Epilepsia: 15 fatos interessantes e curiosidades

Por , em 6.05.2012

Muito se fala sobre a epilepsia. Mas, em um país onde todo mundo é um pouco médico e treinador de futebol, os conceitos que andam por aí sobre esse mal nem sempre estão corretos.

Segundo Nic Swaner, portador de epilepsia, ela é um distúrbio convulsivo, uma condição médica séria em que uma pessoa sofre um súbito aumento na atividade elétrica do cérebro, afetando a maneira que ela age ou sente. Existem muitas representações desta doença na televisão (a maioria completamente errada, e só por causa do roteiro).

“Sofrendo da forma mais comercialmente tratável da doença, a ideia mais precisa que eu posso dar a vocês [de um ataque] é que tentem enrijecer ao máximo todos os músculos, além do ponto do desconforto. Você está começando a sentir cãibras, não está? Agora tenha em mente: enquanto seus músculos estão tensos, você está batendo repetidamente com as extremidades e cabeça contra objetos sólidos (não tente fazer isso). É angustiante testemunhar um homem tentando ficar em pé, mas com seus músculos tão tensionados qualquer movimento é doloroso”, conta Nic.

Para ajudar a você entender um pouco mais sobre a epliepsia, a seguinte lista tem 15 fatos que ele aprendeu sobre a doença através de pesquisa, trauma e tratamento.

Confira 15 fatos interessantes sobre epilepsia:

  1. Hipócrates (460 a.C. – 370 a.C.) escreveu o primeiro livro sobre a epilepsia, “Sobre O Mal Sagrado”, cerca do ano 400 a.C., reconhecendo que se tratava de uma desordem cerebral e apontando que as pessoas que sofriam de epilepsia não tinham o poder da profecia.
  2. Ataques simples de epilepsia Tônico-Clônica Generalizada (também conhecido como Grande Mal) duram menos de 5 a 10 minutos, e não causam danos cerebrais, contrário à crença geral. Os danos que eventualmente aparecem são provavelmente resultado de traumas na cabeça (batidas).
  3. Você não pode engolir sua língua durante um ataque. Você não consegue engolir ela agora, consegue?
  4. Existem algumas implicações recentes que fazem crer que a epilepsia está relacionada com a ansiedade e depressão.
  5. Da mesma forma que um diabético pode ser confundido com um motorista bêbado, epiléticos podem apresentar ataques que se manifestam como comportamento bizarro, como: repetição da mesma palavra, não responder a perguntas, falar bobagens, retirar a roupa ou gritar (no caso de Nic, ele foi considerado uma grande ameaça a toda uma classe de alunos quando estava sofrendo de um ataque desta natureza).
  6. No início do século 19, pessoas com epilepsia severa recebiam tratamento em asilos. Mas uma das razões pelas quais eles eram mantidos separados dos pacientes psiquiátricos era pela noção equivocada de que os ataques eram contagiosos.
  7. Todo mundo nasce com um limiar de ataque. Se o limiar é alto, é pouco provável que você sofra um ataque. Entretanto, certas atividades ou coisas, conhecidas como gatilhos, podem baixar seu limiar, como ingestão de álcool, privação do sono, estresse, doenças, luzes piscando e hormônios (principalmente para mulheres).
  8. Somente em cerca de 30% dos casos de epliepsia a causa é determinada. Nos outros 70%, a causa permanece sem resposta, caso em que é chamada de epilepsia idiopática.
  9. Cerca de 1 em 20 epilépticos são sensíveis a luzes piscantes, ou epilepsia fotossensitiva. O contraste, ou mudança na iluminação, pode disparar um ataque.
  10. A cor oficial da Consciência da Epilepsia é lavanda, na cor pantone PMS 2593.
  11. No início do século 20, alguns dos estados dos EUA tinham leis proibindo pessoas com epilepsia de casar ou se tornar pais, alguns até permitindo a esterilização.
  12. Os ataques tem um início, meio e fim. O início, chamado de aura, pode apresentar sinais do ataque que está vindo, como cheiros, sons, sabores, cabeça leve, dejá vu ou jamais vu (o contrário do dejá-vu, o sujeito sabe que já presenciou a situação ou visitou o lugar outras vezes, mas tem a sensação de que é a primeira vez). O meio é o ataque em si, seja ele um ataque de grande mal ou um ataque parcial simples. O fim do ataque é chamado de fase pós-ictal e é a fase que o cérebro está se recuperando, que pode levar de alguns segundos a horas e geralmente é acompanhada de desorientação e perda de memória.
  13. O tratamento apropriado para alguém com ataque tônico-clônico não é que você vê na TV (muitas pessoas pressionando com o corpo uma pessoa que está sofrendo ataque). O que você deve fazer: preste atenção ao tempo de duração do ataque, mova os objetos que a pessoa em ataque pode atingir, e apenas bloqueie o caminho para impedir que ela se mova muito longe (ou caia dentro da água, ou caia da cama, etc). Coloque-os de lado depois do episódio e não coloque nada na boca. Se durar mais de cinco minutos chame uma ambulância.
  14. Diastat, ou diazepan, é o medicamento usado para tratar um ataque prolongado ou ataques grupados. É um gel fornecido em um aplicador plástico que, por azar, tem que ser aplicado por via retal.
  15. A epilepsia geralmente não é uma doença para a vida toda, e somente 25% dos afetados apresentam ataques difíceis de controlar. Em minha experiência, quem tem desordens mais duradouras tem condições mais sérias em andamento.

Na internet, existe a Liga Brasileira de Epilepsia, oferecendo informações e apoio para quem sofre desta condição ou tem algum conhecido afetado por ela. Na página da PsiqWeb aparece um outro fato importante: em muitos poucos casos o paciente apresenta, na fase pós-ictal, um furor epiléptico, no qual ele se torna violento e ataca coisas e pessoas em torno dele durante alguns minutos.[Listverse, DrauzioVarella, VivaComEpilepsia]

4 comentários

  • Marcos – DF:

    César,
    parabéns pela escolha do assunto abordado. Com certeza, este mal atinge grande parte das pessoas que, talvez, nem sabem como lidar com ele.
    Abração e parabéns !

  • PAULA DENTRO:

    Meu pai é epilético e minha mãe sempre sofre com ele… Entendo bem como é isso!

  • ROC:

    Realmente são fatos elucidativos e esclarecedores. Com relação ao item 3, pelo meu conhecimento (adquirido por um profissional da área) creio que o problema não é “engolir” a lingua e sim evitar que ela se dobre (ou enrole) devido ao retesamento muscular e impeça a passagem de fluídos (vômito por exemplo) fazendo com que a vítima se afogue. Seria interessante confirmar isso. Muito bom este post.

    • Marcos – DF:

      Valeu Roc, bem observado !
      Abraços

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