Como “melhorar” o ser humano através de engenharia genética?

Por , em 24.07.2019

O professor da Universidade de Harvard George Church é bem conhecido por suas ideias malucas, desde querer ressuscitar os mamutes até defender a manipulação genética para criar uma nova versão “melhorada” de seres humanos.

Será que projetar e implementar características físicas e intelectuais mais avançadas através de edição genética levaria a uma “humanidade melhor”?

Church está aberto à discussão. Ele acha que nós precisamos de informações para tomar as melhores decisões possíveis – incluindo potenciais benefícios e perigos dos genes que podemos editar.

É por isso que ele apoia uma lista de possibilidades a serem exploradas que deixe claro os lados positivos e negativos de manipular cada gene. “Senti que ambas as extremidades do espectro fenotípico deveriam ser úteis. E o efeito protetor pode produzir medicamentos mais poderosos, úteis para mais pessoas e, portanto, menos caros”, explicou Church.

Lista de Desejos Trans-humanista

Abaixo, você pode conferir alguns os genes na chamada “Lista de Desejos Trans-humanista” (em inglês, “Transhumanist Wishlist”) que apoia a utilização de edição genética para “melhorar” a fisiologia e o intelecto humano.

LRP5

O lado bom: este gene poderia nos dar ossos muito fortes, uma vez que foi observado que uma mutação no LRP5 levou a ossos que não se quebravam.

O lado ruim: essa modificação pode tornar mais difícil para os seres humanos nadarem, uma vez que ossos mais densos afundam mais.

MSTN

O lado bom: mexer com esse gene afeta a proteína miostatina e pode resultar em músculos maiores e mais finos, potencialmente curando doenças como a distrofia muscular.

FAAH-OUT

O lado bom: uma mutação nesse gene já foi ligada à insensibilidade à dor.

O lado ruim: a mesma mutação pode tornar a pessoa “meio esquecida”, propensa a perder as chaves e a linha de pensamento no meio da frase, por exemplo. Além disso, ela pode nunca sentir o oposto de dor – aquela sensação gostosa de “adrenalina”.

ABCC11

O lado bom: este gene foi ligado à baixa produção de odor. Atualmente, apenas 2% da população possui essa gloriosa versão livre de sovaco fedido.

PCSK9

O lado bom: pessoas com este gene tem níveis baixos de colesterol e poderia levar à um menor risco de doença coronária.

O lado ruim: a mutação também poderia levar à um maior risco de diabetes e cognição reduzida.

GRIN2B

O lado bom: mutações neste gene poderiam levar a habilidades melhores de memória e aprendizado.

BDKRB2

O lado bom: pessoas com este gene podem segurar suas respirações debaixo d’água por mais tempo, uma das habilidades mais interessantes do povo indígena asiático Bajau, conhecido por seus excelentes mergulhadores.

Recursos genéticos são o futuro?

O objetivo final do trans-humanismo é redefinir o conceito do que é ser humano.

Além disso, através do amplo estudo, Church espera diminuir o custo de recursos genéticos, como a manipulação genética.

“Eu acho que já somos trans-humanistas, isto é, se o trans-humanismo for definido como sermos quase irreconhecíveis para nossos ancestrais”, disse o professor em uma entrevista de rádio. “Eu acho que se você trouxesse alguns de nossos ancestrais ou mesmo pessoas de tribos não industrializadas, eles não entenderiam o que estamos fazendo”. [BigThink]

2 comentários

  • Eloi:

    Modificar o que Deus criou, isso não é bom.

    • Cesar Grossmann:

      Ninguém está mudando o que Deus criou.

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