Útero artificial: tecnologia tem grande avanço

Por , em 1.04.2019

O campo pioneiro do útero artificial experimentou um grande avanço recentemente: cientistas japoneses e australianos mostraram a capacidade da tecnologia de amparar fetos de carneiros extremamente prematuros, o equivalente a sustentar um feto humano com cerca de 24 semanas de gestação.

“Por várias décadas houve pouca melhora nos resultados de bebês extremamente prematuros nascidos na fronteira da viabilidade (21-24 semanas de gestação)”, explica um dos principais autores da pesquisa, Matthew Kemp, professor de obstetrícia e ginecologia da Universidade da Austrália Ocidental, em um comunicado.

No novo estudo, a equipe provou o uso desta tecnologia para apoiar, pela primeira vez, cordeiros extremamente prematuros (600-700g) equivalentes a 24 semanas de gestação humana em um estado de crescimento estável e normal por cinco dias.

“No mundo da tecnologia de placenta artificial, nós efetivamente quebramos um recorde”, completa Kemp.

Uso clínico

Antes deste estudo, os pesquisadores não eram capazes de usar úteros artificiais para apoiar recém-nascidos prematuros graves, de acordo com Kemp, uma demografia única de pacientes que, devido a seus pulmões extremamente subdesenvolvidos e capacidade cardiovascular limitada, requer uma abordagem de tratamento completamente diferente de bebês prematuros um pouco mais velhos.

A tecnologia revolucionária dará aos bebês extremamente prematuros a oportunidade de se desenvolver e amadurecer fora do ventre materno.

“Com refinamento adicional, o que hoje pode ser considerado uma tecnologia futurista pode em breve ser um tratamento padrão”, argumenta.

O estudo reuniu os principais pesquisadores da Fundação de Pesquisa sobre Mulheres e Bebês da Universidade da Austrália Ocidental e do Hospital Universitário Tohoku, no Japão, e foi realizado em estreita parceria com uma das principais empresas de tecnologia biomédica do Japão, a Nipro Corporation.

Um artigo com os resultados foi publicado na revista científica American Journal of Obstetrics & Gynecology. [TheIntellectualist]

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