Estaria o filme O Vingador do Futuro se tornando realidade? Cientistas criam memórias falsas em ratos
Acusados de molestar crianças, membros da família McMartin que cuidavam de uma pré-escola na Califórnia (EUA) foram protagonistas de um dos processos criminais mais longos da história dos Estados Unidos. Depois de sete anos (e milhões de dólares em despesas), descobriu-se que algumas acusações foram baseadas em memórias falsas – o que diminuiu parte da pena dos acusados.
Ao implantar memórias em cobaias, cientistas do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) jogaram uma luz sobre o fenômeno das memórias falsas, que pode levar pessoas a serem punidas por crimes que não cometeram.
Sala traumática
As cobaias foram primeiro colocadas em uma câmara (chamada de “Sala Vermelha”) que puderam explorar sem medo por um tempo. Depois, elas levavam pequenos choques nos pés enquanto enxergavam um flash azul (transmitido diretamente até o cérebro através de um cabo de fibra óptica).
No dia seguinte, elas foram levadas para outra câmara (a “Sala Preta”). Dessa vez, os cientistas fizeram com que elas enxergassem o flash azul. Mesmo sem levar choque, elas ficavam paralisadas de medo.
Semeando memórias
Continuando os estudos, a equipe colocou outras cobaias em uma câmara e deixaram que elas explorassem tranquilamente. Em seguida, colocaram em outra e fizeram com que enxergassem um flash enquanto levavam um leve choque. De volta à primeira câmara, elas se escondiam nos cantos, pois o trauma causado na segunda câmara superou a sensação de segurança que elas haviam experimentado na primeira.
Mais do que isso, quando foram levadas a uma terceira câmara, bastante diferente das outras duas, elas não sentiram medo, pois as falsas memórias não foram ativadas.
No caso de seres humanos, memórias falsas não precisam ser implantadas artificialmente, como foi feito no experimento com ratos: elas podem simplesmente vir de traumas e emoções fortes (ou danos cerebrais) e levar uma pessoa a acreditar firmemente em algo que não aconteceu.
De acordo com o biólogo molecular Susumu Tonegawa, líder da equipe que conduziu esses estudos, uma memória imperfeita pode ser o preço que o ser humano paga pela imaginação e criatividade que o tornam… humano. [LiveScience]
1 comentário
O interessante é que “cultura” é tudo aquilo que não é passado geneticamente. Pense nisso.