Seria toda a areia da Terra composta de poeira de estrelas?

Por , em 9.01.2019

Cientistas detectaram poeira de sílica – um componente comum do núcleo da Terra, de praias arenosas, do concreto, do vidro e até mesmo de telefones celulares – dentro dos remanescentes de duas supernovas na nossa galáxia, a Via Láctea.

Essas observações fornecem as primeiras evidências de que a sílica pode se originar de explosões estelares.

“Este é um resultado valioso, no sentido de que algo tão comum na Terra foi encontrado nas explosões mais violentas do universo. É uma história de origem”, disse uma das autoras do estudo, Haley Gomez, astrônoma da Universidade de Cardiff (País de Gales).

Poeira cósmica

Não é de hoje que pesquisadores tentam determinar como a poeira cósmica – seja ela composta de sílica, carbono ou ferro – é criada.

Inicialmente, os astrônomos pensavam que se formava quando estrelas parecidas com o sol atingiam certa idade e sopravam ventos fortes, cujos gases eram conduzidos a formar grãos de poeira sólidos, da mesma maneira como flocos de neve se formam em uma atmosfera fria.

Porém, quando cientistas detectaram poeira em galáxias tão distantes que deveriam ter se formado logo após o Big Bang, bem antes de estrelas semelhantes ao sol evoluírem, perceberam que deveria haver outra fonte.

Remanescentes de supernovas

Há uma suspeita de que a poeira cósmica pode ter surgido dentro de explosões de supernovas. Agora, astrônomos finalmente detectaram remanescentes de supernovas polvilhados com tal poeira, nas proximidades da nossa vizinhança galáctica.

Os pesquisadores argumentam que, se a poeira dentro de remanescentes do universo primordial também contiver sílica, os primeiros planetas poderiam ser semelhantes ao nosso.

“É muito interessante saber que podemos fazer planetas como a Terra tão cedo na existência do universo”, explica Gomez. “Não leva 13 bilhões de anos”.

Um artigo sobre a descoberta foi publicado na revista científica Monthly Notices da Royal Astronomical Society. [ScientificAmerican]

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