Gigantesca mancha escura aparece no Atlântico brasileiro

Por , em 3.02.2014

Com as temperaturas altíssimas que têm dominado a região Centro-Sul do país, não é de se espantar que grande parte da população que vive próxima ao litoral tenha debandado para as praias neste verão. O que surpreende, no entanto, é a descoberta de uma misteriosa mancha escura ao longo do litoral brasileiro, captada pela Nasa no fim do mês de janeiro.

A imagem em questão – feita no dia 19 de janeiro pela sonda Aqua, lançada pela Nasa com o objetivo de acompanhar o ciclo da água da Terra – mostra uma gigante mancha, que domina grande parte do Oceano Atlântico perto da costa do Brasil. O fenômeno se expande por mais de 800 quilômetros e é observado desde o litoral de Santa Catarina ao Rio de Janeiro.

Alguns biólogos afirmam que a mancha preta é composta pela grande concentração de um protozoário chamado Myrionecta rubra. Como o nome científico indica, esses seres possuem uma coloração vermelho-escuro, mas o jogo de luzes criado pelo oceano faz com que a mancha pareça negra vista da órbita do nosso planeta.

Uma pergunta que pode surgir naturalmente após a introdução da nova descoberta: esta mancha escura é perigosa?

Às vezes, os Myrionecta rubra, de fato, representam uma séria ameaça para a vida marinha – tanto que diversos estudos têm sido feitos na busca pelo desenvolvimento de armas de ultrassom para matá-los.

No entanto, este não parece ser o caso para a nossa situação. Os animais vivem diversos metros abaixo do nível da superfície da água e sobrevivem se aproveitando de algas, devorando seus cloroplastos para que possam produzir sua própria fotossíntese. Os Myrionecta representam quase nenhuma ameaça a nós, seres humanos, ou a outros animais. Além disso, a mancha está relativamente longe do continente.

A causa do fenômeno parece ser nosso velho conhecido efeito estufa. O extremo calor registrado na região contribui para o aumento também da temperatura das águas do Atlântico Sul, que tem alcançado níveis de até 30 graus. A soma do calor recorde com um ar calmo, de pouco vento, auxilia na reprodução e na expansão dos protistas ciliados.

Observando a imagem de satélite, é possível ver outras manchas (de coloração verde-clara) ainda mais perto do litoral brasileiro. Nesse caso, provavelmente se trata de algas ou de sedimentos soltos da terra firme devido a chuvas. [New Scientist e Zero Hora]

7 comentários

  • xandao:

    Ufa, que alívio, pensei que era cocô!

  • Henrique Nunes:

    Sério? 800 quilômetros do Rio Grande do Sul até o Espírito Santo…. ???
    Encurtaram o Brasil e não me avisaram! HUAUHAUHAHUA

    • Cesar Grossmann:

      A parte principal da mancha parece que tem este tamanho:

      Imagem

      Fonte: Oceancolor

    • Jo Oliveira:

      Henrique eu li: do litoral de Sta. Catarina ao Rio de Janeiro.
      confere?

  • Fabiano Mattoso:

    Jéssica, parabéns pelo seu texto! Você vai longe menina…

  • Eduardo Dutra:

    “Alguns biólogos afirmam que a mancha preta é composta pela grande concentração de um ANIMAL microscópico chamado Myrionecta rubra.”

    “A soma do calor recorde com um ar calmo, de pouco vento, auxilia na reprodução e na expansão dos PROTISTAS ciliados.”

    Protozoários não são animais, são Reinos diferentes. E, na dúvida, banho só de rio por uns tempos XD

    • Marcelo Ribeiro:

      Corrigido. 😀

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