Dione: lua de Satuno pode ser ativa geologicamente

Por , em 20.03.2012

A sonda Cassini da NASA captou possíveis sinais de atividade geológica na Dione, lua de Saturno.

As imagens da nave mostram o que parece ser fissuras quentes e indicações de um vulcão congelado no satélite.

As fissuras parecem similares as “listras de tigre” encontradas na outra lua de Saturno, Enceladus, que expelem jatos potentes de água para o espaço.

Em Dione, essas fissuras podem estar inativas agora, ou, como outras evidências sugerem, alguma (pouca) atividade pode estar em curso.

Se as novas descobertas forem confirmadas, a Dione pode se mostrar um lugar muito mais dinâmico do que acreditávamos.

Evidências de atividade

A hipótese de atividade geológica em Dione conta com várias linhas de evidência. Observações anteriores do campo magnético de Saturno, por exemplo, detectaram uma corrente de partículas carregadas provenientes da superfície de Dione.

Além disso, os cientistas anunciaram no início deste mês que haviam detectado uma fina atmosfera de oxigênio ao redor da lua.

Mas a evidência mais óbvia encontra-se nas características de sua superfície. Por exemplo, uma grande região de Dione não possui quase crateras de impacto. Ou materiais cobriram essas crateras, ou elas foram cobertas por escombros de uma erupção, indicando atividade.

A pista vem a partir da identificação de um possível criovulcão (vulcão de gelo) na região plana de Dione. Até agora, criovulcões foram encontrados em Enceladus, Tritão (lua de Netuno) e talvez na Titã, lua de Saturno. Eles expelem água e amônia ou metano, em vez de rocha fundida.

Imagens da sonda Cassini revelam também a presença de um tipo de crateras que resulta de um impacto de uma rocha espacial em material macio. Isso poderia sugerir que o gelo sob a superfície é mais quente do que o normal.

Ainda assim, os cientistas suspeitam que qualquer atividade ocorrendo em Dione está ocorrendo em um nível inferior a Enceladus. Ou seja, não há muito acontecendo por lá.

Mas ela pode ter sido muito ativa no passado. As pistas de sua superfície demonstram isso.[BBC]

12 comentários

  • harrison:

    lua de satuno é ?

  • Tundra:

    Gostaria muito de ver um filme em 3d sobre isso que o jonas falou!

    • Jonatas:

      Ia ser muito show…

  • Willlian:

    Será que a nossa Lua era de lá?

    • Jonatas:

      Pouco provável. A Lua é um objeto telúrico, um tipo de objeto denso e rochoso, principalmente rocha de silicato no manto e níquel e ferro no núcleo, assim como a Terra, Vênus, Mercúrio. A presença de gelo na Lua é em quantidades isoladas e muito pequenas, enquanto nas luas gelo-rochosas de Saturno é substancial.

  • André Luis:

    Eu acho incríveis estas fotos das luas de Saturno! Espetacular! Acho legal a ideia de explorarem mais Júpiter e Saturno, com suas numerosas luas!

  • Peregrin:

    O que não entendo é porque o foco da NASA não é as luas de Saturno e Júpiter, onde se concentram as maiores chamces de encontrarmos vida.

    Não que Marte não alimente alguma esperança, porém ela tem só um probleminha que dificulta tudo: A atmosfera! Os astrônomos estão carecas de saber que as dificuldades de acesso se multiplicam exponencialmente conforme a atmosfera de um corpo celeste é mais densa.

  • Rhemii:

    Ultimamente grande parte das descobertas no sistema solar provém da luas de seus planetas! FANTASTICO!!! 😀

  • Jonatas:

    O Sistema Saturno é sem dúvidas o mais dinâmico em termos fenomenológicos do sistema solar.
    Todo o satélite natural está num complexo jogo gravitacional. O mais radical acontece em IO, satélite de Júpiter, onde a atividade vulcânica é monstruosa.
    Mas no Sistema Saturno temos fenômenos mais leves e abundantes, e alguns chegam a ser psicodélicos. Tudo lá é espetacular, desde a atmosfera de Saturno a um rasante pela miríade de fragmentos gelados que formam os anéis. Mas quando achas que o espetáculo não poderia ser melhor, você da de cara com Enceladus, um mundinho tão pequeno que caberia dentro do Estado de Mato Grosso. Lá gêiseres expelem cristais de gelo no meio de jatos de vapor d/água, essa é a origem da atmosfera enceladiana. Mas com menos que 1% da gravidade terrestre, essa atmosfera constantemente é produzida e perdida para o espaço, onde forma um externo e tênue anel de Saturno, dentro do qual orbita Enceladus. Agora se imagine sentado no pólo sul de Enceladus, olhando para os anéis de Saturno que dominam os céus, vendo as brilhantes formações gasosas no céu e as partículas de gelo brotarem do chão. Se quiser saia pulando pela superfície, saltos de 100 metros de distância ou mais, não faz sentido tentar caminhar ali. Atravesse penhascos e suba montanhas com pouco esforço.
    Dione, a bola da vez, está relacionado com Enceladus e possui ressonância orbital com ele, logo esse jogo gravitacional entre Dione e Saturno faz as marés responsáveis pelo aquecimento interno de Enceladus. A atividade de Dione ainda está em processo de descoberta, mas se confirmada pode ajudar a explicar Helene, uma lua anã e irregular que compartilha da orbita de Dione, e pode ser um pedaço perdido dele.

    • Emerson Brito:

      Olá Jonatas.

      s suas explanações sobre os mais diversos assuntos são bem elaborados e até intrigantes…

      Acredito que muitos já tenham se perguntado, assim como eu já fiz: Você trabalha em alguma universidade, laboratório ou mesmo empresa particular de pesquisas ?

      Não estou criticando. Estou admirado pelas explicações bem elaboradas. Os textos são sempre de sua autoria, ou dá um Ctrl+C + Ctrl+V em algum momento ?

      Se (ainda) não trabalha em algo voltado à pesquisa, sugiro que busque esse ramo, pois acredito que irá se dar muito bem, como já tem mostrado em seus comentários.

      Abraço.

    • Jonatas:

      Já me perguntaram. Copiar e colar, quando uso, aplico esse efeito html aqui:

      citação e autor

      Na verdade, leio muito e amo astronomia, e minha memória me faz ter informações na ponta da língua, e a elaboração eu devo a um forte estudo de escrever redações por ter dificuldade nisso na época em que fazia vestibular, sendo que português era sempre a minha deficiência nas aulas.
      As descobertas da sonda Cassini acompanho desde sua chegada em Saturno, em 2004, quando eu tinha 17 anos. Basicamente, memorizei o sistema de Saturno e suas paisagens. Em especial os grandões, Titã, Rhea, Dione, Encéladus, Tétis, Mimas e Iapetus. Quer ver mais um bem interessante? procure imagens de Hypérion, um dos maiores objetos irregulares do sistema solar, tão craterado que parece uma esponja.

    • Jonatas:

      Obrigado pela dica, vou dar uma pensada e ver como posso fazer isso, parece interessante.

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