Mulheres lidam melhor com peso de serem únicas provedoras da família – estudo
Papéis tradicionais familiares têm mudado nas últimas décadas, e algumas pessoas se perguntam se a atuação marcante da mulher no mercado de trabalho é saudável para as famílias, em especial para os filhos. Um estudo da Universidade de Connecticut (EUA) traz uma resposta para esta questão.
O trabalho, apresentado no 111º encontro anual da Associação Americana de Sociologia que aconteceu neste último domingo (21), mostra que uma família nuclear com um homem heterossexual como único provedor pode ser prejudicial à ele, causando diminuição na qualidade de vida e saúde.
Controversamente, o estudo também sugere que o mesmo não acontece se a mulher for a única provedora da família. Ela não sente as mesmas pioras apresentadas pelos homens.
Apesar de ainda não ter sido publicado em uma revista científica ou passado pela crítica da academia, o estudo traz ideias interessantes sobre dados recolhidos entre 1997 e 2011.
O pesquisador principal, Christin Munsch, acompanhou grupos de homens e mulheres casados durante este período. Nos anos em que os homens eram os únicos provedores da família, seus níveis de bem-estar caíram 5% e da saúde caíram 3,5%.
“Homens que ganham muito mais dinheiro que seus parceiros podem encarar seu trabalho com senso de obrigação e preocupação em relação a continuar provendo pela família. Mulheres, por outro lado, encaram este papel como uma oportunidade ou escolha. Mulheres que fazem isso sentem orgulho e não se preocupam com o que outros vão dizer se elas não puderem ou quiserem manter o papel”, explica o pesquisador.
O estudo tentou levar em consideração fatores como idade, educação e fonte de renda nesta análise, mas essas diferenças não impactaram o resultado final.
Outro estudo publicado em 2016 pela Universidade de Harvard também sugere que podem haver consequências negativas associadas a este tipo de papéis, já que parece haver ligação entre as taxas de desemprego entre homens e divórcio. Casamentos com homens desempregados tinham 33% mais probabilidade de terminar em divórcio do que relacionamentos em que o homem trabalha.
“Homens têm a expectativa de serem os provedores da família, mas prover para uma família com pouca ou sem ajuda traz repercussões negativas”, diz Munsch.[Gizmodo]