Descoberta Revolucionária: Sistema Imunológico de Recém-Nascidos Superando Adultos
Pesquisadores da Universidade de Cornell descobriram recentemente que o sistema imunológico dos recém-nascidos, especialmente suas células T (um tipo de glóbulo branco essencial na luta contra doenças), é mais eficaz que o dos adultos na defesa contra uma variedade de infecções. Esse achado ilumina as maneiras distintas como bebês e adultos reagem a infecções e pode levar a avanços na manipulação das atividades das células T para tratamentos médicos.
Este avanço é detalhado em um artigo na revista Science Immunology, lançado em 23 de fevereiro. O estudo foi liderado conjuntamente por Brian Rudd, professor associado na área de microbiologia e imunologia, e Andrew Grimson, professor especializado em biologia molecular e genética.
Tradicionalmente, acreditava-se que as células T dos bebês eram versões menos desenvolvidas das células T dos adultos. As células T dos adultos são conhecidas por serem melhores na identificação de antígenos, na criação de memórias imunológicas e na resposta a infecções recorrentes. Essa comparação levou ao equívoco de que as células T dos bebês eram inferiores. No entanto, durante a pandemia de COVID-19, os sintomas surpreendentemente leves em bebês desafiaram essa visão de longa data.
Na exploração das diferenças de resposta imune baseadas na idade, Rudd e Grimson descobriram que as células T dos recém-nascidos não são subdesenvolvidas. Pelo contrário, elas desempenham um papel no sistema imunológico inato, que oferece defesa imediata, mas geral, contra patógenos, sem a necessidade de reconhecimento específico de antígenos. Isso contrasta com as células T dos adultos, que fazem parte do sistema imunológico adaptativo, identificando e lembrando patógenos específicos para defesa futura.
Rudd explicou: “Nosso estudo mostra que as células T neonatais não são deficientes, elas são simplesmente distintas das células T adultas. Essas variações provavelmente correspondem às diferentes necessidades em várias etapas da vida.”
As células T neonatais contribuem para o sistema imunológico inato, permitindo que elas reajam às fases iniciais de uma infecção e defendam contra uma ampla variedade de bactérias, parasitas e vírus desconhecidos, ao contrário da maioria das células T adultas.
Rudd acrescentou: “Embora as células T neonatais sejam menos eficazes que as células T adultas na defesa contra infecções repetidas pelo mesmo patógeno, elas têm uma capacidade superior na proteção contra as fases iniciais de uma primeira infecção. Assim, não é correto afirmar que uma é superior à outra; elas simplesmente têm funções diferentes.”
Com base nessas descobertas, Rudd pretende investigar as células T neonatais que permanecem na idade adulta e como variações em seus números em adultos podem afetar a susceptibilidade a infecções e os resultados das doenças.
Essa pesquisa representa um marco na compreensão do sistema imunológico humano. Historicamente, a imunologia focou predominantemente nas células T dos adultos, mas este estudo abre um novo caminho ao enfatizar a importância e a singularidade das células T neonatais. A descoberta de que as células T dos recém-nascidos desempenham um papel crítico no sistema imunológico inato oferece uma nova perspectiva sobre como protegemos os mais jovens contra infecções e doenças.
Ao compreender melhor as funções distintas das células T em diferentes estágios da vida, os cientistas podem desenvolver tratamentos mais eficazes e personalizados para várias faixas etárias. Isso poderia levar a avanços significativos no tratamento de doenças infecciosas, especialmente em populações vulneráveis como bebês e idosos. A pesquisa de Rudd e Grimson destaca a complexidade e a adaptabilidade do sistema imunológico humano, abrindo novos horizontes para a pesquisa médica e terapêutica. [Medical Express]