5 controversos tratamentos de saúde mental

Por , em 5.06.2013

Transtornos psiquiátricos são geralmente tratados com terapia cognitiva (conversa) e/ou medicamentos, mas quando esses tratamentos não funcionam, médicos e pacientes às vezes se voltam para procedimentos menos comuns, controversos. Embora esses tratamentos, que incluem o envio de “choques elétricos” através do cérebro, possam parecer extremos, alguns estudos sugerem que, em certos pacientes, eles podem ser muito eficazes.

Confira cinco tratamentos não convencionais para problemas de saúde mental:

5. Terapia de eletrochoque

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A eletroconvulsoterapia (ECT), usada pela primeira vez em 1930, envolve a colocação de eletrodos na testa do paciente para passar correntes elétricas através de seu cérebro, a fim de induzir uma convulsão com duração de 30 a 60 segundos.

Nos primeiros anos da terapia, os pacientes não recebiam anestesia e elevados níveis de eletricidade eram usados. Hoje em dia, o tratamento é mais seguro, porque os pacientes recebem anestesia e as doses de eletricidade são muito mais controladas, conforme explica a Clínica Mayo, mas o tratamento ainda é controverso.

Isso porque ele pode afetar a memória de curto prazo e, em casos raros, causar problemas cardíacos. Devido a estes efeitos secundários potenciais, a ECT nunca deve ser usada como primeira opção de terapia.

Mas, para as pessoas que já tentaram outros tratamentos e não tiveram nenhuma melhora em seus sintomas, a ETC pode ser muito eficaz: 75 a 85% dos pacientes que recebem a terapia se recuperam de seus sintomas, segundo especialistas.

ECT normalmente é usada para tratar doentes que estejam gravemente depressivos e em risco de suicídio e, em alguns acasos, para tratar esquizofrenia e mania grave.

4. Estimulação cerebral profunda

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A estimulação cerebral profunda, que envolve a implantação de um dispositivo que envia impulsos elétricos para o cérebro, está sendo estudada como um tratamento para transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) grave, depressão e dependência de drogas.

A terapia já está aprovada para tratamento de tremores da doença de Parkinson e distonia. Em 2009, a Administração de Alimentos e Drogas dos EUA aprovou a estimulação cerebral profunda para o tratamento de transtorno obsessivo-compulsivo, embora os pacientes sejam obrigados a ter tentado outros tratamentos por pelo menos cinco anos até poderem se qualificar para o procedimento.

Após a estimulação cerebral profunda, alguns pacientes com TOC mostram melhorias no humor, bem como uma diminuição da ansiedade e uma melhor resposta às terapias de comportamento que não estavam funcionando antes.

No entanto, especialistas advertem que o tratamento não é uma cura. “O procedimento simplesmente torna o paciente de TOC grave em um paciente médio”, diz o Dr. Benjamin Greenberg, psiquiatra da Universidade Brown (EUA).

3. Estimulação magnética transcraniana

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Outro tratamento não convencional para a depressão é a estimulação magnética transcraniana. O tratamento utiliza campos magnéticos para alterar a atividade em certas regiões do cérebro, e envolve a colocação de uma bobina eletromagnética na testa, mas não necessita de cirurgia.

De acordo com a Clínica Mayo, os pesquisadores não sabem exatamente como o tratamento funciona, mas pensa-se que os campos magnéticos estimulam regiões do cérebro envolvidas no controle do humor.

Em 2008, o processo foi aprovado como tratamento para a depressão em pessoas que não responderam a outras terapias. Possíveis efeitos colaterais incluem dores de cabeça, espasmos faciais, tonturas, e, menos comumente, convulsões e perda de audição.

2. Psicocirurgia

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Uma cirurgia no cérebro para transtornos mentais chamada de psicocirurgia (ramo da neurocirurgia que modula a performance do cérebro e assim afeta mudanças na cognição) tem sido praticada desde a década de 1930, embora seja muito controversa. As primeiras operações do tipo, como a lobotomia praticada nos anos 1940 e 50, tiveram sérios efeitos colaterais, incluindo alterações de personalidade.

A prática da psicocirurgia diminuiu após medicamentos psiquiátricos se tornarem amplamente disponíveis, embora um pequeno número de centros médicos continuem a realizar tais procedimentos até hoje.

Um estudo publicado em junho de 2013 analisou os efeitos de um tipo de psicocirurgia chamada de capsulotomia bilateral, que danifica o tecido em uma parte do cérebro chamada de cápsula interna, como um tratamento para um pequeno número de pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Quase metade dos pacientes apresentaram alguma melhora em seus sintomas de TOC, embora 10% experimentaram efeitos colaterais graves, incluindo paralisia.

1. Cogumelos mágicos

O alucinógeno encontrado em cogumelos mágicos, chamado psilocibina, pode ajudar no tratamento de transtornos psiquiátricos como depressão, ansiedade e dependência.

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Em um pequeno estudo de 2011, mais de metade das pessoas que receberam uma dose moderada de psilocibina relataram uma experiência “mística”, do tipo que os cientistas acreditam ter benefícios psiquiátricos a longo prazo. Apenas 5% relataram ter efeitos colaterais, tais como medo extremo (paranoia) ou ansiedade. Mesmo um ano depois, 83% dos participantes disseram que as experiências místicas tinham aumentado o seu bem-estar.

A psilocibina está sendo estudada como tratamento para doentes terminais que sofrem de depressão e ansiedade, e para pessoas com vícios difíceis de tratar, incluindo alcoolismo. Um estudo de 2010 sugeriu que a substância pode reduzir a ansiedade e melhorar o humor de pessoas com câncer terminal.[LiveScience]

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