É hora da ciência tomar o poder político?

Por , em 24.01.2013
Brincadeira que pede o físico teórico Dr. Sheldon Cooper, personagem fictício da série de TV "The Big Bang Theory", como presidente dos Estados Unidos

Brincadeira que pede o físico teórico Dr. Sheldon Cooper, personagem fictício da série de TV “The Big Bang Theory”, como presidente dos Estados Unidos

Você já imaginou viver sob um governo em que toda política, combate à criminalidade, promoção da saúde e educação, projetos de popularização da moradia própria – tudo – fosse embasado em evidências, e cada decisão fosse precedida de uma análise completa, apoiada em dados e em argumentos sólidos?

Políticas baseadas em evidências

A ideia de se criar políticas e programas de governo baseado em evidência científica não é nova. Por exemplo, já existem muitos programas de saúde pública que são orientados não pelo desejo dos políticos, mas pelo aconselhamento de acadêmicos, baseados em testes controlados.

Mas, para realizar qualquer política deste tipo, é necessário primeiro ter dados – e analisá-los. É o que pretende o teste controlado de programas de leitura que está sendo conduzido em escolas britânicas. A finalidade deste teste é analisar a efetividade de um programa antes de adotá-lo em todo o país.

O Ministério da Justiça britânico também planeja abrir seus bancos de dados para análise de acadêmicos, para acelerar seu uso potencial no planejamento de políticas.

A meta esperada é a adoção de políticas mais eficazes e resultados garantidos por análises rigorosas preliminares.

Desinteresse e resistência

Os planos e projetos que o governo britânico está tentando implementar enfrentam alguns problemas, decorrentes em parte de desinteresse ou até mesmo de resistência.

Quando foi anunciado o lançamento da “Administrative Data Taskforce” (“força-tarefa de dados administrativos”, em português), com intenção de examinar dados de todos os departamentos do governo e disponibilizá-los de forma que pudessem ser usados para políticas baseadas em evidência, o interesse da mídia foi mínimo.

Um dos objetivos da força-tarefa era encontrar formas de aumentar a confiança na segurança de dados. Porém, esbarrou em dificuldades como as diferentes permissões legais para trocar informações entre departamentos e a incompatibilidade dos dados de diferentes departamentos.

Além do problema de financiamento deste tipo de projeto, há também as reservas com que alguns deles são vistos. Por exemplo, quantos pais gostariam que seus filhos participassem de um projeto experimental de ensino de leitura? E quantos ficariam satisfeitos de saber que seus filhos estão no grupo de controle, aprendendo pelo método “antigo”? E há também os próprios professores, que podem se sentir tentados a parar com um projeto piloto se acharem que o mesmo não está ajudando os estudantes.

Uma outra resistência vem da percepção errônea de que se trata de uma tentativa de estabelecer o “cientificismo de estado”. O cientificismo pode ser definido como a crença cega na palavra de cientistas, sem análise crítica.

A ideia da política baseada em evidências é que qualquer programa de governo só seja adotado depois que se tornar evidente que ele funciona. Se forem necessários testes, eles são conduzidos de forma controlada em amostras representativas da população. Onde já existem dados sobre o resultado de diferentes políticas, estes serão utilizados para demonstrar qual a linha de trabalho mais efetiva. Não se trata do cientista administrando, mas do cientista aconselhando o administrador.

No Brasil

No Brasil, a formulação de políticas baseadas em evidências vem sendo proposta pela medicina clínica desde os anos 1970, com a MBE, ou “medicina baseada em evidências”.

Um destes programas de saúde é o Hiperdia, que é “um Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos captados no Plano Nacional de Reorganização da Atenção à hipertensão arterial e ao Diabetes Mellitus, em todas as unidades ambulatoriais do Sistema Único de Saúde, gerando informações para os gerentes locais, gestores das secretarias municipais, estaduais e Ministério da Saúde”.

Com o programa, tem-se uma estimativa confiável do número de hipertensos e diabéticos, que serve para dimensionar os serviços de atendimento para estes problemas de saúde e problemas correlatos. Além disso, o cadastro de hipertensos e diabéticos permite o acompanhamento do tratamento e o fornecimento de medicamentos.

Este é o tipo de programa de governo que se pretende com a política baseada em evidências – não só em saúde, área na qual o uso de evidências é maior, mas em outras áreas em que o país tem deficiências.

Alternativas às políticas baseadas em evidências são, por exemplo, as políticas baseadas em algum insight de algum ministro e a importação de políticas adotadas em outros países (que podem ou não ter sucesso na realidade brasileira). Como consequência dessas políticas, um programa público pode ser implantado sem garantia alguma de que funcione.

Ao mesmo tempo, será que vale a pena o investimento em programas de coleta e disponibilização de dados para estudos acadêmicos, ou o custo de programas piloto experimentais para verificar a efetividade de novos programas e abordagens em saúde, educação, segurança, desenvolvimento social, distribuição de renda, fomento do crescimento econômico e outras áreas?

É desejável? É importante? É factível? O que você acha que é melhor para o país? Compartilhe aqui sua opinião. [NewsCientist, DSSBR, en.Wikipedia]

43 comentários

  • Iuri Paula:

    Eu apoio mesmo sabendo das consequências que a ciência pode trazer,boto a mão no fogo pela ciência e deixaria a ciencia dominar o mundo,porque contribuiu significativamente em nossas vidas,usando experimentos comprovando mitos populares como no Mythbuster,desvendar mistérios,avanços médicos ocorreram atualmente, e avanços tecnológicos.
    Faria isso para derrotar esses políticos corruptos e porque amo a ciencia que considero a maior virtude do mundo.

  • Francisco Pontes:

    Propostas de melhoria sempre existiram, porém as realidades nem sempre são as melhores. Por mais que essa substituição acontecesse, não esqueçamos que o controle maior seria “humano” e infelizmente ainda erramos, ainda nos corrompemos!

  • E Moreira:

    Partido Tecnocrata (TECNO) já!

  • Ubiratã Sena Nunes:

    Cientístas, são péssimos políticos. Isto é uma “evidência” científica, continue estudando meu filho!

    • Luiz Lucas:

      Acho que você não conhece a Ciência Política.

  • Duda Weyll:

    Não digo o poder político, mas a estrutura de decisões. Acho muito mais barato bancar um sistema de Democracia Direta Digital, com votações do legislativo nos fins de semana em todo Brasil por urnas eletrônicas, do que bancar quase 100 mil vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores. O povo pode indicar quem deve ir a cada cargo, quem será demitido, orçamento, legislação; tudo diretamente, sem intermediários passíveis à corrupção.

  • D. R.:

    Penso que a informatização da sociedade e o uso da tecnologia onde puder ser aplicada já resolveria muitos dos nossos problemas; mas, sermos governados por um regime científico é bastante temeroso, já que a ciência é uma ‘faca de dois gumes’; pode servir tanto para o bem como para o mal e, portanto, deve ser guiada pela ética e pela moral.

    Por exemplo, a substituição do dinheiro físico pelo dinheiro eletrônico, associado a um único número de conta bancária atrelado ao próprio CPF da pessoa ou ao CNPJ da empresa, já seria suficiente para acabar com grande parte da corrupção, roubos, assaltos, etc. Pois, um traficante não teria como vender drogas a um usuário ou um assaltante não teria como roubar uma pessoa sem ser descoberto, uma empresa não teria como sonegar impostos, um político corrupto não teria como enriquecer ilicitamente ou ser subornado por um lobista, criminosos não poderiam lavar dinheiro, etc. É lógico que isso envolveria o fim quase total da privacidade do cidadão, mas o custo benefício seria imenso. E é lógico também que, dificilmente, os políticos iriam aprovar tal ideia; já que isso dificultaria imensamente a corrupção.

    Outra coisa, seria o uso de programas de computador para julgar a maioria dos processos judiciários; deixando somente aqueles casos mais complexos para decisão por juízes ou jurados. Pois, a leis são muito parecidas com programas de computador e computadores não erram e nem podem ser corrompidos; além de todos os culpados pelos mesmo crimes serem julgados de maneira equânime e não à revelia da interpretação legal de cada juiz humano. Mais uma vez, é lógico que a classe jurídica iria se opor ao máximo a tal ideia.

    Basta ver como as câmeras de vigilância em ruas e edifícios têm ajudado a pegar criminosos. Para mim, a polícia deveria usar preferencialmente armas não letais de alta tecnologia, em vez de armas de fogo; já que elas evitam do policial cometer erros fatais e o mesmo não precisa pensar para atirar. Além do que, todo policial deveria usar uma câmera sobre a cabeça que filmasse todas as suas ações de forma online; a fim de evitar os exageros e a corrupção policial (que é um dos maiores problemas do País) e também ajudar a proteger a vida do policial. Parece que já há alguns lugares adotando tal medida, mas penso que haveria também muita resistência para ser implantada em larga escala, especialmente, aqui no Brasil.

    Basta ver também, como a internet já tem difundido e democratizado a informação em todo mundo. Hoje, qualquer gêninho de qualquer país do mundo pode ter acesso à informação gratuita (até mesmo cursos do MIT) de forma impensável há poucos anos atrás.

    Por fim, para não me alongar muito, só mais uma ideia bem polêmica; mas, que poderia resolver o problema da má qualidade de ensino do nosso país. Penso que o Governo deveria selecionar os melhores professores de escolas primárias, secundárias, cursinhos e universidades e também usar recursos de computação gráfica e multimídia para elaborar cursos de alto padrão em todo o país. Toda escola deveria, então, ter um projetor em cada sala de aula para passar essas aulas para os alunos e o professor da escola só tiraria as dúvidas; além, é claro, do ensino à distância totalmente gratuito. Dessa forma, não importa se a pessoa estudasse numa escola pública ou privada, numa universidade estadual, federal ou particular ou mesmo à distância, todos teriam o mesmo ensino de excelência feito pelos melhores professores e escolas do País. Com isso, se solucionaria o problema da má qualidade de ensino e haveria tantas vagas que nem precisaria mais de vestibular. Isso, de certa forma, já está acontecendo com grandes universidades do mundo que estão liberando alguns de seus cursos de forma online. Penso que o sindicato dos professores não iria gostar nada disso; pois, isso iria ferir o orgulho de muitos professores e ficariam com medo de ficarem, de certa forma, descartáveis. Mas, seria um “pequeno sacrifício” em nome do bem comum e da grande maioria da população.

    Enfim, são ideias bastantes polêmicas e difíceis de serem implantadas no regime democrático atual; mas, acredito, que seja o caminho de uma sociedade tecnológica que nos levará a um futuro mais justo, próspero e igualitário.

    Em tempo, não podemos nos esquecer da quarta revolução industrial que está vindo aí: a impressão 3D de objetos. Com certeza, a médio e longo prazo, isso mudará completamente a economia mundial; produtos extremamente baratos estarão disponíveis a qualquer cidadão (como está hoje a difusão da informação pela internet), até mesmo casas e edifícios serão construídos por impressão 3D a um tempo e custo muitíssimo menor do que hoje. Fora o uso de células tronco e da nanotecnologia, que prometem revolucionar e baratear a medicina. Além dos veículos autoguiados, que acabarão com acidentes de trânsito e congestionamentos. Etc.

  • Hercules Lima:

    O assunto é complexo, mas não descarto a possibilidade radical de extinção de vários cargos políticos federais, estaduais e municipais e sua substituição por um supersistema integrado que gerencie através de inteligência artificial todas as contas, projetos, receitas e despesas do governo. Aliás, estou trabalhando nisso já há algum tempo criando um simulador de administração de cidades, baseado no clássico game Sim City…É claro que centenas de leis seriam extintas ou modificadas, inclusive a Constituição Federal e o Código Civil. Os benefícios imediatos serão a drástica redução de impostos, a redução do custo administrativo, maior agilidade na execução de obras e a redução da corrupção.

  • Oswaldo Ferreira:

    Seria tipo como o mundo alternativo de Fringe, onde o Walternativo tinha grande poder politico.

  • otavio junior:

    democracia: modelo de governo em que o povo escolhe quem irá oprimí-lo pelos próximos quatro anos.

    • Costa:

      otavio junior,
      Bem sacada !!!!

  • luysylva:

    Política na Grécia Antiga: só os sábios tinham direito de escolher seus representantes políticos.

  • Costa:

    JHR,
    Na atual conjuntura não faria qualquer diferença. A raça humana está num momento de transição em que a corrupção já contaminou todos. ‘Tá tudo dominado’. Entretanto, é um grande equívoco pensar que um estado de direito se faz com ações ‘democráticas’. Além do fato de que as atuais ‘democracias’ são apenas máscaras ‘demagógicas’, a verdadeira ‘democracia’ não é o melhor regime de governo para a atual sociedade. Democracia só é possível e benéfica entre ‘iguais’, ou seja, entre pessoas do mesmo nível em todos os aspectos. No nosso caso, o melhor regime de governo é a ‘ditadura’. Evidentemente estou falando da ‘ditadura’ no seu conceito original e não no seu conceito deturpado que hoje lhe é atribuído de ‘tirania’ ou ‘despotismo’ como já se verificou em nosso país. ‘Ditador’ é alguém de comprovada idoneidade, ilibada conduta moral e indiscutível sabedoria, escolhido pelo congresso para legislar (‘DITAR’ as leis e as regras), em uma situação de crise, em caráter emergencial e por um período determinado. O DIFÍCIL É ENCONTRAR ESSE CARA. Em que pese o fato de todos nós termos sido contaminados pela propaganda oportunista dessa ‘falsa democracia’, o fato é que nós mesmos em nossas relações não somos nada democráticos.

    • JHR:

      Concordo que “o difícil e encontrar este cara” simplesmente porque ele não existe, e nunca existirá (pelo menos neste planeta). Apesar da utopia democrática, pessoalmente prefiro um regime em que até mesmo palhaços possam ser elegíveis para cargos públicos a um estado totalitário racional e determinista como sugerido no artigo. A Alemanha nazista que o diga…

    • otavio junior:

      Alemanha Nazista? Um governo preocupado apenas com a satisfação de um interesse de uma etinia é um paralelo muito forçado com a proposta de um governo estabelecido em sólidas bases científicas. Se em algum momento os nazistas quiseram denominar-se como portadores de uma proposta científica, essa proposta era a eugenia, que é pseudo-ciência.

    • JHR:

      Não meu caro. você precisa se informar um pouco mais. A eugenia foi apenas uma das muitas “pesquisas cientificas” do terceiro reich. No link abaixo você encontra mais exemplos de pesquisas em um governo embasado em evidências..
      http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/saiba-mais-ciencia-nazista-729356.shtml

    • Costa:

      JHR,
      Alemanha nazista nunca foi uma ditadura no seu conceito original mas tirania e despotismo no mais alto grau. Além disso, eugenia é uma coisa bem diferente de massacre.

    • otavio junior:

      em nenhum momento generalizei dizendo que toda ciência na Alemanha nazista fosse inválida, mas pontuei que a proposta de ciência onde se buscava legitimar os atos dos nazistas, essa sim era pseudo-ciência. obviamente o problema da eugenia não se restringe a um país, pois até os americanos fundamentavam nela a esterelização de indivíduos que se julgassem menos viáveis. confirmando o que eu disse, qualquer forma de ciência pode ser desenvolvida em qualquer regime, mas os alemães lançaram mão de espedientes da pseudo-ciência eugenia pra legitimar seu governo, e como o artigo traça a relação da ciência com o governo, não fez parte do assunto nem do meu comentário outras pesquisas realizadas pelos alemães que não fossem diretamente direcionadas a sua forma de fazer política. Por conta disso, manifesto que a Alemanha é um exemplo mal-invocado para o tópico ciência x exercício do poder político.
      Se quiser discordar, por gentileza, aponte pesquisas científicas dos nazistas, mas aponte quais pesquisas corroboravam os atos de decisão do governo, e não apenas que ouveram experimentos durante o regime, pois é disso que se trata o artigo, de um governo cujos atos são baseados em ciência, e não um governo que pesquisa ciência

    • aguiarubra:

      A Alemanha nazista e o Japão Imperial elevaram-se tanto em Ciência e em Tecnologia, de tal modo, que jamais havia-se conhecido antes tantas inovações.

      Apesar de vários equívocos místicos, foi por erros aritméticos que os nazistas não construiram a Bomba A antes dos americanos, mas foi apenas depois do fim da WWII que americanos e soviéticos aprenderam, com Wernher von Braun, a construirem foguetes e aviões-foguetes.

      O modelo “V2”, por exemplo, foi aperfeiçoado pelo próprio von Braum até se tornar o Saturno V, que levou homens à Lua em 1969. E a atual Estação Espacial Internacional foi outra ideia proposta por este ex-nazista que se tornou realidade.

      Quanto a eugenia, hoje a Engenharia Genética está quase pronta para tirar da ficção científica filmes como “Gattaca – A Experiência Genética”. Seá mais uma “opção cosmética” entre os vários produtos oferecidos pela ganância neoliberal aos seus “fregueses” globalizados.

  • Cristiano Quintela:

    Não seria isso que se chama de tecnocracia?

  • Cleber Mota:

    Poderia-se implementar essa ideia em países ou estados onde a população geografica sseja bem pequena para que se possa verificar sua eficácia diante desse cenário. Acredito que em países desenvolvidos e subdesenvolvidos seja mais difícil por conta da diversificação de culturas mas não impossível.

  • JHR:

    Idéia absurda por definição. Estariam ciêntistas isentos de toda e qualquer deformidade moral e de escrupulos de forma a blindar suas ações contra todas as formas de currupção?
    Obviamente não. Um estado de direito se faz com ações democráticas e com governantes a altura de seus cargos.

    • Jonatas:

      Não seriam os cientistas governando, seria um modelo de governo científico, a ciência governando – tanto faz cientistas, políticos, católicos ou militares governando, sempre haverão as maçãs podres. A grande diferença é que o governo científico seria muito mais inteligente e valorizaria a capacidade e a razão acima da popularidade e da politicagem, provavelmente a corrupção diminuiria, acredito.

    • Francis:

      Caro Jonatas, o Governo já está nesse caminho, a Democracia favorece esse tipo de governo. Basta olhar outros países que já conseguiram combater a corrupção, e tu verás que isso já está em prática. O problema não é o modelo de governo, e sim por quem ele é gerido. No nosso caso, o problema é humano. Cristão, ateu, militar, comunista, socialista, todos que passaram por lá cometeram o mesmo erro: Atitudes baseadas no EU, e não no NÓS. Aí está a chave meu amigo, sendo baseado no NÓS, pouco importa se é modelo Cristão, Islâmico, Esquerda ou Direita, será um governo justo.

    • Jonatas:

      Legal. 🙂

    • JHR:

      Isto se chama eficiência de gestão ou governança coorporativa. Grandes multinacionais já descobriram a muito que a eliminação da burocracia, gargalos nos processos, desperdicios de todos os tipos são fundamentais para sobrevivência do negócio. Isto é cientifico? Creio que não..mas é racional e aplicável desde uma micro empresa até, por que não, uma nação.

      Sd

    • Jonatas:

      é uma ciência humana.

    • otavio junior:

      Concordo com o Jonatas. Da leitura de Maquiavel já se observava que quer fossem boas ou más as ações do príncipe, o que contava para a política era que essas fossem recebidas como boas pelo povo. A lógica ainda constante na nossa “democracia” ainda é a lógica populista, que é um Câncer do sistema. Note-se que o político que investir em infra-estrutura terá uma popularidade bem menor do que o que investe em programas esportivos de curto prazo e em agendas religiosas.

    • Duda Weyll:

      Há um comentário do Richard Dawkins interessante sobre isso, ele diz que não é do campo da ciência definir moralidade, apenas coerência… Moral (valor de bem e mal ou bom e ruim) é onde reside a Política e a Lei é, a grosso modo, apenas moral formalizada para uma época, a ciência usada para definir moral e rumos políticos nunca será ciência, pois não é o fim da mesma.

    • Costa:

      Duda,
      Nesse caso seria necessário definir o que Dawkins quis dizer com coerência pois a própria Política e a Lei necessitam uma dose de coerência . A coerência definida como sinônimo de pura lógica e vista pela racionalidade fria e calculista da ciência é uma coisa e a coerência definida como bom senso e analisada em função das necessidades e dos valores humanos é outra. Em suma, as variáveis da coerência inerentes à Política e a Diplomacia, são de uma abrangência infinitamente maior do que a simples coerência da lógica científica. Finalmente, se Dawkins quis dizer que Ciência é uma coisa e Política é outra, ele estava certo.

  • Fist of God:

    Vou citar Reinaldo Azevedo: “Entregue o país para ser governado por engenheiros segundo os fundamentos da engenharia, e teremos uma ditadura. Entregue o país para ser governado por médicos segundo os fundamentos da medicina, e teremos uma ditadura. Entregue o país para ser governado por jornalistas segundo os fundamentos do jornalismo, e teremos uma ditadura… Felizmente, o gênio humano criou — vejam que coisa! — a política e os políticos, que representam, nas democracias, uma média e um equilíbrio das vontades.”
    O ser humano jamais conseguiria se apartar de suas paixões, vaidades e egoismo e não há pior tirano que aquele que faz do bem de todos um fim que justifica os meios, sejam eles quais forem. No caso de implementação do sugerido no artigo, inevitavelmente teríamos uma ditadura da ciência e nunca uma ditadura é melhor que a democracia (uma democracia verdadeira, não a que estamos experimentando no Brasil do PT).

    • brnmarton:

      Democracia é uma ditadura da maioria… eu prefiro a ciência do que esses ignorantes no poder, se quiser participar é simples, estude também.

  • Bruno Rocha:

    Contra, no mais alto grau. Quase tudo o que descobrimos e conhecemos como o certo, pode vir a ser desmentido em seguida. Imagine que haja a política científica, ai descobre-se que o Café provoca câncer. O que fariam? Logicamente seria proibir, pois são a política e a política é a polícia do mundo, por assim dizer. Estão quem tomar café poderá ser preso e traficar poderá ficar preso também. Imagine que em menos de 10 anos se descubra que houve um erro na pesquisa e que café não dá câncer. E agora, José? Onde está a verdade ai? E quem foi preso, continua pagando a pena ou é solto? Eu prefiro que a ciência fique na sua posição atual.
    Almejar poder político com base no fato de ser “verídica” é delírio de onipotência.

  • luysylva:

    mais também não podemos desmerece ninguém leiam isso: Carlos Magno foi um homem raro em muitos aspectos. É famoso o fato do Imperador ser analfabeto. Bem, a questão é a seguinte: Carlos não sabia ler. Porém, mestres de grande cultura como Paulo Diácono, Alcuíno e o espanhol Teodulfo instruíram Carlos que, embora fosse um guerreiro marrento, adorava poesia e a beleza das artes clássicas. Aliás, artes estas que ressurgiram durante seu reinado.

  • luysylva:

    ta certo, quanto tanta gente sem noção, sem instrução que não entende nada de administração, economia e legislação, até eu que ou leigo posso me candidata, basta ser famoso e conhecido como o Tiririca.

  • Jonatas:

    A política já deixa a desejar a muito tempo quanto se trata de inteligência administrativa, sem falar na corrupção ininterrupta e o modelo democrático que favorece mais a popularidade do que a capacidade. Então sou a favor, sem duvidas. 🙂

  • Thiago Da Silva:

    O melhor para o Brasil seria se todos brasileiros pedissem desculpas aos índios e se lançassem no mar as cegas!

  • Glauco Ramalho:

    O problema é justamente o “Cientificismo de estado”. Evidência por evidência, a ciência diz que certas vacinas são seguras e efetivas. Uma política baseada na ciência não admitiria um “Não quero essa vacina” por parte das pessoas, pois cientificamente não faz sentido nenhum uma pessoa não desejar a vacina. O que farão? Obrigarão as pessoas a tomar vacinas pois é o cientificamente lógico e correto? Eu sou totalmente contra isso…

    • Cesar Grossmann:

      As vacinas são obrigatórias e são seguras.

      Pior, não vacinar é perigoso não só para o não vacinado, mas para os grupos em que eles se encontram. Se vamos tornar as vacinas eletivas, então os não-vacinados devem também ser separados dos vacinados.

    • Francis:

      Conhece aquela música do Zé Ramalho? “Ê ô ô vida de gado… Povo marcado ê, povo feliz!” Pois é cara, tem grande verdade nessa letra. Vacinas combatem a doença a qual está disposta a combater, mas não se iluda com a indústria farmacêutica, ela precisa de doentes…

    • Jonatas:

      A humanidade do Futuro na ficção Jornada nas Estrelas aboliu o capitalismo, o comércio e tudo quanto ao modelo econômico que estava levando nações, antes prósperas e desenvolvidas, a ruína.
      Nesse futuro, a mega nave Enterprise não custou nada, ao contrário dos bilhões que custaria no modelo mundial de hoje que barra o progresso científico; pois tudo e toda a tecnologia era em proll do progresso da humanidade, e não se media esforços. Surreal? talvez, mas quem sabe, no futuro nossos descendentes despertem. 🙂

    • aguiarubra:

      Jonatas

      Não se esqueça que, no contexto desta série, só após uma guerra de quase aniquilação total no planeta é que se contruiu a civilização em que vivem os personagens de Star Trek.

      Gene Roddenberry, cujo pai era policial, foi participou em 89 missões aéreas na 2ª guerra mundial e posteriormente também se tornou policial. Ele tinha os pés no chão até para fazer ficção científica!

      Em “New Generation”, o personagem “Q” mostrou, em várias ocasiões, o quanto o Homo Sapiens apostou em guerras e mais guerras até amadurecer, com muito sofrimento, para finalmente erigir uma consciência coletiva que permitiu existir o mundo de Star Trek, uma sociedade predominantemente científica.

      Eu me alio a Roddenberry nessa perspectiva: um mundo governado segundo moldes científicos, para nossa sociedade neo-liberal contemporânea, é mera utopia irrealizável.

    • Glauco Ramalho:

      Nem todas as vacinas são obrigatórias, nem todas são seguras. As que estão sendo usadas a décadas como as de poliomelite, sarampo, e algumas outras da carteirinha dos anos 80 tudo bem.
      Os testes são realizados pelas próprias indústrias que as produzem, pelos métodos que elas mesmas criaram. Ninguém monitora essas empresas, e os governos tem dificuldades em evitar a forma que elas compram os médicos dos países que se estabelecem. Não são confiáveis Cesar, sinto muito.

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