Centenas de ‘estrelas fantasmas’ assombram o centro da Via Láctea. Cientistas podem finalmente saber o porquê

Por , em 19.07.2023

A descoberta da alinhamento de nebulosas planetárias no bojo galáctico da Via Láctea proporcionou aos astrônomos novas informações sobre a dinâmica e evolução da região central de nossa galáxia. Embora os astrônomos já conhecessem as nebulosas planetárias há algum tempo, a disposição dessas estruturas nebulosas no bojo galáctico permanecia um mistério até agora.

Ao estudar 136 nebulosas planetárias na parte mais densa da Via Láctea usando o Very Large Telescope (VLT), uma equipe de astrônomos descobriu que cada nebulosa era independente e originava-se de estrelas diferentes que morreram em momentos e locais diferentes. No entanto, eles também observaram que as formas dessas nebulosas planetárias estavam alinhadas no céu de maneira semelhante, quase paralelas ao plano da Via Láctea.

Os pesquisadores analisaram o trabalho de Bryan Rees, um estudante de doutorado em Manchester, que inicialmente descobriu esse alinhamento usando imagens do Telescópio Espacial Hubble de 40 nebulosas planetárias. Por meio de suas investigações, a equipe descobriu um detalhe crucial: o alinhamento estava presente apenas em nebulosas planetárias que tinham uma estrela companheira próxima. Nesses casos, a estrela companheira orbitava o remanescente central da nebulosa planetária a uma distância mais próxima do que o planeta mais interno de nosso sistema solar, Mercúrio, está do Sol.

Essa descoberta sugere que o alinhamento das nebulosas planetárias pode ser uma consequência do rápido movimento orbital da estrela companheira. Em algumas situações, a estrela companheira pode até mesmo acabar orbitando dentro dos restos da estrela principal. Além disso, o alinhamento implica que sistemas binários próximos, nos quais duas estrelas estão gravitacionalmente ligadas e orbitam em torno de um centro comum, se formam com suas órbitas inclinadas no mesmo plano.

Compreender a formação de estrelas no bojo galáctico é uma tarefa complexa que envolve múltiplos fatores, como gravidade, turbulência e campos magnéticos. A existência desse alinhamento fornece evidências para um mecanismo que pode contribuir para esse processo. Isso sugere que o rápido movimento orbital de estrelas companheiras próximas pode desempenhar um papel na formação e disposição dessas estruturas nebulosas dentro do bojo galáctico.

Em resumo, esse novo alinhamento de nebulosas planetárias no bojo galáctico da Via Láctea oferece informações valiosas sobre a dinâmica da região central de nossa galáxia. Ele destaca a influência de sistemas binários próximos e suas características orbitais na formação e disposição dessas estruturas nebulosas, fornecendo aos astrônomos um entendimento mais profundo dos processos que ocorrem no coração de nossa galáxia.

Essa descoberta do alinhamento das nebulosas planetárias no bojo galáctico da Via Láctea abre novas perspectivas para o estudo da evolução estelar e da formação de sistemas binários em nosso universo. Os cientistas têm se esforçado para compreender como as estrelas se formam e evoluem, especialmente em regiões densas como o bojo galáctico, onde a interação gravitacional é intensa.

A existência desse alinhamento peculiar nas nebulosas planetárias sugere uma relação íntima entre as estrelas companheiras e os restos estelares. Esses sistemas binários próximos desempenham um papel crucial na evolução das estrelas, afetando seu destino final. A órbita apertada das estrelas companheiras pode levar a interações dinâmicas complexas, resultando em um alinhamento notável das nebulosas planetárias observadas.

Além disso, o fato de que esse alinhamento é observado apenas em um subconjunto específico de nebulosas planetárias sugere que as condições de formação desses sistemas binários próximos no bojo galáctico são altamente favoráveis. Essa descoberta lança luz sobre os processos físicos e dinâmicos que ocorrem nessas regiões densas do espaço, onde a formação de estrelas e a evolução estelar são influenciadas por fatores como gravidade, turbulência e campos magnéticos.

À medida que os astrônomos continuam investigando o alinhamento das nebulosas planetárias, mais perguntas surgem. Por exemplo, qual é o mecanismo exato que leva à formação desses sistemas binários próximos? Como eles evoluem ao longo do tempo? Qual é o impacto dessas interações na evolução das estrelas e na formação de nebulosas planetárias?

Essas descobertas enfatizam a importância da observação cuidadosa e detalhada do universo ao nosso redor. À medida que expandimos nosso conhecimento sobre a evolução das galáxias, podemos obter uma visão mais profunda dos processos físicos que moldam o cosmos. Através do estudo das nebulosas planetárias e de sua intrigante disposição no bojo galáctico, estamos desvendando os segredos de nossa própria galáxia e ampliando nossa compreensão do vasto universo que nos cerca.

[LiveScience]

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