Raio congelante é inventado, afirma professor

Por , em 6.08.2023

Um professor da Universidade da Virgínia desenvolveu um dispositivo que se assemelha a um “raio congelante”, inspirado no personagem Sr. Frio de “Batman”. No entanto, não é tão dramático quanto congelar inimigos à distância como nos filmes.

Patrick Hopkins, professor de engenharia mecânica e aeroespacial, buscava uma solução para resfriar eletrônicos em espaçonaves e jatos em altitudes elevadas, pois eles tendem a superaquecer sem um método adequado de resfriamento. Ele recebeu uma bolsa de $750.000 da Força Aérea dos EUA por sua abordagem inovadora.

O dispositivo que ele criou é um pequeno laser de plasma que resfria uma superfície ao atingi-la, o que pode parecer contra-intuitivo. Ele se baseia em uma propriedade peculiar do plasma, frequentemente referida como o “quarto estado da matéria”.

Em ambientes com baixa quantidade de ar, como o espaço ou atmosferas finas, há pouco ar para facilitar o resfriamento. Levar um refrigerante tradicional não é ideal devido ao peso adicional e à perda de eficiência. No entanto, o jato de plasma pode resfriar rapidamente uma superfície antes de aquecê-la, um resultado intrigante, mas replicável, observado em experimentos anteriores.

Os pesquisadores sugerem que o efeito de resfriamento é semelhante à evaporação da água da pele, onde a energia é liberada, causando a sensação de resfriamento. Neste caso, o plasma arranca as partículas absorvidas, liberando energia e resfriando a superfície.

Os resultados iniciais indicam que o dispositivo pode reduzir as temperaturas da superfície em vários graus em apenas alguns microssegundos, o que pode ser benéfico em ambientes extremos, como o espaço sideral ou altitudes elevadas.

O desenvolvimento de tecnologias inovadoras para resfriamento é de extrema importância para diversas áreas da ciência e da indústria. As aplicações vão desde a manutenção da temperatura adequada em eletrônicos de alta performance até a proteção de equipamentos em ambientes extremos, como as espaçonaves e aeronaves de alta altitude.

A pesquisa do professor Patrick Hopkins e sua equipe na Universidade da Virgínia tem o potencial de revolucionar a forma como lidamos com o resfriamento de sistemas eletrônicos em ambientes hostis. Atualmente, a falta de uma solução eficiente para dissipação de calor pode limitar a capacidade de certos equipamentos operarem em condições extremas, prejudicando sua confiabilidade e desempenho.

Ao explorar o uso do plasma como meio de resfriamento, os pesquisadores abriram caminho para uma abordagem inovadora e promissora. O plasma, sendo o quarto estado da matéria, é uma mistura de partículas carregadas eletricamente que exibe comportamento único em relação a temperaturas e pressões. Sua capacidade de resfriar uma superfície antes de aquecê-la é uma descoberta intrigante, que pode desempenhar um papel significativo no futuro da tecnologia de resfriamento.

Além das aplicações em espaçonaves e aeronaves, essa tecnologia pode ter impacto em outras áreas, como eletrônica de consumo, supercomputadores e até mesmo no setor de energia, onde a dissipação de calor é um fator crítico para a eficiência de dispositivos como células fotovoltaicas e sistemas de armazenamento de energia.

Com o apoio financeiro da Força Aérea dos EUA, é provável que a pesquisa avance ainda mais, permitindo o aprimoramento do dispositivo de resfriamento a plasma e sua eventual integração em diversas aplicações práticas.

No entanto, como em qualquer avanço tecnológico, também há desafios a serem superados. A implementação bem-sucedida dessa tecnologia requer uma compreensão aprofundada dos processos físicos envolvidos, bem como a capacidade de escalar o dispositivo para que seja viável comercialmente.

A pesquisa liderada pelo professor Patrick Hopkins na Universidade da Virgínia é uma emocionante jornada em busca de soluções inovadoras para o desafiador problema do resfriamento de eletrônicos em ambientes extremos. O potencial dessa tecnologia vai muito além da “ficção científica” e pode, de fato, moldar o futuro da eletrônica, da exploração espacial e de muitos outros campos que dependem de dispositivos de alto desempenho em condições adversas. [Futurism]

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