Peste bubônica: caso raro é confirmado nos EUA

Por , em 14.02.2024

Embora possa parecer algo do passado, a bactéria responsável pela peste bubônica continua ativa globalmente, sendo responsável por numerosas infecções humanas todos os anos. Nos Estados Unidos, esses casos são raros, mas recentemente, o estado de Oregon relatou o seu primeiro caso em oito anos, supostamente transmitido por um gato doméstico que também apresentava sintomas.

O representante de saúde pública de Oregon, Richard Fawcett, compartilhou com Aria Bendix, da NBC News, que um morador adoeceu gravemente após ser infectado pela doença transmitida por seu animal de estimação.

Geralmente, essa infecção começa com sintomas similares aos da gripe, incluindo cansaço, febre, calafrios e dor de cabeça. No entanto, no caso mais recente de Oregon, a doença evoluiu para um estágio mais grave, desenvolvendo uma ferida inchada e com pus, conhecida como “bubo”, um sintoma agora raro de se ver.

Felizmente, os antibióticos modernos tornaram a peste bubônica menos fatal. O agente causador da doença, Yersinia pestis, geralmente não é letal se identificado e tratado rapidamente.

O paciente em Oregon está, segundo relatos, respondendo bem ao tratamento médico moderno, e medidas preventivas foram tomadas para aqueles que estiveram em contato próximo, a fim de limitar a transmissão.

As autoridades ainda não esclareceram como a infecção passou do gato para o dono. Entre as possibilidades, está o gato ter trazido para casa pulgas infectadas com a bactéria ou o contato direto com fluidos infectados do próprio animal.

Y. pestis infecta tipicamente pequenos animais e pulgas e pode ser transmitida para humanos por meio de mordidas, contato com fluidos infectados ou gotículas no ar, levando a diferentes formas de peste, incluindo as variantes bubônica, sanguínea ou pulmonar.

A forma mais comum, a peste bubônica, afeta o sistema linfático, levando ao inchaço e dor nos gânglios linfáticos e podendo avançar para feridas abertas e cheias de pus.

Se a infecção se espalhar, pode também afetar os pulmões. O paciente de Oregon começou a tossir no hospital, o que indica uma possível progressão para um estágio mais grave da doença.

A peste foi identificada pela primeira vez nos EUA no início do século XX, trazida por ratos em navios. A última grande epidemia urbana terminou em 1925, mas a bactéria se refugiou em espécies de roedores rurais, causando surtos esporádicos.

Atualmente, a maioria dos casos nos EUA ocorre em áreas rurais do meio-oeste e noroeste, com uma média de cerca de sete casos relatados anualmente. O último caso relatado em Oregon antes deste foi em 2015, envolvendo uma menina em uma viagem de caça que necessitou de cuidados intensivos. No entanto, não foram relatadas mortes pela peste no estado há muitos anos.

No cenário internacional, a peste está presente em todos os continentes, exceto Oceania, com ocorrências frequentes em áreas onde populações humanas e reservatórios animais residentes se sobrepõem, como na República Democrática do Congo, Madagascar e Peru. Em surtos graves, a doença pode resultar em inúmeras fatalidades.

Apesar de sua devastação histórica, como a Peste Negra na Europa do século XV e uma epidemia no século XIX na China e na Índia, a peste bubônica não é mais o assassino em massa que já foi. No entanto, devido à sua notoriedade histórica, mesmo um único caso nos EUA ainda pode atrair atenção significativa, mesmo quando o paciente se recupera e a propagação é contida.

A presença persistente dessa bactéria destaca a importância da vigilância contínua em saúde pública e da prontidão para responder a tais ameaças, não importando quão raras elas possam parecer. O caso em Oregon serve como um lembrete de que doenças históricas ainda podem surgir em contextos modernos, exigindo uma resposta rápida e eficaz das autoridades de saúde. Isso também sublinha a relevância da educação em saúde para o público, especialmente em áreas onde a doença ainda é endêmica ou onde as condições podem favorecer sua reaparição. [Science Alert]

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