Que tal beber álcool de uma garrafa de 200 anos encontrada no fundo do mar?

Por , em 10.03.2015

O fundo do oceano é um mar de mistérios para a humanidade. A cada expedição, os pesquisadores têm a possibilidade de fazer descobertas incríveis. Mas quem diria que em uma dessas aventuras eles iriam encontrar uma garrafa de “cachaça” de 200 anos de idade!?

Eu não, pelo menos.

Os pesquisadores descobriram essa garrafa da foto, bem preservada e selada, em junho do ano passado, enquanto exploravam o chamado naufrágio F53.31 na Baía Gdańsk, perto da costa polonesa. Testes laboratoriais preliminares mostraram que o frasco contém um destilado alcoólico de teor 14%, o qual pode ser vodca ou um tipo de gim chamado jenever, provavelmente diluído com água.

A composição química do álcool corresponde ao da marca original “Selters”, nome que está gravado na garrafa, de acordo com o National Maritime Museum (Museu Nacional da Marítima, em tradução livre), em Gdansk, Polônia.

A palavra “Selters”, que provavelmente é uma marca, é o nome de um fornecedor de água gasosa de alta qualidade na área de Taunus Mountains, na Alemanha. Água de Selters foi descoberta cerca de 1.000 anos atrás, o que a torna um dos mais antigos tipos de água mineral da Europa. Inclusive, seus benefícios para a saúde são lendários.

“A garrafa remonta ao período de 1806-1830 e foi recuperada durante os trabalhos sobre o naufrágio chamado Glazik”, disse Tomasz Bednarz, o arqueólogo subaquático do Museu Marítimo Nacional que lidera a investigação, em um comunicado.

cachaca 200 anos 2

A garrafa, que tem um volume de cerca de 1 litro, foi fabricada em Ranschbach, na Alemanha, cidade localizada a cerca de 40 km de distância das fontes de água Selters. Além da garrafa, os pesquisadores que exploram o naufrágio também recuperaram fragmentos de cerâmica, uma tigela pequena, algumas peças de louça, pedras e rochas.

No início de julho de 2014, os investigadores submeteram a garrafa e seu conteúdo ao teste de um laboratório químico em Gdynia, na Polônia, para ver se a embarcação continha água “Selters” original, ou se tinha sido reabastecida com um líquido diferente. Resultados preliminares sugerem que a garrafa tenha sido reabastecida com algum outro tipo de álcool.

Qual é o gosto?

Aparentemente, o álcool é potável. Foi o que os arqueólogos envolvidos na pesquisa disseram ao site de notícias do Ministério da Ciência e do Ensino de Ciências da Polônia. “Isso significa que ele não iria causar envenenamento. Aparentemente, no entanto, ele não cheira particularmente bem”, disse Bednarz.

De acordo com o Museu Nacional Marítimo da Polônia, as fontes de água Selters eventualmente secaram no início do século 19, portanto, a água tornou-se muito mais difícil de se obter. Logo, se essa amostra for “original”, será uma verdadeira relíquia. [livescience]

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