Notícias falsas espalhadas pelo WhatsApp literalmente mataram 20 pessoas em dois meses
As notícias falsas – também conhecidas por seu termo em inglês “fake news” – têm se tornado um problema cada vez maior no mundo todo. Além de serem usadas para amedrontar as pessoas em busca de ganhos econômicos ou políticos, mentiras espalhadas por mídias sociais literalmente matam.
Conforme aponta uma matéria feita pelo jornal americano The New York Times, na Índia, falsos rumores sobre sequestros de crianças se espalharam rapidamente levando a diversos assassinatos por multidões enfurecidas. O jornal britânico The Guardian informou que pelo menos 20 pessoas foram linchadas no país nos últimos dois meses, como resultado de tais boatos infundados.
Mídias sociais: o catalisador
Redes sociais e aplicativos de mensagens são os catalisadores de notícias falsas, principalmente o WhatsApp.
Alguns esforços têm sido feitos para lidar com essa questão reconhecidamente monstruosa. Por exemplo, o Facebook restringiu a quantidade de pessoas para quem é possível encaminhar mensagens utilizando seu serviço para apenas 20. Na Índia, o limite é menor: apenas cinco pessoas.
Isso não significa que as fake news não possam ser comunicadas de outras formas, como imagens.
A psicologia das notícias falsas
Parece simples: depois que algo é revelado como fake news, em retrospecto, todos pensam que a informação é absurda e que não haveria como acreditar nela em primeiro lugar.
Mas não é bem assim. Notícias falsas são terrivelmente complexas. Estudos científicos apenas começaram a revelar até que ponto se espalham e como são resistentes à correção.
Está ficando claro que a ignorância e engano intencionais são como doenças, para as quais os antibióticos da informação factual são cada vez mais ineficazes.
Por exemplo, notícias falsas se espalham muito mais ampla e rapidamente em mídias sociais do que informações genuínas. As pessoas que acreditam nelas sofrem de um efeito psicológico que significa que não é suficiente lhes mostrar a verdade; você precisa derrubar seu excesso de confiança em suas próprias opiniões primeiro.
Consequências
Como as reportagens têm mostrado, no entanto, as consequências das notícias falsas são horríveis.
Por exemplo, deturpar ou popularizar falsos fatos científicos – rumores infundados de desastres iminentes ou condições médicas, por exemplo – pode alterar drasticamente a vida das pessoas para pior, como aumentar o caso de doenças facilmente erradicadas por vacinas em determinada região.
No mínimo, atrapalha os esforços científicos, já que as notícias falsas geralmente levam a uma menor confiança do público na ciência e no jornalismo em geral.
Fake news também são comumente usadas pelas pessoas mais poderosas do mundo para causar pânico com o objetivo de obter ganhos financeiros ou desequilibrar o poder político. Elas têm sido um instrumento extremamente nocivo durante campanhas eleitorais, por exemplo.
Por fim, agora sabemos também que podem levar diretamente a assassinatos.
Infelizmente, na nossa era tecnológica, notícias falsas não vão desaparecer tão logo. Todos temos que fazer nossa parte para combatê-las. [IFLS]