Vírus de gripe pode colaborar para a obesidade infantil

Por , em 23.09.2010

A obesidade infantil triplicou nos últimos 30 anos. Muita atenção tem sido dada a fatores como a ingestão de alimentos, exercícios, estilo de vida sedentária e genética. Agora, um novo estudo sugere que infecções virais são outro fator que também deve ser considerado.

A pesquisa mostra que crianças expostas a um tipo específico de um vírus do resfriado comum têm mais probabilidade de serem obesas.

O vírus é chamado de adenovírus. Há mais de 50 tipos do adenovírus, que é o vírus mais comumente responsável por doenças respiratórias, que vão desde o resfriado comum a pneumonia. A maioria das pessoas fica exposta a algum tipo do vírus antes dos 10 anos.

Os pesquisadores determinaram se as crianças tinham sido expostas ao adenovírus pela procura de anticorpos no sangue. 124 crianças, com idades entre 8 e 18 anos, participaram do estudo. Desse total, 80% das que tinham sido expostas a esse vírus eram obesas.

As crianças expostas ao vírus pesavam em média 23 kg a mais do que as crianças que não foram expostas ao vírus. E, mesmo entre as crianças obesas, as expostas ao vírus pesavam uma média de 16 kg a mais do que crianças obesas que não tinham sido expostas ao vírus.

Os pesquisadores consideram que tais resultados são mais do que suficientes para associar o vírus com outros problemas de saúde. Segundo eles, 23 kg extras é muito para uma criança, considerando que a média saudável para uma criança de 8 anos é de 23 kg a 41 kg.

A suposição dos pesquisadores é de que o vírus pode afetar a obesidade infectando células “pré-gordura” – células que têm a capacidade de armazenar gordura no organismo –, fazendo com que elas amadureçam mais rapidamente. E quanto mais rapidamente elas amadurecem, mais células de gordura uma pessoa terá.

O vírus também pode inibir a capacidade das células de quebrar a gordura, fazendo com que elas aumentem em número e tamanho.

Porém, tais resultados não significam que as pessoas devem entrar em pânico com a exposição ao vírus. Mesmo se ele for um fator causal da obesidade, cada pessoa terá uma reação diferente à infecção. A regulação do peso corporal difere de pessoa para pessoa, e para algumas pessoas, a exposição ao vírus pode ser um fator menos importante.

O próximo passo que os pesquisadores querem dar é saber se as crianças que são obesas e expostas ao vírus respondem aos métodos de perda de peso de maneira diferente do que as crianças que nunca foram expostas ao vírus.

Eles também disseram que se houver pelo menos uma parte da obesidade que é causada por infecções, há um potencial para criar uma vacina para prevenir esse tipo de obesidade. Nesse caso, seriam necessários estudos para definir quem deveria tomá-la. [LiveScience]

1 comentário

  • Thiago:

    Agora a moda é culpar a gordura através de virus, isto simplesmente é improcedente, faz parte de uma racionalização estúpida (correlação não implica causação) para explicar o que todo mundo se nega a perceber, simplesmente quem come demais engorda, não tem segredo, não tem misério, é assim desde milênios, virus da gripe só afetam as vias aéreas superiores, e por lá ficam, agora por imcompetência dos pais de alimentarem bem os seus filhos vão tentar procurar a todo custo uma outra explicação para retirar-lhes a culpa.

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