Nibiru, também conhecido como Planeta X, existe?
Era uma vez um planeta esquivo, que por 200 anos pareceu explicar a órbita vacilante de Urano. Havia também a estrela-irmã do sol, que em teoria estava perto do nosso sistema solar e fazia com que asteroides se desviassem em direção à Terra. Há apenas um problema: pesquisadores dizem agora que nem o “Planeta X” (ou “Nibiru”) nem “Nemesis” jamais existiram. Pelo menos “provavelmente” não.
Nibiru jamais existiu
“O sistema solar exterior provavelmente não contém um grande planeta gigante de gás (que seria o ‘Planeta X’) nem uma pequena estrela companheira (‘Nemesis’)”, concluiu o astrônomo Kevin Luhman, da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, que liderou o estudo, usando o telescópio WISE (Wide-field Infrared Survey Explorer), da NASA. Os resultados foram publicados na edição mais recente da revista especializada “The Astrophysical Journal”.
A maioria das teorias sobre o assunto havia estimado que o Planeta X tivesse até quatro vezes o tamanho de Júpiter, o maior planeta do nosso sistema solar. Os estudos prévios tinham sugerido que o enigmático planeta pudesse ser encontrado a aproximadamente 1,486 bilhões de quilômetros do sol, ou cerca de 10 mil vezes mais distante do que a órbita da Terra. As imagens capturadas pelo telescópio WISE e analisadas pela equipe de Luhman não detectaram qualquer objeto maior do que Júpiter.
O professor de astronomia e astrofísica não descarta a possibilidade de que de fato exista um planeta à espreita em algum lugar no cinturão de asteroides. Afinal, seria difícil encontrar Nibiru se ele estivesse alinhado com uma estrela brilhante que “cega” o telescópio, ou se o planeta na realidade for muito menor do que o imaginado. Porém, depois desta última pesquisa, Luhman afirmou que as chances de se encontrar o planeta procurado são “muito improváveis”. “As chances são de uma em cem, mais ou menos”, quantifica.
Os cientistas estão atrás do Planeta X já há um bom tempo. Eles imaginaram a existência de Nabiru no longínquo ano de 1781, quando Urano foi descoberto. O planeta gigante e gasoso surpreendeu os astrônomos com suas variações orbitais, aparentemente incompatíveis com a lei da gravidade de Newton. Os observadores concluíram que estas irregularidades poderiam ser explicados pela existência de um outro planeta desconhecido que exercesse sua própria força gravitacional sobre Urano, o que explicaria sua órbita vacilante.
As tentativas de encontrar este planeta misterioso levaram à descoberta de Netuno, em 1846. Mas a massa estimada de Netuno não podia explicar os desvios da órbita de Urano. Insatisfeitos, os astrônomos continuaram na busca incessante pelo Planeta X. Falharam novamente. Desta vez, a procura acabou ocasionando a descoberta de Plutão, em 1930. Outra vez, contudo, o planeta anão era muito pequeno para explicar o caminho irregular que Urano descreve em torno do sol.
Finalmente, na década de 1990, o enigma parecia ter chegado ao fim. Pesquisadores, à época, declararam que eles tinham superestimado um pouco a massa de Netuno, o que significava que o planeta poderia, sim, ser a razão para o comportamento orbital de Urano. No entanto, o time que acreditava piamente na existência do Planeta X ainda não estava convencido.
Já a existência de Nemesis, uma estrela parecida com o sol que estaria pairando nas proximidades, foi postulada pela primeira vez na década de 1980. Por estar gradativamente se aproximando cada vez mais do nosso sol, a estrela estaria interferindo na órbita de cometas e asteroides, levando-os a ocasionalmente atingir a Terra. Mais especificamente em 1984, paleontólogos afirmaram que uma estrela escura companheira do sol poderia explicar a ocorrência periódica de extinções em massa em nosso planeta.
Um corpo maciço teoricamente poderia perturbar objetos na Nuvem de Oort (uma nuvem esférica de cometas e asteroides nunca observada que possivelmente se localiza nos limites do sistema solar, a cerca de um ano-luz do sol), arremessando cometas com uma força e velocidades mortais para cá. Os cientistas sugeriram que o astro Nemesis poderia ser uma anã vermelha ou uma anã marrom muito fraca para ser observada.
Acredita-se que estas colisões tenham sido as responsáveis pelas cinco grandes extinções em massa que aconteceram em nosso planeta nos último 540 milhões anos. O episódio deste tipo mais recente culminou na morte dos dinossauros, extintos há 65 milhões de anos. “Ao longo dos anos, houve diferentes evidências que nos deram a pista de que poderia existir algo ali”, explica Luhman. Mas o telescópio WISE não encontrou nada.
A caçada na busca pelo Planeta X e por Nemesis pode não ter trazido resultado nenhum a princípio, mas o estudo descobriu 3.525 estrelas e anãs marrons (corpos celestes de baixa luminosidade que não são capazes de realizar a fusão do hidrogênio em seu núcleo e cuja massa as posiciona entre uma estrela e um grande planeta) em um raio de 500 anos-luz do sol.
“Nós achamos que há ainda mais estrelas para serem encontradas lá fora, com o WISE. Sistemas estelares vizinhos que estavam escondidos simplesmente surgiram nos dados do telescópio”, conta o professor e astrônomo Ned Wright, da Universidade da Califórnia, Estados Unidos, que contribuiu para o estudo. “Nós não conhecemos tão bem o quintal do nosso sol como poderíamos imaginar”, conclui. [Phys.org e Space.com]
8 comentários
A órbita de Netuno é estranha e ainda não foi solucionada. Um planeta escuro que não reflete nada poderia interagir e passar despercebido
De onde você tirou isso, Luiz Renato? 1. A órbita de Netuno NÃO É ESTRANHA, e é bem conhecida, e um “planeta escuro” que não reflete nada ainda assim tem temperatura e emite radiação infravermelha, e não poderia passar despercebido, não se ele interagisse…
Será que ainda serão descobertos planetas razoavelmente grandes no cinturão de asteróides? Por não estar tão distantes de nós, eu imaginanva que este cinturão já fosse completamente conhecido.
Andre, todos os corpos maiores já foram descobertos. Um planeta razoavelmente grande deveria refletir luz razoavelmente forte e já teria chamado a atenção de astrônomos. Se corpos tão pequenos como Ceres já foram descobertos, outros maiores não teriam como se esconder, principalmente se considerarmos a caçada que foi feita no século 18 ao planeta hipotético que deveria ocupar aquela órbita segundo a lei de Titios-Bode.
Esse planeta Nibiru não deve existir provavelmente. Mas sinceramente falando de Ets superevoluidos, eu admito a possibilidade de existir civilizações altamente desenvolvidas nos monitorando com suas espaço-naves superluminais a um bom tempo. Devem existir regras para a Federação intergalática rsrs, igual aquela regra do Startrek que é mais ou menos assim “Não interferir na evolução de uma civilização em desenvolvimento”. Achar que somos os únicos seres inteligentes do universo é algo muito improvável.
A própria falta de compreensão da gravidade afeta a crença da existência desse planeta. Um exemplo: O planeta Netuno foi comprovado na ponta do lápis através de calculo com base na perturbação gravitacional em Urano. Agora imaginem algo 10 vezes maior que Júpiter e junto com uma estrela anã marrom? Acredito que todos os planetas deveriam estar fora do eixo se existisse algo desse tipo.
Tem mais problemas, uma estrela marrom brilharia pelo menos tanto quanto Júpiter, quando estivesse próximo da órbita deste. E Júpiter é bastante brilhante.
O Zecharia Sitchin conseguiu criar um mito moderno. Talvez por causa do mito criado pelo Erich von Däniken, o dos “antigos astronautas”. Combina isto com uma geração que não quer saber, quer acreditar…