5 motivos pelos quais você se sente preso em seu trabalho (e como superá-los!)

Por , em 28.05.2014

Eu não preciso de poderes paranormais para saber que, se você trabalha há pelo menos um ano, seja na profissão dos seus sonhos ou não, em algum momento já se sentiu preso ao seu trabalho.

Se você ainda não sentiu isso, a probabilidade de que venha se sentir amarrado a um beco sem saída, em algum momento, é de 99,9%. Não pense que sou uma pessimista. Esse sentimento simplesmente faz parte de algum momento da nossa jornada.

Eu escolhi ser publicitária desde muito cedo. Inspirada no publicitário do século, o grande e incomparável Washington Olivetto, meu sonho era entrar em uma faculdade federal e me tornar referência no mercado publicitário. Primeira parte do sonho: check. Me formei pela Universidade Federal do Paraná, em 2011. Segunda parte do sonho: não tão simples assim.

Com o tempo, vamos descobrindo que há muitas possibilidades para seguir carreira em uma área. Durante esse percurso, pulando de galho em galho em busca do tronco perfeito, a gente pode sentir que alguma coisa não está certa. Dificuldades aparecerem em todo o local de trabalho, e às vezes nos fazem repensar toda as nossas escolhas.

Se você sabe que está na profissão certa, apesar de ter que se convencer algumas vezes, vale a pena ficar, sempre acreditando na máxima “dias melhores virão”. De tudo o que pode lhe acontecer, no mínimo algumas lições você vai ganhar.

Se você está passando por um mal momento no seu emprego, a ponto de arrumar desculpas para faltar, ficar se perguntando todos os dias “que raios eu estou fazendo aqui” e carregar um baita peso nos seus ombros por ter que conviver com um trabalho que não te faz feliz, eu tenho duas coisas para dizer a você: a primeira é que isso pode eventualmente passar. E a segunda é que depende de você.

Ficar preso a uma ambiente de trabalho que não corresponde às suas expectativas é quase tóxico, e pode causar danos consideráveis tanto a você quanto à sua carreira. Ao longo do tempo, você começa a se esquecer de todos os sonhos que tinha quando aceitou um determinado trabalho (ou quando escolheu a sua profissão), e deixa de ser ambicioso, como se orgulhava ser. E aí você começa a se sentir nostálgico – independente da sua idade – sobre como um dia foi confiante e destemido.

Como eu odeio a ideia de qualquer pessoa presa em um verdadeiro pesadelo, resolvi me inspirar em um texto de Steve Errey, escrito para a Forbes, para fazer uma lista breve, porém muito sábia, de pensamentos que podem fazer você se sentir assim. E, quem sabe, identificá-los seja um caminho para enfrentá-los de uma vez e dar um novo rumo a sua vida:

1. Você pensa que todos os outros são melhores que você

Se você tem o hábito de se depreciar em relação a seus colegas de trabalho, pare. Nada de bom pode sair daí. Você vai começar a se sentir muito, muito mal a respeito de si mesmo. O que, obviamente, abala sua confiança e corta suas asas pouco a pouco. Então, você vai perdendo tanto a vontade de voar que passa a acreditar que não é mais capaz.

Se você só ver as outras pessoas como mais qualificadas, mais capazes, ou mais talentosas, vai sentir que precisa ficar fora dos holofotes para evitar a possibilidade de receber críticas. O impulso natural, então, quase instintivo, é construir muros bem altos ao seu redor para evitar ser visto. Até o momento que você fica preso ali, na barreira que você mesmo construiu.

Para não cair nessa armadilha, é fundamental (para o seu próprio bem) entender que cada um tem uma habilidade pela qual se destaca. Um pode ser ótimo em organizar e comandar reuniões, outro pode ter ideias incríveis, e outro ser um gestor sem igual. Encontre o seu ponto forte e mostre o que você pode fazer de diferente com ele.

Todo mundo é melhor e pior do que os outros em um número infinito e ilimitado de escalas, de forma que na maioria das vezes as comparações nem fazem sentido. Seja confiante e aplique seu melhor no que você faz. Esse é um bom caminho para o sucesso.

2. Você acredita que o “mundo lá fora” é ainda mais difícil

Querendo ou não, o simples fato de ter um emprego (por pior que ele pareça) é uma situação um tanto confortável. Especialmente se você está suportando o seu há uma certa quantidade de tempo. É aquela coisa: “não é o melhor emprego do mundo, mas paga as contas”. E aí, das duas uma: ou você tem medo de mudar, ou acha que esse processo vai ser muito difícil e fica encontrando uma lista de coisas que podem dar errado, para justificar o fato de que você sequer vai tentar.

Sim, alguns mercados são mais difíceis que outros. Mas e daí? Se é difícil para um, é difícil para todo mundo. Portanto… Se todo mundo tem o mesmo problema, ninguém tem um problema. Tudo é uma questão de acreditar e, claro, começar a agir. Tentar não é sinônimo de conseguir. Mas quem consegue, é porque tentou. E geralmente tentou muito.

3. Você se convence a pagar esperar para ver

“Vamos ver o que vai acontecer daqui pra frente”. “Vamos esperar até o fim do ano, quem sabe alguma coisa mude”.

Como eu falei antes, viver a espera de um milagre, especialmente nessa situação, é um grande atraso de vida.

Não perca tempo duvidando de você mesmo, quando você poderia estar colocando algum plano em prática. Suas escolhas devem ser baseadas no que é importante para você, não nos seus medos e suposições. Se der errado, tente de novo. É simples assim.

4. Você não sabe o que quer

Parece óbvio, mas vou dizer mesmo assim – por desencargo de consciência: é muito difícil conseguir o que você quer quando você não sabe o que é que você quer. E quando você não sabe o que quer, parece que a única opção válida disponível é ficar onde você está até que uma luz divina apareça para mostrar o caminho. Mas, olha. Há pelo menos uma outra opção.

Você pode começar fazendo algumas perguntas a si mesmo. Você quer ter mais autonomia? Horários mais flexíveis? Quer gestores que sejam mais “cabeça aberta”? Quer uma equipe mais dinâmica? Gostaria de ter mais liberdade para usar sua criatividade? Ou ter mais responsabilidades?

São perguntas simples, mas um tanto esclarecedoras, ainda mais porque elas não precisam ser respondidas com exatidão. O que importa é encará-las e ser confiante o suficiente para encontrar suas respostas.

5. Você sente que precisa se provar

A crença de que você tem que cumprir seus prazos e estar sempre à frente de seus colegas de trabalho, provando a si mesmo o tempo todo, é um dos mitos mais perniciosos e prejudiciais que existe no mundo do trabalho. Ele alimenta um sentimento de ter que fazer aquilo que se espera de você (aquilo que seu chefe espera de você, ou seus pais, amigos e a sociedade de uma maneira geral), e isso é uma maneira infalível de se sentir preso e infeliz.

A verdade é que você não tem que provar nada a ninguém. Você apenas tem que se sentir livre o suficiente para fazer o seu melhor trabalho. E estar aberto para receber os frutos que dele vierem.

E tem outra: às vezes, fazer aquilo que ninguém espera é o melhor jeito de se destacar. O elemento surpresa, desde que positivo, pode ser um diferencial admirado não só pelo seu chefe, como também pelos seus colegas de equipe. Pode ser um jeito de recuperar sua confiança. E reconhecer o seu valor.

Surpreenda. E seja a primeira pessoa impactada com sua própria mudança. [Forbes]

3 comentários

  • Joly:

    Olá Gabriela, bom o teu artigo. Encontrei um erro de concordância no início do 6º parágrafo. Abraço!

  • Fagno Silva:

    Dica infalível ! quando entrar no trabalho desde o primeiro salário guarde dinheiro pra sua própria segurança ! tenha dinheiro pra poder ter tempo e buscar um novo emprego quando tudo aquilo se tornar insuportável!
    Eu trabalhei 4 anos em uma grande empresa! canhava em média 90 mil por ano com passagem aéria ,faculdade paga ,vários curso no brasil e exterior etc. mas eu odiava tudo na empresa! juntei dinheiro fui pra outro estado e outra empresa ,hoje ganho bem menos e sou bem mais feliz!

    • JG Costa:

      Boas dicas no texto e excelente complemento Fagno!

      Fundamental para mim é o desafio diário, sem ele o meu trabalho perderia totalmente o sentido.

      Como cita em suas palestras o excelente Waldez Luiz Ludwig, muitas vezes não dá para fazer o que se gosta, mais é importantíssimo gostar do que se faz, vestir literalmente a camisa, fazer a diferença.

      Abraços.

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