Protetor solar diário previne câncer?

Por , em 18.09.2016

Uma revisão de pesquisas concluiu que não há muitas evidências para provar conclusivamente que o uso de protetor solar diariamente pode prevenir a maioria dos cânceres de pele. Mas isso não significa que não devemos usar protetor solar, dizem os médicos. Significa apenas que não é ético fazer experimentos testando a eficácia do protetor solar através do uso ou do não uso dele por algumas pessoas.

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“A falta de evidência experimental de alta qualidade não deve ser equiparada à evidência de que tais intervenções são ineficazes e é importante que os pacientes e os consumidores não parem proteger sua pele até que melhores evidências de qualidade surjam”, disseram os autores Dra. Ingrid Arevalo-Rodriguez e Dr. Guillermo Sanchez, do Instituto de Evaluación Technoloica en Salud em Bogotá, na Colômbia, à agência de notícias Reuters.

Dra. Laura Ferris, dermatologista na Universidade de Pittsburgh, nos EUA, que não estava envolvida na revisão de pesquisa, aponta que é difícil medir o efeito de proteção do sol na prevenção do câncer de pele, “particularmente porque não é ético ou prático randomizar a população”.

“Não se pode, por exemplo, dizer a um grupo para procurar uma sombra, usar um chapéu e usar protetor solar e a outro para se sentar ao sol direto e abster-se do uso de protetor solar” acrescenta. “Então a falta de evidência não significa que a proteção do sol não tem impacto sobre o risco de câncer de pele, só que o impacto é difícil de medir”.

Sem diferença significativa

Arevalo-Rodriguez, Sanchez e seus colegas trabalharam para avaliar o quanto nós já sabemos sobre se o protetor solar e outras medidas de proteção, como o uso de chapéus ou óculos de sol ou mesmo ficar na sombra, podem previnir o câncer de pele.

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Eles se concentraram nos carcinomas basocelulares e carcinomas de células escamosas cutâneas, que compõem a maioria dos casos de câncer de pele. Sua análise não observou o melanoma, um tipo raro e muito mais letal de câncer de pele.

A equipe de investigação pretendia observar os ensaios que escolhiam aleatoriamente algumas pessoas para usar protetor solar ou outra proteção – e encontraram apenas um estudo que cumpria seus critérios.

Este estudo, realizado na Austrália, monitorou cerca de 1.600 pessoas por mais de quatro anos e não encontrou uma diferença significativa no número de novos casos de câncer detectados com base no uso de protetor solar todos os dias ou apenas ocasionalmente.

Necessidade de mais pesquisas

Isso pode não ser suficiente para acompanhar se a proteção solar previne o câncer de pele, pois pode demorar vários anos após a exposição ao sol para detectar anormalidades na pele.

O que isto sugere é que mais pesquisas de alta qualidade são necessárias, dizem os autores.

Enquanto isso, “os doentes e os consumidores em geral têm de consultar profissionais de saúde para obter orientação específica sobre a necessidade de medidas preventivas específicas, de acordo com a sua idade, cor da pele, ocupação e presença de outros fatores de risco para câncer de pele, entre outros fatores”, acrescentam.

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Mesmo sem mais estudos, já há uma abundância de provas de que a exposição aos raios ultravioleta do sol causam câncer de pele e melanoma, observa o Dr. David Leffell, pesquisador de câncer da pele na Yale School of Medicine, que não estava envolvido na revisão de pesquisa.

“Os fatos científicos são inescapáveis – o uso regular de protetor solar reduz câncer de pele e precursores de câncer”, sentencia Leffell.

“Os benefícios da proteção do sol e as provas incontestáveis ​​de queimaduras solares e exposição solar crônica como causa de cerca de 60% dos melanomas deve inspirar as pessoas a continuar com uma razoável proteção do sol se elas se encaixam nos grupos de risco moderado ou alto, e até mesmo se não se encaixam”, adiciona o pesquisador. [Reuters]

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