Estes microdrones fazem muito mais do que voar e filmar

Por , em 7.11.2018

Pesquisadores da Universidade de Stanford (EUA) modificaram robôs voadores pequenos para que eles pudessem rastejar e mover objetos com 40 vezes seu peso.

O resultado é um microdrone que faz muito mais do que voar e filmar: também pode rebocar, resgatar, transportar carga e até abrir portas.

Drone + robô = microdrone multifuncional

No início deste ano, a empresa de robótica Boston Dynamics revelou que seu SpotMini era capaz de abrir portas usando um braço manipulador.

Embora seja chamado de “mini”, esse robô de quatro pernas pode não ser pequeno o suficiente para entrar em espaços apertados ou se mover através de ruínas causadas por um terremoto, por exemplo.

Um microdrone pode ser mais adequado para tais situações. Ainda melhor se for capaz de realizar trabalhos pesados.

Pensando nisso, os pesquisadores de Stanford nomearam sua criação “FlyCroTug”, que descreve o que ela pode fazer: fly, crouch and tug, ou seja, voar, rastejar e rebocar. Seu pequeno tamanho significa que será muito útil em situações de busca e resgate.

Inspiração na natureza

O minidrone pode voar para um local de desastre, pousar e cimentar-se temporariamente em uma variedade de superfícies. Isso é possível graças a adesivos inspirados em lagartixas para superfícies lisas ou 32 microesferas tipo gancho inspiradas em insetos para superfícies ásperas, ambas tecnologias desenvolvidas anteriormente no laboratório Biomimetics and Dexterous Manipulation.

“Vespas podem voar rapidamente até um pedaço de comida e então, se a coisa for pesada demais para carregarem, elas a arrastam pelo chão”, explicou um dos autores do estudo, Mark Cutkosky. “Isso foi uma espécie de inspiração inicial para a abordagem que tomamos”.

Cada FlyCroTug é equipado com um pequeno guincho para que, quando pousar, possa puxar detritos com até 40 vezes o seu peso para fora do caminho, abaixar a câmera para permitir que o pessoal de resgate inspecione a área ou até mesmo abrir portas.

Cooperação

De acordo com Dario Floreano, da Escola Politécnica Federal de Lausana, na Suíça, que também trabalhou no projeto, as pessoas tendem a pensar em drones como máquinas que voam e observam o mundo, mas insetos voadores fazem muitas outras coisas, como caminhar, escalar, agarrar, construir – e insetos sociais podem até cooperar para multiplicar forças.

“Com este trabalho, mostramos que pequenos drones capazes de se ancorar no ambiente e colaborar com outros drones podem realizar tarefas tipicamente atribuídas a robôs humanoides ou máquinas muito maiores”, afirmou.

Um artigo detalhando o projeto foi publicado na revista científica Science Robotics. [NewAtlas]

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