Assista um vírus infectando uma bactéria [vídeo]

Por , em 16.01.2013

Cientistas da Universidade do Texas em Austin e do Centro de Ciências da Saúde da Escola de Medicina da Universidade do Texas em Houston, ambas nos EUA, anunciaram que conseguiram pegar um bacteriófago, o vírus T7, no ato de infectar uma bactéria E. coli.

Bacteriófagos, às vezes chamados apenas de “fagos”, são vírus especializados em atacar bactérias, como o nome sugere. O T7 foi identificado em 1945, e seu DNA está entre os primeiros a ser sequenciado, em 1983.

A estrutura do T7 é simples: ele tem um capsídeo que contém o material genético do vírus, seis filamentos que são usados para “caminhar” sobre a bactéria até encontrar um ponto propício para a infecção, e uma “cauda”, que penetra a membrana da bactéria e funciona como uma agulha de injeção, conduzindo o DNA do vírus para a bactéria.

Utilizando tomografia, a equipe de pesquisadores conseguiu capturar imagens do vírus T7 em diferentes estágios do processo de infecção da bactéria, e, a partir desta informação, montaram uma animação mostrando como o processo acontece.

Os pesquisadores apontam que, quando está procurando por uma vítima, o vírus estende por alguns momentos uma ou duas de suas fibras ultrafinas que normalmente estão dobradas na base do capsídeo.

Uma vez que ele tenha tocado uma bactéria, ele usa uma ou duas das fibras novamente, para “caminhar” sobre a bactéria, “como um rover planetário”, em um andar aleatório, para encontrar um local ótimo para a infecção.

Quando chega a um local para infecção, a estrutura do vírus sofre uma alteração drástica: ele ejeta parte de suas proteínas pela membrana da célula, criando um caminho para o DNA entrar no hospedeiro. Depois da injeção, o caminho proteico se desfaz, e a membrana celular da bactéria se fecha novamente.

O trabalho publicado é o primeiro a demonstrar que o bacteriófago “caminha” sobre a superfície da bactéria, algo que não passava de uma hipótese até então. Também é o primeiro trabalho mostrando como a cauda do vírus se estende para o interior do hospedeiro, permitindo a injeção do DNA viral.

Embora muitos dos detalhes da infecção sejam específicos do T7, os pesquisadores apontam que todo o processo alterou bastante a compreensão de como um vírus infecta uma célula.

Vale lembrar que tanto o T7 quanto a E. coli são encontrados em abundância nos nossos intestinos; ou seja, este processo está acontecendo agora mesmo, dentro de você. [Gizmodo, Science, Space and Robots, Sciencemag Supp, ScienceDaily, KurzweilAI]

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