Nanofood: o futuro da alimentação

Por , em 1.06.2010

Pense na seguinte situação: você vai a uma churrascaria, se empanturra com três tipos de carne por minuto e sai completamente satisfeito. O problema é depois, na hora de prestar contas com a balança e com os médicos. Pois bem, a indústria alimentícia está lhe preparando uma surpresa: você pode ficar só com a satisfação de ter comido um boi inteiro, comendo muito pouco.

Essa é a nanofood. O conceito básico é diminuir o tamanho e a massa dos alimentos, sem alterar suas propriedades nutritivas básicas. A base dessas mirabolantes pesquisas está no Instituto de Pesquisas Alimentícias (IFR, na sigla em inglês), sediado na Grã-Bretanha.
Para “enganar” o sistema digestivo (fazer o corpo pensar que já comeu muito) os cientistas desenvolveram um sistema que trabalha nas proteínas da comida. É que o mecanismo que avisa ao cérebro algo como “ei, já tá bom, chega de comer”, fica localizado no íleo, a última porção do intestino delgado.

Normalmente, as proteínas já vão se quebrando nas duas primeiras porções do intestino, assim, os aminoácidos (as partes da proteína) já digeridos não ativam rapidamente o mecanismo de satisfação alimentar quando passam pelo íleo, é preciso muitos aminoácidos. Os cientistas conseguiram prorrogar a quebra das proteínas até a chegada ao íleo. Lá, elas explodem de repente, ativando o mecanismo imediatamente, ou seja, a pessoa comeu bem menos até o momento da “explosão”. Com isso, a pessoa ingere menos gorduras nocivas e mais proteínas, ou seja, ponto para a saúde.

Os alimentos estão sendo desenvolvidos para serem “diets”, mas conservarem o sabor original. Há um outro truque para isso: é encontrado, por exemplo, nas maioneses. A maionese diet tradicional substitui grande parte da gordura por água, e por essa razão o gosto fica insosso, longe da maionese normal, e poucas pessoas consomem. A “nano-maionese”, para disfarçar a quantidade extra de água, coloca uma nano-gota de óleo em cada gota de água. Por essa razão, o gosto se mantém, mas o colesterol cai.

Ainda há um ramo da indústria que estimula a inclusão de nano-partículas de prata nos alimentos, com indícios de que ajuda o sistema imunológico, mas a pesquisa ainda está em discussão. Isso se aplica a algumas buscas na área de suplementos alimentares. Uma delas, que visa implementar ferro na alimentação através de nano-partículas de uma proteína que contém ferro, sem causar efeitos colaterais, também está ainda em desenvolvimento.

Empecilhos: ainda é um produto caro, poucas empresas da indústria alimentícia se aventuram na fabricação. Aqui no Brasil, a extensão da nanofood é quase nula. As grandes empresas estão apenas começando a pensar em estratégias para massificar a produção, as poucas empresas de nanofood vendem apenas pela internet.

Fala-se também em produzir alimentos sintéticos, totalmente a partir do zero. Uma equipe de biotecnologia conseguiu produzir uma espécie de carne apenas com proteínas tiradas do leite. Estaríamos entrando numa nova era, em que uma refeição completa, com todos os nutrientes necessários, pode ser ingerida em um cubinho de 1cm³. [New Scientist]

10 comentários

  • MARIZETE JESUS LEI:

    NO MOMENTO ACHO QUE SÃO SÓ PESQUISAS E ESTA NOVA FORMA DE ALIMENTAÇÃO SERÁ BOM PARA QUEM TEM DIFICULDADES PARA EMAGRECER E PESSOAS OBESAS.POIS ASSIM NÃO TERÃO QUE PASSAR POR REDUÇÕES DE ESTÔMAGO E O SOFRIMENTO SERÁ MENOR DEVIDO AS DOENÇAS QUE A OBESIDADE CAUSA.
    QUANTO AS PESSOAS QUE NÃO ENFRENTAM ESSES PROBLEMAS ACHO QUE DEVE APROVEITAR DE TUDO QUE A NATUREZA NOS FORNECE MAS COM SABEDORIA E CONTROLE,NÃO SE ESQUECENDO DOS EXERCICIOS FÍSICOS E COMER BEM E SAÚDAVEL.

    • Laíssa:

      Marizete,
      compreendo sua boa intenção diante das pessoas que tem disturbios alimentares.

      Mas eu ainda acredito que o maior transformador de uma nação é e CONSCIÊNCIA. Estar consciente do que você come, da ação da comida no seu corpo e principalmente o por que de você estar comendo. Isso sim seria uma solução real e duradoura da sociedade.

      Estamos sendo educados para agirmos como animais, enjaulados, nos limitando a normas e regras predispostas por pessoas que se definiram autoridade e especialistas e certos assuntos. Dessa maneira, parece que atrofiamos nosso livre arbítrio! e deixamos que as autoridades tomem conta dos assuntos de segurança, saúde, educação.

      Diante da comida, nos empanturramos de porcaria que nada tem de nutritivos e depois de gordos, nos vemos como seres excluídos da sociedade(longe daquele padrão que vemos na tv e revistas), e optamos pela maneira mais fácil e prática que os Especialistas definiram e nos disseram ser segura: a redução de estômago.

      Essa mania que adquirimos de optar sempre pelo mais prático, acaba se tornando mais uma muleta para a nossa ignorância e falta de responsabilidade com o bem mais precioso que temos, nossa vida!

      Pense um pouco sobre isso!

  • ricardao:

    boaa!! vivemos eganados e eles insistem no mesmo erro. um bando de filha das putas…. querendo acabar com tudo que deeus nos deixou.

  • Marcelo M. Zei:

    Bom dia.

    Estaria ao alcance de classe menos desfavorecidas

    Como sao grandes industrias provavel que vao visualizar os LUCROS, nao seria ruim.

    Os beneficios estao espacificados, mais a longo prazo o que poderia acontecer com o corpo {meatbolismo}.

    Marcelo M. Zei

  • eduardo:

    Essa metéria me lembrou dakelas comidas de astronauta….. um comprimido com sabor de hamburgger…. hummmmm……

  • fernanda:

    so mais comer naturalmente esse negocio de comida sintetica nao sei nao vai que depois de algum tempo provoque alguma doença grave eu nao arrisco quero os alimentos do jeitinho que deus criou

  • franbogado:

    Na verdade não há nada de novo nisso. Estão tentando tornar a comida que é exclusiva para astronautas (nanofood) como sendo nossa comida caseira, diária e corrente.

    Logo não teriamos mais restaurantes, nem churrasquinhos, etc, e um prato suculento seria reduzido a uma pilula, como ja foi demonstrado na ficção (filme Cubo Zero).

    Mais futuramente a comida poderia ser em emplastros, injetável com dose única diária, semanal ou mensal.

  • Cla:

    Não seria melhor o contrário? Pra comer comer comer, descontroladamente, e não engordar?! ADORO comer!

  • ThiagoSperandio:

    Será mesmo?

    Pesquisas muito boas. Resultados – na minha opinião – muito precoces.

  • Tchuco:

    Não sei não… por mais que digam que esses alimentos nano, sintéticos e tal coisa sejam saudáveis, acho que eles podem trazer mtos problemas ao organismo. Acho que nosso corpo precisa mastigar, deixar o alimento fazer todo o caminho e permitir que ele mesmo exploda as partículas na hora e no lugar que quiser.
    “Para “enganar” o sistema digestivo (fazer o corpo pensar que já comeu muito)…”
    Meu, enganar a natureza não tem sido uma boa ideia desde que o mundo é mundo. Vão continuar insistindo?

    Mas é claro, que eu posso estar errado.

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