Quando maridos e esposas são mais propensos a trair?

Por , em 7.06.2015

Já ouviu falar em “cuspir no prato que comeu?”. Pois é. A ciência descobriu um fundo de verdade nesse ditado, uma vez que tanto homens quanto mulheres são mais propensos a trair seus cônjuges quanto mais economicamente dependentes são deles.

No entanto, há algumas exceções.

Resultados gerais

Segundo o autor do estudo, Christin Munsch, professor de sociologia na Universidade de Connecticut (EUA), as pessoas não gostam de ser dependentes em relacionamentos. “Os resultados [do nosso estudo] indicam que as pessoas querem se sentir relativamente iguais em seus casamentos”, afirma.

A pesquisa foi baseada em dados de 2001 a 2011 de uma Pesquisa Longitudinal Nacional da Juventude nos EUA, levando em conta mais de 2.750 pessoas casadas que variavam em idade de 18 a 32 anos de idade.

O estudo mostrou que, em um ano médio, há cerca de 5% de chance das mulheres que são completamente economicamente dependentes de seus maridos os traírem, e uma chance de 15% dos homens que são totalmente dependentes economicamente de suas esposas de fazerem o mesmo.

Ameaça à masculinidade

Enquanto a dependência econômica aumenta a probabilidade de se envolver em infidelidade para homens e mulheres, é algo mais forte para eles.

“Sexo extraconjugal permite que os homens que sofrem uma ameaça a sua masculinidade – não ser o principal chefe de família, como é esperado – se envolvam em comportamentos culturalmente associados com a masculinidade”, explica Munsch. “Para eles, especialmente os jovens, a definição dominante da masculinidade é roteirizada em termos de virilidade sexual e conquista. Simultaneamente, a infidelidade permite que homens ameaçados se distanciem, e talvez punam, seus cônjuges que ganham mais”.

Chefes de família muito diferentes

Sim, homens e mulheres respondem a serem economicamente dependentes de forma parecida – ambos se tornam mais propensos a trair, talvez para “equilibrar a balança”. No entanto, a figura muda um pouco quando levamos em conta chefes de família que proveem 100% da renda do casal.

As mulheres que são o único ganha-pão de uma casa são as menos propensas a trair os maridos. Já os homens que são o único ganha-pão de uma casa são os mais propensos a trair.

As mulheres que ganham mais que seus maridos desafiam o status quo e estão cientes das maneiras em que se desviam da expectativa cultural. Por conseguinte, muitas vezes minimizam suas realizações e aumentam o seu trabalho doméstico, uma atitude projetada para diminuir conflitos interpessoais e não desafiar a masculinidade de seus maridos.

No caso dos homens completamente independentes financeiramente de seus cônjuges, eles são mais propensos a cometer adultério provavelmente porque pensam que suas esposas nunca vão deixá-los, visto que precisam deles.

O ideal

Se você está em um relacionamento heterossexual, não parece haver situação ideal. Para diminuir ao máximo as chances de traição do marido, o “ideal” é que sua contribuição total para o orçamento da família atinja 70%. Os homens são menos propensos a trair nesse caso. Além disso e muito abaixo disso, no entanto, tornam-se cada vez mais propensos a cometer indiscrições.

Já mulheres são menos propensas a trair se ganham mais – e, assim, a balança parece nunca ficar a favor do casal.

É claro que existem muitos fatores que levam a traição. É impossível dizer preto-no-branco o que vai acontecer em um relacionamento entre duas pessoas. Mas é curioso analisar as constatações de estudos sociológicos e refletir sobre estereótipos culturais e a influência que eles têm nosso dia-a-dia. [Phys]

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