Astrônomos podem ter descoberto uma galáxia primordial fria e ainda sem estrelas

Por , em 15.03.2024
As cores nesta imagem representam a interpretação artística da rotação do hidrogênio na galáxia J0613+52, conforme detectado pelo Telescópio Green Bank. O vermelho indica o gás que se move para longe de nós, enquanto o azul representa o gás que se move em nossa direção. Crédito: STScI POSS-II com ilustração adicional por NSF/GBO/P.Vostee.
As cores nesta imagem representam a interpretação artística da rotação do hidrogênio na galáxia J0613+52, conforme detectado pelo Telescópio Green Bank. O vermelho indica o gás que se move para longe de nós, enquanto o azul representa o gás que se move em nossa direção. Crédito: STScI POSS-II com ilustração adicional por NSF/GBO/P.Vostee.

Astrônomos podem estar diante de uma descoberta significativa: uma possível galáxia primordial no universo atual. Esta descoberta consiste em uma vasta acumulação de hidrogênio gasoso frio, ainda não transformado em estrelas. Tal achado poderia ser uma janela para os primeiros estágios da evolução galáctica.

A equipe de pesquisa, liderada por Karen O’Neil do Observatório Green Bank em West Virginia, identificou inicialmente um fenômeno incomum. Durante um levantamento de galáxias fracas, o Telescópio Green Bank (GBT), em conjunto com o Telescópio de Rádio Nançay na França, apresentou discrepâncias nas observações. O GBT, devido a um erro nas coordenadas, detectou algo não observado pelo telescópio francês.

Este erro levou à descoberta de uma nuvem de gás do tamanho de uma galáxia espiral, equivalente a bilhões de massas solares, girando em uma velocidade comparável à da Via Láctea. Surpreendentemente, esta nuvem não era visível em pesquisas ópticas, sugerindo a possibilidade de uma galáxia primordial – uma vasta extensão de gás ainda não densa o suficiente para formar estrelas. Este objeto, nomeado J0613+52 e localizado a aproximadamente 270 milhões de anos-luz de distância, parece estar isolado, livre de influências externas que poderiam iniciar a formação de estrelas.

A raridade de tais galáxias primordiais é enfatizada pelo fato de que pesquisas anteriores, como as realizadas pelo Observatório de Arecibo, não as haviam identificado. A equipe de O’Neil planeja uma análise mais aprofundada, utilizando um grande telescópio óptico por muitas horas, com o objetivo paradoxal de não observar nada. Este procedimento ajudará a confirmar se o objeto realmente representa uma galáxia primordial. A detecção ou a ausência de observação óptica do objeto será um passo significativo e emocionante na compreensão da natureza deste fenômeno. [Astronomy]

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