Microplásticos no coração humano: Descoberta surpreendente em estudo internacional

Por , em 16.08.2023

Uma pesquisa recente conduzida por um grupo internacional de pesquisadores revelou a presença de microplásticos nos tecidos do coração humano. Embora em certa medida esperada, a descoberta lança luz sobre a ubiquidade dessas minúsculas partículas plásticas.

Microplásticos têm sido encontrados em vários ambientes, incluindo alimentos, água, ar e certos segmentos da anatomia humana. Nem mesmo o órgão mais interno, o coração humano, escapou à sua presença.

Em uma investigação preliminar, os pesquisadores coletaram amostras de tecido cardíaco de 15 pacientes submetidos a cirurgias cardíacas e também obtiveram amostras de sangue de metade desses indivíduos.

De acordo com os resultados da pesquisa publicados no periódico Environmental Science & Technology, os cientistas detectaram microplásticos “introduzidos de maneira inesperada” durante os procedimentos cirúrgicos. Utilizando equipamentos avançados de imagem direta infravermelha a laser, eles identificaram “numerosos fragmentos individuais de microplástico” na maioria das amostras de tecido, embora as quantidades e tipos de microplásticos tenham variado entre os participantes.

A análise revelou a existência de oito tipos distintos de plástico nos tecidos, incluindo polietileno tereftalato, que é comum em roupas de poliéster, e cloreto de polivinila (PVC).

Curiosamente, as amostras de sangue de todos os participantes continham partículas plásticas minúsculas de vários tipos, mas notavelmente, o tamanho médio delas diminuiu após a cirurgia.

Embora não seja algo inédito que materiais sejam inadvertidamente deixados no corpo após uma cirurgia, esse estudo destaca como microplásticos, semelhantes aos observados nos 15 pacientes, poderiam entrar no corpo mesmo sem qualquer negligência cirúrgica.

A pesquisa ressalta a via muitas vezes negligenciada de exposição aos microplásticos por meio de procedimentos médicos invasivos. Esses procedimentos oferecem um caminho direto para a corrente sanguínea e os tecidos internos, conforme declarado no comunicado de imprensa da pesquisa.

Para avaliar abrangentemente a extensão desse problema, estudos mais abrangentes e diversos são necessários. No entanto, esses resultados iniciais apresentam evidências convincentes para uma investigação mais aprofundada dessa questão significativa.

A recente revelação de microplásticos presentes nos tecidos cardíacos humanos lançou uma nova perspectiva sobre a disseminação generalizada desses diminutos resíduos plásticos. Os resultados de uma pesquisa internacional destacam como os microplásticos, fragmentos minúsculos de plástico com menos de 5 milímetros de tamanho, estão se infiltrando em locais previamente considerados inacessíveis.

Os microplásticos são encontrados em diversos ambientes, incluindo oceanos, solos e até mesmo no ar que respiramos. No entanto, sua presença nos tecidos do coração humano surpreendeu muitos. Esse órgão vital, antes considerado isolado de influências ambientais diretas, agora demonstra a capacidade dos microplásticos de percorrer barreiras biológicas e invadir até mesmo os pontos mais internos do corpo humano.

A pesquisa, que coletou amostras de tecido cardíaco de pacientes submetidos a cirurgias cardíacas, destaca a complexidade da exposição humana aos microplásticos. Os resultados preliminares não apenas identificaram a presença dessas partículas nos tecidos, mas também demonstraram que a exposição pode ocorrer através de procedimentos médicos invasivos. Isso ressalta a necessidade de repensar a maneira como consideramos a exposição a microplásticos e como eles podem afetar a saúde humana.

Além disso, a descoberta levanta questionamentos sobre as implicações a longo prazo para a saúde. Os microplásticos carregam aditivos químicos e podem absorver poluentes presentes no ambiente. Essas substâncias podem ser liberadas no corpo humano à medida que os microplásticos se degradam, potencialmente causando impactos desconhecidos na saúde cardiovascular e em outros sistemas.

A pesquisa sobre microplásticos no corpo humano está em estágios iniciais, mas suas implicações são significativas. À medida que mais estudos são conduzidos, a compreensão sobre a exposição, os riscos potenciais e as medidas de mitigação necessárias irão se aprofundar. A descoberta ressalta a necessidade urgente de reduzir a produção e o descarte de plásticos, além de repensar a maneira como interagimos com esse material onipresente em nossas vidas. [Futurism]

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