Vídeo ‘inacreditável’ mostra duas abelhas trabalhando juntas para desaparafusar uma garrafa de refrigerante

Por , em 28.05.2021

Embora cientes da importância das abelhas em nossa cadeia alimentar como polinizadoras, as criaturas inteligentes têm uma série de outros talentos, incluindo capacidade matemática, reconhecimento facial e até uso de ferramentas.

Um novo vídeo, publicado originalmente no Twitter, mostra um par de abelhas aparentemente desrosqueando a tampa de uma Fanta Laranja para chegar ao precioso líquido açucarado. É possível que seja apenas algum tipo de manipulação no vídeo, temos que estar atentos de que isso poderia ser computação gráfica ou outro truque; ou, talvez as abelhas tenham realmente trabalhado em conjunto, e apenas derrubaram a tampa da garrafa suavemente encostada.

De qualquer forma, é divertido pensar que as abelhas tem inteligência para roubar o refrigerante.

De acordo com o ViralHog, o licenciador de vídeo que adquiriu a filmagem, o momento foi flagrado em São Paulo por alguém durante o almoço.

“Peguei um refrigerante de um cliente, mas logo as abelhas o roubaram”, escreveu a pessoa na legenda do vídeo.

A habilidade com que essas duas abelhas parecem girar a tampa da garrafa de tem confundido muita gente na internet, com alguns se perguntando como tal inteligência existe no que é obviamente um cérebro muito pequeno.

Como aprendemos nos últimos anos, no entanto, o tamanho da cabeça de um animal não é o único fator. Por um lado, animais minúsculos têm muito menos massa corporal para os neurônios governarem, então naturalmente eles precisam de cérebros menores. Além disso, a complexidade das conexões entre os neurônios poderia ser mais importante para o desempenho cognitivo.

Em 1962, uma década antes de ganhar o Prêmio Nobel de pesquisa sobre comunicação com abelhas, Karl von Frisch disse que as abelhas são muito pequenas para pensar, mas sim possuem um instinto pré-definido. Desde então, a questão do quanto o cérebro de uma abelha pode realizar tem sido repetidamente testada.

Apesar de ter um cérebro do tamanho de uma semente de grama, cerca de 0,0002% do tamanho do nosso cérebro, abelhas têm se mostrado surpreendentemente inteligentes em pesquisas recentes. Esses insetos não apenas podem aprender uns com os outros e usar ferramentas, eles também podem contar a zero e executar equações matemáticas básicas.

A questão é, como uma calculadora do tamanho de uma pequena semente transformaria suas habilidades de resolução de problemas em algo tão complexo como remover uma tampa de uma garrafa de refrigerante?

Claramente, o viés de von Frisch para cérebros grandes ainda nos acompanha. Enquanto o zoólogo admitiu que as abelhas poderiam “realizar feitos intelectuais surpreendentes”, ele alegou que elas o fazem apenas por instinto, falhando “quando de repente se deparavam com tarefas desconhecidas”.

Desrosquear a tampa de uma garrafa dificilmente é um trabalho que as abelhas evoluíram para realizar na natureza, então von Frisch desconfiaria. É possível que as abelhas tiveram sorte desta vez, detectando uma doce recompensa que as levou a vagar aleatoriamente até se depararem contra uma ligeira resistência.

Por outro lado, a natureza ainda pode nos surpreender. No cérebro das abelhas é possível, por exemplo, que um único neurônio possa as vezes entrar em contato com até cem mil outros neurônios.

Em pesquisas recentes, as abelhas foram treinadas para rolar uma bola até um local específico para receber uma recompensa. Para pontuar, os insetos precisavam copiar os movimentos uns dos outros e aprender com seus erros, o que eles fizeram com surpreendente facilidade.

“Esse ‘uso de ferramentas’ ao mesmo tempo foi atribuído apenas aos humanos, mas depois aos primatas, ao lado de mamíferos marinhos e, posteriormente, às aves”, escreveram os pesquisadores em 2017.

“Agora reconhecemos que muitas espécies têm a capacidade de imaginar como um determinado objeto pode ser usado para alcançar um fim.”

Mesmo com seus pequenos circuitos neuronais, as abelhas podem ser capazes de muito mais coisas que pensávamos. Da próxima vez que almoçar ao ar livre fique de olho no seu refrigerante. [Science Alert]

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