As 10 maiores estruturas espaciais da ficção científica
Durante grande parte da sua história moderna, a ficção científica teve um fascínio particular pela engenharia, com autores e artistas imaginando fantásticas e enormes estruturas nas profundezas do espaço. Aqui estão 10 delas, a partir das incrivelmente grandes até as incrivelmente enormes.
10. Elevador Espacial
Anunciado como uma das maneiras de abrir o acesso ao espaço de forma permanente e barata, um elevador espacial é uma corda ancorada que se estende até a órbita baixa, permitindo transportar pessoas e cargas para o espaço.
Primeiramente concebido em 1895, o elevador espacial é provavelmente o mais fácil (e mais barato) de se construir entre os participantes desta lista, com numerosos estudos já realizados sobre a viabilidade de uma estrutura desse tipo. A construção iria exigir materiais extremamente fortes.
Outra visão sobre o conceito é um Anel Orbital, pensado por Nikola Tesla em 1870, que seria uma enorme estrutura que circundaria a Terra, com amarras fixas ao solo que funcionam como elevadores.
Uma vez que estruturas como essas seriam incrivelmente úteis para chegar no espaço, elas aparecem na ficção científica muitas vezes, como no romance de Kim Stanley Robinson “2312”, nos romances de Alastair Reynolds “Blue Remembered Earth” e “Chasm City”, em Fontes do Paraíso, de Arthur C. Clarke, e em séries como Star Trek: Voyager e Halo: Forward Unto Dawn.
9. Toro de Stanford
Este é o primeiro e menor dos vários habitats em forma de anel nesta lista. Foi concebido em 1975, durante um programa de 10 semanas em design de sistemas de engenharia realizado na Universidade de Stanford e no Ames Research Center da NASA. É um toro fechado de 1,8 quilômetros de diâmetro, e iria rodar uma vez por minuto para fornecer aos seus 10.000 habitantes 1,0 g de gravidade.
Um anel interno é ligado ao anel exterior com uma série de raios de roda, e fornece luz solar configurada com um sistema de espelhos, que fornecem luz para a estação.
O toro apresentado no filme de 2013 Elysium, de Neill Blomkamp, é semelhante ao toro de Stanford: ele compartilha o duplo anel e e os raios de roda, mas é muito, muito maior, com 40 quilômetros de diâmetro, abrigando os 10 milhões dos cidadãos mais ricos da Terra. Ao contrário do toro de Stanford, não é um anel fechado: a parte superior é aberta ao espaço, com a rotação e as paredes da estação mantendo a atmosfera da instalação.
8. Esfera de Bernal
A Esfera de Bernal foi formalmente apresentada pela primeira vez em 1929 por John Desmond Bernal. É essencialmente uma esfera cheia de ar, que gira para fornecer gravidade para seus habitantes em seu equador. A ideia original era de uma esfera de 16 quilômetros de diâmetro, que teria espaço para 20.000 a 30.000 pessoas.
Há um punhado de exemplos de sua utilização na ficção científica, tais como a Estação Gagarin em Mass Effect, bem como nos Terrariums de Kim Stanley Robinson, asteroides ocos com espaços instalados em seus interiores utilizados em seu romance 2312.
7. Cilindro de O’Neill
Em seu livro de 1976, “The High Frontier: Human Colonies in Space”, Gerard K. O’Neil estava preocupado com a possibilidade de os seres humanos sobrecarregarem a Terra, e procurou alternativas. Ele observou que para a sustentabilidade a longo prazo, um habitat espacial teria de ser autossuficiente, sendo capaz de produzir o seu próprio alimento e ter sua própria atmosfera.
Essas “ilhas no espaço”, como ele chamava, seriam enormes: 6,4 quilômetros de diâmetro, 32 quilômetros de comprimento, que conteriam 800 quilômetros quadrados, e poderia abrigar até um milhão de pessoas, e isso na extremidade pequena. As maiores “poderiam ter 24 quilômetros de diâmetro, 120 quilômetros de comprimento, e poderiam ter uma área total de terra de mais de 11 mil quilômetros quadrados – cerca de metade da Suíça”.
Estes cilindros seriam totalmente fechados, e iriam girar para fornecer uma gravidade equivalente à da Terra, podendo ser configurados para ter uma simulação das horas do dia. Uma versão maior seria uma Topopolis, grande o suficiente para ser construída ao redor de uma estrela.
Há alguns exemplos notáveis na ficção científica: a estação Babylon 5, da série de mesmo nome, por exemplo, e outra que aparece no final do filme Interstellar, de Christopher Nolan.
6. Estrela da Morte
“Isso não é uma lua”. A Estrela da Morte é possivelmente a mais famosa megaestrutura da ficção científica. Concebida como uma arma de intimidação, foi encarregada de manter os súditos do Império fiéis, sob a ameaça de destruição planetária.
As Estrelas da Morte do Império Galáctico tinham pelo menos 120 (Uma Nova Esperança) e 160 (Retorno de Jedi) quilômetros de diâmetro (mais ou menos o mesmo tamanho que a lua de Saturno Epimetheus e a lua de Urano Puck), e abrigavam mais de 1,7 milhões de pessoas necessárias para executar a instalação.
Mais tarde, um novo regime autoritário iria ressuscitar o conceito com a Starkiller Base, mas a construiria em um planeta no fundo das regiões desconhecidas da galáxia.
5. Globus Cassus
Esta estrutura foi proposta em um livro de design em 2004 por Christian Waldvogel, um arquiteto e artista suíço. É um “icosaedro geodésico” comprimido com um par de aberturas para deixar entrar a luz. Com 85.000 quilômetros de diâmetro, pegaria toda a matéria da Terra e a transformaria de dentro para fora em uma concha gigante, com espaço habitável no interior.
4. Ringworld
A localização homônima do romance de Larry Niven “Ringworld” é uma megaestrutura icônica da ficção científica. É enorme: quase 1 bilhão de quilômetros de circunferência, um milhão e 600 mil quilômetros de largura e 1 Unidade Astronômica em raios, proporcionando uma quantidade inimaginável de espaço vital para a civilização. A gravidade criada pela rotação da estrutura manteria seus cidadãos e atmosferas no fundamento firme da borda interna do anel, enquanto ciclos de dia e noite seriam criados com quadrados que orbitam acima da superfície.
Ao contrário do toro de Stanford, o design de um ringworld predominantemente apresenta um único anel maciço, às vezes em torno de uma fonte de energia em seu centro.
O Ringworld de Niven tem prestado muita inspiração para outras criações: a ficção científica militar de tiro em primeira pessoa Halo apresenta uma série de ringworlds, cada um com cerca de 10.000 quilômetros de diâmetro, e muitas vezes orbitando outro planeta. Iain M. Banks também contou com as estruturas em seus romances “Culture”: orbitando estrelas e tendo cerca de 3 milhões de quilômetros em diâmetro, eles ainda são um pouco menores do que o original, mas fornecem bastante espaço para os seus habitantes.
3. Disco de Alderson
Um disco de Alderson é uma outra estrutura em forma de anel, mas ao contrário de um Ringworld, mais parece um disco com o sol no centro. O disco foi proposto por Dan Alderson (que escreveu alguns dos softwares nas naves Voyager 1 e 2), fã de ficção científica.
Uma parede iria proteger a parte interna do disco, segurando a atmosfera da estrutura. Ao contrário de um Ringworld, que manteria uma região habitável contínua, os seres humanos só seriam capazes de habitar a faixa central: as áreas mais próximas ao sol seriam extremamente quentes, enquanto as áreas mais longes seriam extremamente frias. Autores de ficção científica, como Larry Niven, notaram que a vida poderia evoluir de forma estranha, propagando-se em diversas áreas do disco.
Estas estruturas, enquanto decorrentes de fãs de ficção científica, só apareceram em um punhado de histórias, mais notavelmente nos quadrinhos Ultraverso e no romance de Charles Stross “Missile Gap”.
2. Esfera de Dyson
Além de uma Ringworld, a Esfera de Dyson é um dos tipos mais populares de megaestruturas hipotéticas. Sugerida por Olaf Stapledon em seu romance The Star Maker e discutida por Freeman Dyson em 1960, uma Esfera de Dyson é uma megaestrutura construída em torno de uma estrela, para recolher a totalidade da produção desta estrela.
À medida que as civilizações crescem e se tornam mais sofisticadas tecnologicamente, suas necessidades energéticas crescem também. Dyson observou que este conceito não exige necessariamente que uma estrela seja completamente fechada: há outras variações, como a Bolha de Dyson, que têm numerosos objetos cercando a estrela para recolher a sua energia.
Outra estrutura teórica, um cérebro Matrioshka, iria trabalhar dentro de uma Esfera Dyson: um sistema de computador enorme que iria utilizar a energia do sol para funcionar, usando-a através de múltiplas camadas.
Esferas de Dyson são comuns na ficção científica, nomeadamente em Star Trek: The Next Generation e em alguns romances de Star Trek, bem como em “Star Maker”, de Olaph Stapledon, “Spinneret”, de Timothy Zahn, na Saga Commonwealth de Peter F. Hamilton, e em livros de Alastair Reynolds, Stephen Baxter, David Brin, Ann Leckie, Gene Wolfe e outros.
1. Propulsor de Shkadov
Proposto pela primeira vez pelo Dr. Leonid Mikhailovich Shkadov, durante o 38º Congresso da Federação Internacional Astronômica, em Brighton, no Reino Unido, em outubro de 1987, o Propulsor de Shkadov é um motor estelar que utiliza a energia de uma estrela para a propulsão.
A estrutura seria uma vela solar maciça que iria direcionar a energia e a radiação para fora de uma estrela, o que iria arrastar a estrela e seus planetas em uma direção. O sistema de partilha tem algumas semelhanças com uma Esfera Dyson, e qualquer um que pretende mover seu sistema de estrelas teria que trabalhar em escalas de tempo incrivelmente longas: milhões e bilhões de anos.
O romance “Star Maker”, de Olaf Stapledon, faz alusão aos motores estelares, enquanto em Ringworld, de Larry Niven, os Puppeteers embarcam em um grande projeto para mover cinco planetas para longe do centro galático. [Io9]
5 comentários
04 Installation 04 de Halo combat evolved
Tem alguma estimativa que diga daqui a quantos anos seria possível criar alguma dessas estruturas?
São todas megaestruturas que pedem uma tecnologia muito mais avançada que a nossa, e uma sociedade capaz de mobilizar recursos imensos por um longo período de tempo, talvez dezenas de milhares de anos.
Dentre a opções, a esfera de Dyson é a mais plausível. Se esconder sempre será a melhor opção em universo hostil, talvez cheio de lagartos.
O Ringworld infelizmente precisaria de um mecanismo dinâmico para manter a estabilidade, para não se desfazer.