Assustador: insetos gigantes comem carcaça de jacaré em vídeo no fundo do mar

Por , em 17.04.2019

Poderia ser uma cena bizarra de um filme de terror, mas é apenas a vida real: em um vídeo divulgado por cientistas da Universidade de Louisiana (EUA), “insetos” gigantes emergem no fundo do mar para atacar a carcaça de um jacaré, usando suas mandíbulas para romper a pele escamosa e se alimentar da carne suculenta do animal.

Um jacaré no fundo do mar

A carcaça foi intencionalmente colocada a dois quilômetros abaixo da superfície do Golfo do México pelos pesquisadores Craig McClain e Clifton Nunnally.

Eles estavam interessados ​​em estudar como as “quedas de alimentos” afetam os ecossistemas marinhos. Essas quedas podem ser desde carcaças de baleia até troncos de madeira (certos moluscos e bactérias especializadas podem digerir madeira) que vão parar no oceano, às vezes vindos dos rios, servindo de alimento para animais marinhos.

Jacarés mortos podem ser um tipo comum de queda de alimento, mas ninguém nunca os estudou antes.

Assim, os cientistas jogaram uma carcaça doada pelo estado da Louisiana – que humanamente sacrifica alguns animais como parte de seu programa de controle da população de jacarés – no mar para assistir as criaturas que viriam se banquetear com a refeição.

Isópodes

Os primeiros a chegar foram isópodes do tamanho de bolas de futebol americano.

“Eles têm essa capacidade incrível de se empanturrar, armazenar essa energia e basicamente não fazer outra refeição por meses ou anos depois”, explicou McClain.

“O oceano profundo é como um deserto com alguns oásis de comida”, complementou Nunnally. A carcaça de jacaré é um oásis particularmente interessante, porque esses animais são a coisa mais próxima hoje em dia de antigos répteis marinhos como os ictiossauros.

Algumas das criaturas que se alimentam de jacarés modernos podem ser as mesmas que comiam ictiossauros há milhões de anos.

Detritívoros

Os isópodes são animais antigos, com ancestrais de 300 milhões de anos. Eles parecem insetos gigantes, e pertencem à mesma classe que crustáceos mais famosos, como a lagosta e o camarão.

Esses animais são detritívoros (também chamados de necrófagos), ou seja, se alimentam de restos orgânicos. Em menos de 24 horas, vários estavam em cima da carcaça, a meio caminho do abdômen do jacaré.

“Eu pensei que a pele seria algo difícil de roer, mas obviamente suas mandíbulas afiadas facilitam o trabalho”, afirmou Nunnally.

No vídeo, um dos isópodes começa a afundar no mar arenoso. De acordo com os pesquisadores, o animal pode estar tão cheio que tem dificuldade de se mexer. “Nós já vimos isso em outros detritívoros. Eles comem tanto que basicamente ficam imóveis ou estupefatos em suas ações”, contou o cientista no vídeo.

Estudo

O projeto visa, entre outras coisas, ajudar os cientistas a compreender como o carbono das formas de vida baseadas na terra atinge o oceano profundo.

Os pesquisadores colocaram a carcaça de jacaré há quase dois meses no Golfo do México, planejando retornar ao local este mês. Eles esperam que outros animais tenham se aproximado do jacaré para se alimentar da carne que os isópodes não conseguiram alcançar.

É até possível que vermes comedores de ossos, do gênero Osedax, sejam encontrados no esqueleto do jacaré.

“Acho que será interessante ver quais novos detritívoros aparecem”, disse Nunnally. [LiveScience]

1 comentário

Deixe seu comentário!