Autoaceitação pode ser a chave para uma vida mais feliz
Sabe quando você está procurando uma coisa que precisa muito, e com uma certa urgência, e ela estava ali, bem de baixo do seu nariz o tempo todo? Se fosse um bicho, picava. A verdade é que isso acontece com todo mundo pelo menos algumas vezes na vida, e com relação a tudo quanto é tipo de coisa. Parece até ser uma característica do ser humano: quanto mais perto, mais a gente tem dificuldade de enxergar.
O caminho para uma vida mais feliz é uma dessas coisas. Você quer ter uma vida mais feliz? A resposta está muito mais perto do que você imagina. Só que estamos procurando no lugar errado. Você vai ver por quê.
Uma pesquisa realizada pela organização sem fins lucrativos Action of Happiness – em colaboração com a Do Something Different – desafiou 5 mil pessoas a fazerem um ranking de 1 a 10 com os hábitos que mais consideravam “chaves para a felicidade”. As opções foram dadas de acordo com uma pesquisa científica recente, que elencou as 10 atitudes que levam à felicidade, mas sem as colocar uma ordem específica.
Resultados da pesquisa
“Fazer doações” foi o hábito número um entre os entrevistados. Ou seja: a maioria acha que doar (sejam alimentos, roupas, tempo, livros, atenção ou carinho) é o hábito que mais pode fazer alguém feliz. Mas, nem todos (aliás, nem a maioria) tinha como rotina o esforço de ajudar ou ser gentil com as outras pessoas.
O segundo hábito mais considerado foi “relacionamentos”. Estar junto com as pessoas que você gosta. Mas quando foram questionados sobre com que frequência colocavam esforço nas relações que realmente importavam para si, apenas 15% dos entrevistados disse que “sempre”. Pouco, não?
Todos os 10 hábitos colocados como opções desta pesquisa estavam estreitamente relacionados com a satisfação geral das pessoas com a vida. Mas, segundo os cientistas, a “autoaceitação” é o fator mais fortemente ligado a esse sentimento. E que, curiosamente, foi o hábito menos relacionado entre os entrevistados, revelando que é algo que as pessoas praticam muito pouco, ou quase nada.
Por quê? Porque o nosso maior hábito de todos é procurar a felicidade do lado de fora quando, na verdade, ela está dentro de nós mesmos. Bem debaixo do nosso nariz.
Com que frequência você é gentil consigo mesmo?
Ao serem questionados sobre “aceitação”, respondendo perguntas como “com que frequência você é gentil consigo mesmo?” e “com que frequência você está realmente de bem com você?”, as respostas chegam a ser tristes. Apenas 5% das pessoas se classificaram com “10” no quesito “autoaceitação”. Cerca 19% dos entrevistados marcou um 8 ou 9; menos de 30% marcou um 6 ou 7, e quase metade (46%) das pessoas classificaram-se em 5 ou menos.
Fazer atividade física regular é outro hábito de felicidade comprovada. No entanto, a pesquisa revelou que este fato é muito esquecido.
Para a professora Karen Pine, psicóloga da Universidade de Hertfordshire e cofundadora da Do Something Different, praticar todos esses hábitos de que falamos realmente pode aumentar a nossa felicidade. “É ótimo ver tantas pessoas fazendo coisas para ajudar outras – e de fato quando fazemos alguém feliz, ficamos mais felizes também”, completa. Mas, para ela, o que a pesquisa mostra é que praticar a autoaceitação é o que mais pode fazer diferença no nível de felicidade de uma pessoa.
Segundo o Dr. Mark Williamson, diretor da Action of Happiness, “nossa sociedade coloca uma enorme pressão sobre nós para sermos bem sucedidos, e nos compararmos constantemente com os outros. E isso causa uma grande quantidade de infelicidade e ansiedade”. Para ele, “esses resultados nos lembram que se aprendermos a aceitar mais quem nós realmente somos, podemos ser muito mais felizes”.
Os resultados também confirmam que os nossos hábitos do dia a dia, principalmente que tomamos em relação a nós mesmo, têm um impacto muito maior sobre a nossa felicidade do que poderíamos imaginar. Talvez esteja na hora de pararmos de nos importar com o que os outros pensam de uma vez por todas e aceitar a felicidade que é nossa por direito. [Medical Express]
1 comentário
Eu achei lindo este artigo e além de lindo eu concordo plenamente com ele, porque nós nos cobramos na maioria das vezes para ter uma sensação de dever cumprido, ajudar alguém ou fazer algo para alguém, mas rara ou quase nenhuma vez lembramos de nós mesmos. Eu pelo menos nunca pensei que deveria fazer algo pra mim. Quando pensamos em nós mesmos é para comprar algo, comer algo ou qualquer coisa desse tipo, mas nunca paramos para pensar como nós estamos hoje e o que podemos fazer para ficar bem.