Seu pai reclama que você nunca leva nada a cabo? A culpa é dele

Por , em 4.07.2012

Segundo uma nova pesquisa da Universidade Brigham Young (EUA), a autoridade de um pai pode ser a chave para que seu filho seja persistente.

Mas, cuidado: autoridade não tem nada a ver com autoritarismo.

Os pesquisadores Laura Padilla-Walker e Randal Day seguiram 325 famílias (casais heterossexuais que vivam juntos com filhos) durante vários anos.

Eles descobriram que a persistência adquirida através dos pais levou alguns filhos adolescentes a um maior engajamento na escola e a menores taxas de delinquência.

As crianças mais persistentes – que terminavam o que começavam, que conseguiam desenhar um objetivo e se manter nele – eram filhas de pais que sabiam praticar o que os cientistas chamam de “autoridade parental”, o que não deve ser confundido com autoritarismo.

A autoridade parental exige que os pais saibam dar carinho e amor aos filhos, ou seja, que as crianças se sintam acolhidas; também exige que os pais expliquem o porquê dos limites e deem satisfações sobre as regras (e não apenas dizer não), além de dar um nível adequado de autonomia à criança.

Cerca de 52% dos pais do estudo se encaixavam nessas características, e seus filhos acabaram se saindo melhor na escola, além de terem menos níveis de delinquência.

Esses resultados são parecidos com o de outro estudo, da Universidade de New Hampshire (EUA), feito um tempo atrás: pais autoritários que educam os filhos com a máxima “é do meu jeito ou a porta da rua é serventia da casa” são mais propensos a terem filhos delinquentes, que os desrespeitam e que não os veem como uma autoridade legítima.

Os pais não autoritários, mas com autoridade, também chamados de pais confiáveis, por outro lado, praticam o hábito de escutar os filhos, mas também estabelecem regras e impõe limites, e por isso tendem a criar filhos mais controlados e independentes, além de ganharem seu respeito e confiança.

“Os pais devem continuar a tentar se envolver na vida de seus filhos e se engajar em interações de alta qualidade, mesmo que a quantidade dessas interações seja menor do que a desejável”, disse Padilla-Walker. “Esta pesquisa ajuda a estabelecer que características como a persistência – que podem ser ensinadas – são a chave para o sucesso de uma criança na vida”.

Segundo os cientistas, há relativamente poucos estudos que destacam o papel único dos pais. Mas eles podem ser mais importantes até que as mães na personalidade dos filhos. Uma pesquisa, por exemplo, mostrou que ser amado ou rejeitado pelos pais na infância afeta a personalidade e o desenvolvimento da personalidade até a fase adulta.

Isso significa que as nossas relações na infância, especialmente com os pais e outros responsáveis, moldam as características da nossa personalidade. E a rejeição pode ser mais sentida se vier do pai, figura envolta em prestígio e poder na sociedade.[MedicalXpress]

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