Sonda Voyager 1 de 46 anos da NASA está morrendo

Por , em 14.12.2023
Ilustração de um artista da sonda Voyager 1 olhando para o sistema solar (Crédito da imagem: NASA, ESA e G. Bacon (STScI))

Atualmente, a sonda Voyager 1, um veículo de exploração espacial com 46 anos de idade, encontra-se com uma limitação significativa: não consegue transmitir dados científicos ou de sistema de volta para a Terra. Esta sonda, que ainda é capaz de receber comandos, está enfrentando problemas em seu sistema de computadores.

De acordo com informações divulgadas pela NASA em 12 de dezembro, há um descompasso na comunicação entre o Sistema de Dados de Voo (FDS) da Voyager 1, que é essencial para coletar informações de engenharia e dados científicos, e sua Unidade de Telecomunicações (TMU). Normalmente, o FDS é responsável por organizar os dados coletados em um pacote compreensivo, que é então enviado de volta à Terra através da TMU. Contudo, recentemente foi observado que este pacote de dados está sendo transmitido em um padrão repetitivo de uns e zeros. A equipe de engenharia da Voyager rastreou o problema até o FDS, e estima-se que possa levar várias semanas para encontrar uma solução.

Lançada em 1977, a Voyager 1, junto com sua nave irmã, a Voyager 2, são as sondas espaciais em operação há mais tempo na história. Ambas estão viajando pelo espaço interestelar, a mais de 15 bilhões de milhas (cerca de 24 bilhões de quilômetros) da Terra.

A distância colossal entre as sondas e nosso planeta significa que a comunicação é extremamente demorada. Uma mensagem leva aproximadamente 22,5 horas para alcançar a sonda, e o mesmo tempo é necessário para receber uma resposta, totalizando 45 horas para um ciclo completo de comunicação. Assim, qualquer tentativa de correção do FDS da Voyager 1 exigirá pelo menos um dia inteiro para confirmar sua eficácia.

Corrigir esse problema não é tão simples quanto reiniciar o sistema, uma estratégia que já foi tentada sem sucesso. A idade avançada da sonda e seu hardware original apresentam desafios únicos. A equipe da NASA precisa trabalhar dentro das limitações tecnológicas estabelecidas nos anos 1970, o que muitas vezes exige soluções criativas de software.

A Voyager 1 já enfrentou outras dificuldades técnicas no passado recente. Em maio de 2022, problemas com seu Sistema de Articulação e Controle de Atitude (AACS) resultaram na transmissão de dados de telemetria sem sentido por vários meses, até que uma solução alternativa fosse implementada.

Em outubro de 2023, uma atualização foi realizada, introduzindo um patch de software para resolver o problema anterior e também para prevenir o acúmulo de resíduos nos propulsores da sonda. No entanto, tais atualizações não são imediatas. O blog da NASA esclarece que resolver esses problemas muitas vezes envolve a consulta de documentos técnicos originais de décadas atrás, escritos por engenheiros que não poderiam prever as questões atuais. Isso torna o processo de garantir que novos comandos não afetem inadvertidamente as operações da sonda demorado.

Esta situação exemplifica os desafios únicos enfrentados por missões espaciais de longa duração, especialmente aquelas que se aventuram além das fronteiras do nosso sistema solar. A Voyager 1 e a Voyager 2 são testemunhos da engenhosidade humana e do desejo de explorar o desconhecido, continuando a enviar dados valiosos e inspirando novas gerações de cientistas e entusiastas do espaço. Mesmo com as dificuldades, estas sondas permanecem como ícones da exploração espacial e continuam a expandir nosso entendimento do universo. [Live Science]

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