Você também pode ser o Homem de Ferro… ou quase

Por , em 9.10.2011

O que é preciso para ser um super-herói? Para a maior parte das pessoas, sorte: nascer no lugar certo na hora errada, como o Super-Homem na véspera da destruição de Krypton, ou se expor à um radiação ionizante e de alguma forma desenvolver habilidades sobre-humanas, ao invés de câncer, como o Homem-Aranha e Hulk.

Depois, há aqueles excessivamente ambiciosos multimilionários – Bruce Wayne, Oliver Queen e Tony Stark – que deixam de ser os mimados malvados para se tornarem Batman, o Arqueiro Verde e o Homem de Ferro, respectivamente.

Estes super-heróis não mutantes super ricos não têm poderes sobre humanos. Pelo contrário, eles confiam em sua inteligência, habilidade e força. Isso levanta a questão: se você tivesse alguns milhões de reais, é possível ser um super-herói?

A resposta é sim. Bem, pelo menos quase, de acordo com E. Paul Zehr, professor de neurociência.

Zehr analisa o Homem de Ferro, em especial no seu último livro, “Inventing Iron Man: The Possibility of a Human Machine” (Johns Hopkins University Press, 2011). O livro é repleto de imagens de figuras de ação do Homem de Ferro e contos reais de seu treinamento.

A base da pesquisa do autor inclui a neuroplasticidade, semelhante à religação neural, associada com o treinamento e reabilitação. Esta experiência, combinada com a curiosidade infantil de Zehr e sua eficiência em artes marciais, faz do livro uma exploração fascinante do potencial humano.

Em suma, sem querer estragar ou adiantar o livro, levaria anos para construir a armadura do Homem de Ferro, anos para se acostumar com a vestimenta e anos de treino para aprender a lutar e voar. Assim, você estaria na meia-idade antes que você pudesse começar sua carreira de Homem de Ferro.

Contudo, os conceitos de super-herói estão sendo inventados a cada dia.

Por exemplo, o traje de ferro do Iron Man evoluiu consideravelmente desde sua estreia em 1963, na história em quadrinhos da Marvel – passou de um cavaleiro com uma armadura para algo elegante e flexível. Também é assim na vida real para as roupas de proteção, coletes à prova de balas, macacão de astronauta… A encarnação moderna do Homem de Ferro tem agora um melhor controle de seu terno, como se fosse sua pele. Também é assim para as prótese. Estamos entrando em uma era de interface cérebro-máquina, na qual meros pensamentos podem controlar um cursor de computador.

E como Homem de Ferro pode voar, também pode o “Homem Jato” Yves Rossy, a primeira pessoa a conseguir voar prolongadamente com asas a jato nas costas. Rossy, de 52 anos de idade, de fato é muito parecido com qualquer super-herói em formação, correndo contra a velhice para aperfeiçoar sua “super” capacidade.

Mas aí vem a dose de realidade. Enquanto a armadura do Homem de Ferro é quase indestrutível, o homem interior não é. Tony Stark, em última análise, estaria condenado por choques e outros ferimentos.

Sabe-se que as lesões na cabeça, a longo prazo, podem causar depressão e transtornos cognitivos – mesmo depois de muitos anos após a batida. Mais perigosas ainda são as ondas de choque das explosões que muitos soldados experenciam, que rasgam o corpo com a velocidade do som.

O Homem de Ferro é exposto a impactos e ondas de choque que são amplificados através do ferro, tornando as coisas piores. Após uma década de tanta porrada, seria improvável que Stark mantivesse sua inteligência para operar a armadura, quiçá combater o crime.

Além disso, a interface cérebro-máquina só agora é um campo emergente. Macacos e seres humanos devem treinar por semanas ou meses para fazer algo tão simples como mover um cursor de computador com seus pensamentos. E será sempre difícil, porque sua mente tentará fazer algo que ela nunca foi programada para fazer.

O terno do Homem de Ferro precisa ser conectado ao corpo de Tony Stark, é como se fosse uma extensão dele; o Homem de Ferro não é apenas um cavaleiro de armadura. Este controle total levaria anos e anos de treinamento dedicados a dominar a máquina e os circuitos artificiais certamente iriam quebrar ou viver com mau funcionamento, particularmente na presença das ondas de choque acima mencionadas.

Por útlimo, há as consequência óbvias. Se a velhice não apanhar o “Homem Jato” Rossy, um acidente incapacitante ou fatal pode. A mesma constatação é válida para qualquer proeza de super-heróis.

Mas não fique chateado com tantos empecilhos. O livro “Inventing Iron Man: The Possibility of a Human Machine” é uma história de esperança. Não é preciso ir tão longe para ver que existem homens e mulheres da vida real que são de ferro, feridos em batalha, que se reinventam para recuperar a força e a mobilidade. Muitas das lutas que o Homem de Ferro consideraria pesada, estas pessoas encontram todos os dias. [LiveScience]

16 comentários

  • Sérgio Luiz Kardoso:

    isso é bem mais possivel doque parece…estou desenvolvento algo similar em minha garagem….

  • aguiarubra:

    Realmente, com o avanço da tecnologia, acredito que não demorará muito para que os piores empecilhos para a existência de “homens-de-ferro” sejam superados e surjam, por ai, soldados e policiais com as mesmas capacidades mostradas nas HQ’s e telas de cinema.

    Por isso, preocupo-me com os “supervilões” que se aproveitarão dessa tecnologia também…

  • carlosf:

    então me diga, de que são feitos os tanques de guerra?

  • eduardo:

    Cara, sinceramente, acho mais viável o surgimento de “capitães américas” do que “homens de ferro”… a ciência miomédica do cpt. américa é mais realista do que a parafernálha do Tony Stark…
    Tudo bem que hj em dia já estamos acostumados a ouvir no notíciário sobre exoesqueletos, interface cérebro-máquina, lasers, etc… mas acho que o custo dessas engenhosidades será um empecílho significativo para a produção real de uma vestimenta com todos esses itens bacanas do homem de ferro…
    Em contrapartida, as pesquisas com células-tronco e a reprogramação genética estão caminhando em passos largos na busca de mehorias para a saúde… melhor ainda, na busca para a perfeição humana…
    Há casos de pessoas que nascem com condições extraordinárias, tais como super memória (hipertimesia) e super músculos/força (miostatina)…
    A biomedicina hj é um campo tão avançado que os cientistas já puderam até reconstruir o cérebro danificado de um roedor…

    Se me perguntassem que herói eu gostaria de ser, levando em consideração a realidade dos dias atuais, eu escolheria o capitão américa…

    • Tony Amorim:

      Por que não combinar o melhor dos dois mundos? Nada impede que se tenha os dois.

    • Andy:

      Eu escolheria o Dr.Manhattam! Poderes de um deus…O.O parece legal!

  • H. K. Kox:

    Nostalgia DRIVE!!

  • Tony Amorim:

    Só pra constar:

    A armadura do homem de ferro NÃO é feita de ferro!!! assim como o super-homem é chamado de “homem de aço” sem ter pele de aço e o mico-leão-dourado, não é a estátua de ouro de um felino parecido com um mico, ok?

  • wigadel:

    Olha eu sou milhonario ja pesquise ,consutei ,tentei mas não tem como fase uma armadura ou ropa parecida como a dele e nem armas a leiser como as que tem nas mãos , entçao .ISSO É TUDO MENTIRA…

    • Andy:

      Pow, é um milionario mas nem tem dinheiro pra pagar uma escola decente? Que coisa hein…

    • Nik:

      Não sei se você percebeu, mas parece que quem digitou esse comentário é uma criança. x.x’

    • Andy:

      É claro que eu sei, apenas entrei no jogo dele e fiz um irônia sobre ser milionário e não saber as palavras corretamente, ou você achou mesmo que eu achei que ele era um milionario? rsrs

    • Nik:

      Só não me parece justo…

    • Jack:

      Não sei se vc percebeu quem te criticou pela ironia tbm parece ser uma criança…haha

  • Nik:

    Tem mais! 😀

    – Seria preciso ter licença para matar e destruir tudo que fosse necessário.
    – Todo super-herói precisaria de uma equipe de advogados, um salário bem gordo do governo, plano de saúde especial, etc…
    – O governo também precisaria gastar milhões todos os meses (ou dias!) para reparos na cidade.
    – As seguradoras também teriam que se render a esses “acidentes novos”, seria um caos.
    – Sem contar que da mesma forma que o crime organizado evolui a cada dia, seria o começo de uma nova era de “super vilões” (ou mega, ou ultra… sei lá).

  • Wolf:

    to sem palavras.

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