiáticos, mas geneticamente e fisicamente distintos. Por exemplo, suas pernas eram maiores e mais graciosas.

Além de seus longos membros, a equipe descobriu que o animal tinha um rabo curto e grosso, provavelmente com penas. Embora os cientistas não tenham encontrado evidência direta de penas, a espécie é tão intimamente relacionada com as aves que muito provavelmente tinha uma pelagem idêntica a das aves modernas.

Ninguém sabe por que esses dinossauros tinham penas. Pode ter a ver com a exibição dos machos para acasalamento, ou com o isolamento da espécie, mas os cientistas ainda não têm uma explicação definitiva para sua utilidade.

Uma crista óssea na cabeça do animal pode ter servido para a comunicação entre os indivíduos.

O nome do gênero do dinossauro, Anzu, refere-se a um demônio de penas da mitologia mesopotâmica. O nome da espécie homenageia Wylie J. Tuttle, neto de benfeitores do Museu Carnegie. Já o apelido “galinha infernal” foi cunhado pelo antropólogo Bill DeWalt, diretor do museu quando os espécimes de Dakota do Sul foram adquiridos.

Um dos maiores enigmas em torno dos ovirraptorossauros era sobre o que eles comiam. As características físicas dos esqueletos norte-americanos indicam que eles eram capazes de se alimentar de uma variedade de itens, incluindo vegetação, pequenos animais e ovos.

Pequenos ossos encontrados nos céus das bocas dos animais podem ter os ajudado a engolir ovos. São iguais aos encontrados hoje em cobras que se alimentam de ovos.

No entanto, o dinossauro também tinham grandes mãos com garras grandes e curvas, normalmente encontradas em animais que agarram presas pequenas e as jogam goela abaixo. Por fim, a forma da mandíbula do dino sugere que ele podia cortar e mastigar plantas.

Essas evidências suportam duas hipóteses: ou o dinossauro era um herbívoro, ou um onívoro que também caçava pequenos animais.

Tal flexibilidade na dieta provavelmente explica porque o A. wyliei e os ovirraptorossauros em geral eram tão diversos e foram bem sucedidos em seu tempo. “Eles foram o canivete suíço do Cretáceo”, diz Lamanna. [NatGeo]

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