NASA prepara espaçonave para tentar um ‘pouso básico’ no Sol

Por , em 5.01.2024

Neste ano, a sonda Parker Solar Probe da NASA está programada para realizar uma aproximação audaciosa do Sol, atingindo uma velocidade estonteante de aproximadamente 700.000 quilômetros por hora e aproximando-se a apenas cerca de 6.1 milhões de quilômetros da intensa “superfície” do Sol.

Esta missão representa a passagem mais próxima já feita por um objeto fabricado pelo ser humano em relação à estrela central do nosso sistema solar. A equipe responsável pela missão tem feito comparações significativas a respeito do feito.

O cientista chefe do projeto Parker, Nour Raouafi, declarou à BBC: “Estamos quase tocando uma estrela. Isso será um marco histórico para a humanidade, comparável ao pouso na Lua em 1969.”

Proximidade do Sol

Embora 6.1 milhões de quilômetros possam parecer uma distância grande, isso representa apenas quatro por cento da distância entre a Terra e o Sol. A essa proximidade, a sonda Parker Solar Probe terá que resistir a temperaturas tão altas quanto 1.370 graus Celsius.

Lançada em 2018, essa sonda já realizou várias passagens próximas pelo Sol. Em 2021, a NASA anunciou orgulhosamente que a sonda havia “tocado” o Sol, chegando a aproximadamente 13 milhões de quilômetros acima da superfície solar. Uma de suas aproximações mais próximas ocorreu no final do ano passado, conforme relatado pela BBC.

Neste ano, na véspera de Natal, a sonda está programada para sua aproximação mais histórica.

Encontro com o Sol

Ao discutir a ideia de “pousar” no Sol, é crucial notar que ela difere drasticamente de um pouso em um corpo sólido como Marte. O Sol é composto de uma massa rotativa de gases de hidrogênio e hélio, mantidos juntos pela força da gravidade. Quando esse material deixa a corona, ou a camada externa do Sol, ele se transforma em vento solar, criando um campo magnético ao redor do Sol.

O que muitas vezes é chamado de “superfície” do Sol é, na verdade, a fotosfera ou “esfera de luz”, que é a primeira camada da atmosfera solar. Ela recebe esse nome por emitir a maior parte da luz que vemos, permitindo que observemos o Sol da Terra com a proteção ocular adequada. Esta camada, com cerca de 400 quilômetros de espessura, pode atingir temperaturas extremas de aproximadamente 5.500 graus Celsius.

Em resumo, embora a sonda Parker Solar Probe não vá literalmente pousar no Sol – uma tarefa impossível – ela chegará mais perto do que qualquer outro objeto feito pelo homem já chegou antes, podendo revelar alguns dos segredos ainda ocultos do Sol.

“Avançando cada vez mais perto da superfície solar, esperamos obter um entendimento mais profundo da natureza do Sol”, mencionou Raouafi no ano passado, “e essas informações não apenas aprofundarão nosso conhecimento sobre fenômenos solares, mas também avançarão nossa capacidade de viver e operar no espaço.”

A importância dessa missão vai além da simples aproximação de um objeto humano do Sol. Ela representa um avanço significativo no entendimento da física solar e de como a atividade solar influencia o ambiente espacial ao redor da Terra. A compreensão dos mecanismos por trás das emissões solares, incluindo as ejeções de massa coronal e as erupções solares, é vital para proteger satélites, astronautas e sistemas tecnológicos na Terra de efeitos adversos.

Além disso, a missão Parker Solar Probe tem o potencial de fornecer insights sobre como o vento solar é gerado e acelerado, o que tem implicações diretas para o estudo do clima espacial e como ele afeta nosso planeta. A sonda, equipada com instrumentos de ponta, coletará dados que podem ajudar a prever eventos solares e mitigar seus efeitos sobre a tecnologia terrestre e espacial.

A aproximação histórica da sonda ao Sol não é apenas um marco para a exploração espacial, mas também uma jornada em busca de respostas para perguntas que têm intrigado cientistas por décadas. À medida que a sonda Parker Solar Probe se aproxima do Sol, ela entra em uma região pouco explorada do espaço, oferecendo uma oportunidade única de estudar a estrela mais próxima da Terra de uma perspectiva nunca antes possível. [Futurism]

Deixe seu comentário!