Urina pode ser usada como combustível

Por , em 28.07.2010

Todo dia, pela manhã, você acorda e vai direto ao banheiro desperdiçar um pouco de um combustível valioso. Pelo menos é essa a realidade que está sendo criada por um cientista de um laboratório de Bristol (Inglaterra), que está usando a urina para gerar energia. Eles desenvolveram um robô, chamado de EcoBot-III, que funciona perfeitamente apenas à base de urina. O projeto levou três anos e meio para ficar pronto, e rendeu um prêmio de 564.561 libras esterlinas (algo em torno de um milhão e meio de reais!) ao seu criador, o biólogo Ioannis Ieropoulos.

A máquina, basicamente, funciona da seguinte maneira: o robô é movido por “Células a Combustível Microbianas” (MFCs, na sigla em inglês), uma tecnologia que já era usada para gerar energia a partir de água de esgoto. A diferença, nesse caso, é que as Células usam culturas de bactérias que se alimentam da urina, a digerem e liberam energia no processo, colocando o EcoBot-III em funcionamento.

O desafio agora é ampliar as bases de pesquisa nesse campo. Um dos problemas que ainda estão por resolver é que as MFCs, por enquanto, ainda funcionam apenas isoladamente e precisam estar ligadas a um gerador elétrico. Os pesquisadores pretendem criar uma espécie de “pilha de MFCs”, na qual várias células atuem em conjunto e de forma independente, o que deverá gerar muito mais energia.

Antes de descobrir o uso da urina, Ieropoulos já havia tentado uma variedade de outros materiais biodegradáveis, tais como frutas podres, grama, cascas de camarão e moscas mortas. O objetivo era achar algo que, digerido pelas bactérias, gerasse o máximo em energia. Até agora, nenhum material teve o mesmo desempenho da urina, que é rica em nitrogênio e tem compostos como a uréia, cloro, potássio e a bilirrubina, um composto derivado da hemoglobina que é excretada pelos rins. Esse conjunto de elementos torna a urina quimicamente muito ativa, fazendo dela um combustível excelente. Ela tem, segundo Ieropoulos, um imenso potencial ainda não explorado na geração de energia, porque as MFCs ainda têm muito em que se aperfeiçoar.

Retirar energia de produtos biodegradáveis pode modificar a maneira como tratamos nossos dejetos. Ieropoulos explica que não apenas a urina, mas outros rejeitos do corpo humano também teriam potencial para extração de energia, sem falar em outros líquidos que hoje jogamos fora, como a água de esgoto (a equipe do cientista já fez um “convênio” com a estação de tratamento de esgoto da cidade). A solução para o fim dos combustíveis fósseis, ao que parece, está em transformar nossos dejetos em combustível. [Science Daily]

6 comentários

  • Roberto:

    Para os homens será mais prático o reabastecimento. A solução será aquilo que nós achamos que é rejeito? Há pessoas que bebem urina! Eu prefiro beber e urinar no tanque. Economizo uma grana! E pensar que pouparia não urinando no vaso.

  • nice:

    seria ótimo que desse certo, pois quando faltasse combustivel ia abastecer no bar e não no posto, era só falar com os bons de copo.

  • claudemir da silva:

    o bom quer esse combustivel sai de graça

  • Luan:

    muito bom, espero que ele consigam também fazer dos eletrodomésticos, eletroeletrônicos, pilhas,baterias jogados foras uma forma de produção de energia também!. fazendo um robô come-come.

  • Escola de Surf Floripa Surf Club:

    Interessante.

  • Wanderson:

    Legal.Uma outra caracteristica da urina que não se falou aí é que ela fede pra caramba!Se eles inventarem uma solução pra isso,ótimo,se não,em um futuro próximo,ao invés do cheiro desgradável de gasolina,teremos o cheiro intragável de mijo na hora do rush.

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