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Por , em 2.01.2014

Um novo estudo norte-americano mostrou que a cirurgia bariátrica resulta em perda de peso substancial e pode fazer com que algumas doenças relacionadas com a obesidade retrocedam. Há algum risco de complicações, mas as taxas de mortalidade parecem ser menores do que se imaginava, relataram os pesquisadores, depois de analisar cerca de uma década de dados recentes.

Eles estavam interessados ​​em atualizar os conhecimentos sobre a eficácia e segurança de vários tipos de cirurgia para perda de peso, incluindo o balão gástrico, a banda gástrica ajustável, gastroplastia vertical com bandagem e gastrectomia vertical.

Estes procedimentos cirúrgicos são usados ​​em pessoas que são severamente ou moderadamente obesas e sofrem com sérios problemas de saúde relacionados com o peso. A última vez que houve uma grande atualização de pesquisa cirúrgica bariátrica foi em 2003.

“Avaliações anteriores incluíram dados de ensaios clínicos e estudos publicados antes de 2003. Contudo, por causa dos avanços na tecnologia da cirurgia bariátrica e acúmulo de experiência dos cirurgiões, as informações fornecidas em comentários anteriores estão desatualizadas”, explica Su-Hsin Chang. Chang é instrutor da Divisão de Ciências da Saúde Pública do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina Universidade de Washington, em St. Louis, Missouri, e liderou o novo estudo.

“Nós tínhamos planejado responder a perguntas gerais a respeito da eficácia e os riscos do tratamento cirúrgico da obesidade e qual o procedimento cirúrgico é o mais eficaz”, disse Chang. Os resultados foram publicados na revista “JAMA Surgery”. Os pesquisadores revisaram 164 estudos conduzidos 2003-2012, que incluiu um total de 161.756 pacientes. Em média, os pacientes tinham cerca de 45 anos de idade e quase 80% eram do sexo feminino.

O índice médio de massa corporal (IMC), uma medida do peso em relação à altura, de pacientes antes da cirurgia era de quase 46. Um IMC de 18,5-24,9 é considerado peso normal e um IMC de 35 ou mais é considerado obeso. O peso dos pacientes antes da cirurgia era de, em média, 124 kg. Mais de um quarto dos pacientes tinham diabetes, quase metade tinha pressão alta e quase 30% tinham níveis elevados de colesterol. 7% sofriam com doenças cardíacas e 25% tinham apneia do sono.

O grupo de Chang verificou que o IMC dos pacientes caiu em uma média de 12 a 17 pontos no prazo de 5 anos após a cirurgia. Os pesquisadores também descobriram que a diabetes, pressão alta e apneia do sono melhoraram significativamente. Entre 86% e 92% dos pacientes com diabetes tiveram remissão da doença. O mesmo aconteceu com cerca de 75% das pessoas com pressão arterial elevada.

O colesterol elevado e as doenças cardíacas foram revertidas em taxas um pouco menores, mas a apneia do sono desapareceu ou melhorou dramaticamente em mais de 90% dos que sofriam com ela pré-cirurgia.

As taxas de mortalidade variaram de 0,08 dentro de um mês da cirurgia para 0,31 após 30 dias. As taxas de complicação variaram de 10% a 17% e a proporção de operações que precisava de ser repetida foi de 6% a 7%.

Cirurgias de balão gástrico foram as mais eficientes em termos de perda de peso a longo prazo, porém o procedimento teve as maiores taxas de complicações. A gastrectomia tubular se mostrou quase tão eficaz quanto o balão gástrico. Bandas gástricas ajustáveis ​não foram tão eficazes, mas eram as mais seguras.

“A cirurgia de perda de peso proporciona efeitos substanciais não apenas na perda de peso, como também melhora as condições relacionadas com a obesidade na maioria dos pacientes bariátricos, embora existam riscos de complicação, reoperação e mortalidade”, detalhou Chang.

“O artigo é muito interessante e devido”, opinou a Dra. Pratt Vemulapalli. Vemulapalli é diretora de cirurgia bariátrica e uma professora associada de cirurgia no Centro Médico Montefiore do Hospital Universitário da Faculdade de Medicina Albert Einstein, em Nova York. Ela não esteve envolvida no estudo.

“Aqueles de nós fazemos a cirurgia bariátrica já vimos isso com os nossos próprios pacientes e em estudos que têm sido publicados, mas esta meta-análise simplesmente amarra os dados e embrulha a impressão [que já tínhamos] como um presente em um pacote”, ressaltou. [Reuters]

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