Esta Espada de 3.000 Anos Estava Tão Bem Preservada que ‘Quase Ainda Brilha

Por , em 30.12.2023
Archäologie-Büro Dr. Woidich / Sergiu Tifui

Frequentemente, ao desenterrar relíquias antigas, arqueólogos precisam empregar a imaginação para visualizar a aparência original desses objetos. Contudo, para uma equipe de pesquisadores explorando um sítio funerário antigo no sul da Baviera, essa necessidade foi excepcional.

Em 2023, arqueólogos alemães fizeram uma descoberta significativa em um túmulo da Idade do Bronze, desenterrando uma espada com cerca de 3.000 anos. A conservação da espada era tão notável que, conforme declarado pelo Escritório Estadual da Baviera para Proteção de Monumentos e traduzido pelo Google Translate, a espada “ainda brilha quase como nova”.

A descoberta ocorreu em Nördlingen, situada no distrito de Donau-Ries, na Alemanha. Os especialistas estão entusiasmados com a perspectiva de que este achado incrível possa lançar luz sobre aspectos da vida na Idade do Bronze.

Quanto à datação da espada, Johann Friedrich Tolksdorf, integrante do Escritório Estadual da Baviera para a Preservação de Monumentos, assinalou que o sítio funerário e a própria espada remontam ao século 13 ou 14 a.C. Ele destacou que descobertas desse tipo são raras, pois a maioria dos montes funerários dessa época foram escavados no século 19.

Os restos mortais de um homem, uma mulher e um jovem foram encontrados no local, sugerindo que não foram enterrados simultaneamente. “Não sabemos se havia uma relação biológica entre eles ou laços sociais,” observou Tolksdorf.

Além da espada, a equipe encontrou cerâmicas e outros objetos de bronze, incluindo pontas de flecha, um cinto que poderia ser parte de uma bainha, e fios enrolados que provavelmente estavam ligados a tecidos.

O túmulo foi escavado próximo a um rio em uma planície aluvial. Acredita-se que uma camada de sedimentos cobriu rapidamente o local, criando condições favoráveis para a preservação excepcional dos objetos de bronze. No entanto, os ossos e outros materiais orgânicos não se mantiveram tão bem preservados.

Tolksdorf comentou sobre o contraste na preservação, dizendo: “Parece que o que foi bom para os objetos de bronze foi ruim para os ossos.” Isso pode dificultar a extração de DNA necessária para determinar as relações entre os indivíduos enterrados, embora a equipe permaneça esperançosa.

Curiosamente, a espada octogonal não apresentava marcas de uso em combate. Especula-se que artesãos especializados do sul ou norte da Alemanha, ou talvez da Dinamarca, a tenham confeccionado.

Tolksdorf explicou que o design e a decoração da espada sugerem a existência de artesãos especializados, mas detalhes sobre suas condições de trabalho e relações com clientes ainda são pouco conhecidos.

Na Idade do Bronze, possuir uma espada como esta não era apenas para fins cerimoniais, mas também um indicativo de status social, econômico e, possivelmente, político. É provável que o homem sepultado com a espada fosse bastante próspero e talvez um guerreiro.

Para compreender o status social do proprietário da espada, Tolksdorf faz referência ao campo de batalha da Idade do Bronze no Vale Tollense. Grandes batalhas ocorreram lá por volta de 1.300 a 1.250 a.C., envolvendo grandes grupos e indicando algum nível de organização política. A descoberta de armas e ossos com sinais de morte violenta sugere que o proprietário da espada de Nördlingen pode ter ocupado uma posição de destaque em sua sociedade.

“A espada parece ser algum tipo de arma associada a um status social mais elevado, como uma arma de combate corpo a corpo,” comentou Tolksdorf. Ele sugere que o dono da espada poderia ter estado envolvido na organização de campanhas militares, ocupando uma posição semelhante à de um “oficial.”

Estudar sítios da Idade do Bronze como esses oferece mais do que apenas a descoberta de artefatos e bens funerários. Aplicando métodos de pesquisa e tecnologia modernos, os cientistas esperam determinar a relação entre os indivíduos no túmulo e descobrir mais sobre o que foi enterrado com eles.

“Seu grupo social organizou seu túmulo e quis que ele fosse sepultado de uma maneira específica, como uma pessoa rica,” diz Tolksdorf. “No final, isso contribuirá para o quadro maior, como o campo de batalha de Tollense, e nos ajudará a entender a sociedade da Idade do Bronze como um todo.” [Discover Magazine]

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