Percebemos a trilha sonora dos filmes de terror como sons semelhantes a gritos e outros barulhos alarmantes
Os filmes de terror conseguem nos matar de medo a partir de uma combinação de elementos. Não é só o fato do monstro estar perseguindo a mocinha que nos apavora, mas sim um conjunto de sensações. É o que sugerem pesquisadores que deram uma atenção maior a trilha sonora dos filmes.
Estudiosos do comportamento animal descobriram que as partituras musicais que acompanham clássicos hollywoodianos de terror e drama tendem a imitar sons que naturalmente afligem as pessoas. Por exemplo, as músicas podem assemelhar-se a ruídos estáticos ou gritos.
Os pesquisadores pediram a um compositor de músicas de cinema que separasse apenas os cenários musicais de alguns dos filmes mais populares. Os cientistas focalizaram em cenas iconográficas de 30 segundos de 102 filmes famosos que abrangiam gêneros como horror, drama, guerra e aventura.
Os pesquisadores tinham um palpite sobre sons não-lineares, que ocorrem quando um sistema de som chega ao seu limite, semelhante a quando um aparelho de som está muito alto e o som começa a “quebrar”, ou quando um cantor se esforça além do seu alcance vocal. Animais como os roedores marmotas usam sons não-lineares para chamar a atenção, como “alarmes” frente ao medo de possíveis predadores.
Os pesquisadores não acreditam que qualquer compositor tenha pensado conscientemente em colocar sons não-lineares nos filmes. Mas com certeza esses sons acabam mexendo com o que os pesquisadores chamam de “marmota interior” das pessoas.
Os compositores têm um monte de instrumentos musicais à sua disposição que imitam vocais não-lineares, como cordas tensas, instrumentos de sopro e harmônicos, sons barulhentos criados por percussão, como gongos e címbalos, etc.
Assim, os pesquisadores buscaram sons não-lineares nos 102 filmes populares estudados. Eles usaram programas de computador para analisar os espectrogramas das trilhas sonoras dos filmes, que mostram as frequências de sons e criam uma “tapeçaria visual” desses sons. Isso permitiu que os cientistas escolhessem padrões de sons não-lineares distintos, sempre que eles apareciam.
Nos filmes de terror havia mais gritos e barulho. Em cenas tristes e dramáticas dos dramas, havia mais transições acima da frequência, tais como notas de violino mudando muito rapidamente. Um dos exemplos favoritos dos pesquisadores é do clássico filme de terror “Psicose”, de Alfred Hitchcock: a famosa cena do chuveiro, com seu acompanhamento de violino sinistro.
Os dramas também usaram mais música em primeiro plano, que muitas vezes incluía vários instrumentos tocando em notas ligeiramente diferentes. Essa é uma maneira de imitar sons sub harmônicos que se encaixam no padrão não-linear. Já nos filmes de guerra e aventura, não surgiu nenhum padrão de som não-linear.
Porém, até agora, os resultados representam apenas associações sugestivas. Os pesquisadores querem realizar mais experimentos para verificar de que maneira exatamente isso afeta as pessoas.
O próximo estudo planejado irá expor a voluntários clipes de 10 segundos de filmes visualmente neutros, mas com música especialmente composta com sons não-lineares. Os cientistas também vão monitorar a resposta galvânica da pele, a respiração, a frequência cardíaca e as contrações musculares em volta dos olhos para medir a resposta emocional dos voluntários.
Na pesquisa, o maior desafio será o drama. Os anos de estudo sobre comportamento animal dos pesquisadores ajudou a estabelecer uma ligação entre os “alarmes de medo” e sons em filmes de terror. Já as cenas tristes e dramáticas vão ser mais complicadas de se analisar, já que eles têm um bom modelo para compreender o medo, mas nenhum para a tristeza. [MSN]
1 comentário
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