Cientistas descobrem que o túmulo atribuído a Jesus Cristo é muito mais antigo do que pensávamos

Por , em 30.11.2017

De acordo com um novo estudo supervisionado por Antonia Moropoulou, o túmulo em que se acredita que Jesus Cristo foi enterrado é mais antigo do que inicialmente pensávamos.

Testes executados nos restos da caverna de pedra calcária na Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém dataram a tumba em torno de 345 dC.

A caverna, o remanescente arquitetônico mais antigo do local, tem, portanto, 1.700 anos de idade. Evidências anteriores encontradas na região haviam sugerido que a tumba era do período das Cruzadas, cerca de 1.000 anos atrás.

A história do túmulo

Pensa-se que essa caverna foi o local da crucificação, sepultamento e ressurreição de Jesus, referido na Bíblia como “Calvário” ou “Gólgota”.
Um estudo arqueológico realizado ano passado descobriu que o túmulo nunca havia sido movido.

Enquanto o Novo Testamento diz que Jesus morreu em 30 ou 33 dC, os relatos históricos sugerem que os romanos localizaram e consagraram o túmulo em 326 dC.

A data corresponde ao governo de Constantino I, o imperador romano que se converteu ao cristianismo e declarou esta como uma religião aceita. A partir desse ponto, tornou-se mais comum construir grandes monumentos para Cristo.

Dúvidas

Ao longo dos séculos, a Igreja do Santo Sepulcro sofreu ataques violentos, incêndios e terremotos. Foi totalmente destruída em 1009 e subsequentemente reconstruída, levando vários estudiosos a questionar se poderia mesmo ser identificada como o local de sepultamento de Cristo.

No entanto, os últimos testes científicos, realizados há mais de um ano pela Universidade Técnica Nacional de Atenas, parecem confirmar que os restos da caverna de pedra calcária são de fato do túmulo localizado e consagrado pelos antigos romanos.

A técnica utilizada para datar a tumba é chamada de luminescência estimulada opticamente, e determina o quão recentemente o sedimento de quartzo em amostras da argamassa do túmulo foi exposto à luz.

Os resultados científicos serão publicados por Moropoulou e sua equipe em uma próxima edição do Journal of Archaeological Science: Reports.

Igreja do Santo Sepulcro

O túmulo foi aberto ao público pela primeira vez em outubro do ano passado, quando os cientistas começaram a restaurar seu santuário, também conhecido como Edícula (foto abaixo). O projeto de restauração durou nove meses e custou US$ 4 milhões.

Durante esse reparo, os cientistas também colheram amostras de restos na parede sul da caverna, que foram datadas de 335 e 1570. Isso fornece provas adicionais das obras de construção do período romano, bem como da restauração documentada do século XVI. A entrada do túmulo foi datada do século XI e é consistente com a reconstrução da Edícula após sua destruição em 1009.

Embora permaneça arqueologicamente impossível dizer que o túmulo pertencia de fato a Jesus de Nazaré, a Igreja do Santo Sepulcro é o local mais aceito pelos arqueólogos como o de sepultamento de Cristo. [NatGeo, ScienceAlert]

4 comentários

  • Alfasilas:

    Os tumulos não foram feitos so para Jesus, então tem que ser anterior.

  • gabirull:

    Se considerarmos aquela teoria de que existem 297 anos “fantasmas” na nossa história, faria todo o sentido essa datação.

    • Cesar Grossmann:

      Não, aquela teoria é completamente furada, significaria que o império carolíngeo, que é muito bem documentado, não teria existido. Além do mais, entra em conflito com datações de outras civilizações, e tem um fator que ajuda a desmontar estas teorias: o registro de supernovas. Ele só fecha se a “teoria dos anos fantasmas” for falsa, como de fato é.

  • Abelanarco Carpen Die:

    É incrível que os atuais cristão aceitem a localidade do túmulo como exata só por causa dos cientistas atestarem convencionalmente.

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