Nova teoria da gravidade passa por seu primeiro teste

Por , em 16.12.2016

Uma equipe liderada pela astrônoma Margot Brouwer, do Observatório Leiden (Países Baixos), testou a nova teoria de física teórica de Erik Verlinde pela primeira vez. Brouwer e sua equipe mediram a distribuiçãoo da gravidade ao redor de mais de 22 mil galáxias. A conclusão é que a teoria de Verlinde combina bem com a distribuição da gravidade observada. Os resultados foram aceitos para publicação na revista britânica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

A gravidade das galáxias curvam o espaço de forma que a luz que viaja nesses espaço também se curva, como se passasse por lentes. Seria como se uma galáxia mais próxima de nós funcionasse como uma lente para a luz emitida por uma galáxia mais distante localizada atrás dela.

Astrônomos perceberam, porém, que em distâncias de até cem vezes o raio da galáxia, a força da gravidade é muito maior do que Einstein previu em sua teoria. A teoria existente só funciona quando partículas invisíveis, a matéria escura, entram na equação.

Verlinde alega que ele não só explica os mecanismos por trás da gravidade com sua teoria alternativa, como também explica a origem da misteriosa gravidade extra, que é atualmente atribuída à matéria escura. A teoria de Verlinde prevê quanta gravidade deve haver em um local com base na massa da matéria visível.

Brouwer calculou a previsão de Verlinde para a gravidade de 33.613 galáxias, com base na massa visível delas. Ela comparou sua previsão com a distribuição de gravidade medida pelas lentes gravitacionais, para testar a teoria de Verlinde.

A conclusão é que a previsão dele está de acordo com o que foi observado com a distribuição de gravidade, mas a pesquisadora enfatiza que a matéria escura também poderia explicar essa gravidade extra. A única diferença é que a massa da matéria escura é um parâmetro livre, que deve ser ajustado conforme a observação, enquanto a teoria de Verlinde traz uma previsão direta, sem parâmetros livres.

Por enquanto a nova teoria só pode ser aplicada a sistemas isolados, estáticos e esféricos, enquanto o universo é dinâmico e complexo. Várias observações não podem ser explicadas por essa nova teoria, então a matéria escura continua no páreo. “A pergunta é como a teoria se desenvolve, e como pode ser testada de forma aprofundada. Mas o resultado do primeiro teste definitivamente parece interessante”, diz Brouwer. [Phys.org]

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