3 coisas importantes que o MythBusters ensinou ao mundo

Por , em 21.03.2016

Os MythBusters têm posto à prova mitos loucos desde 2003, mas agora a série acabou, para a tristeza dos fãs no mundo todo. Porém, em vez de se desesperar, o portal Wired fez uma lista de algumas das coisas mais importantes que aprendemos nestas 14 temporadas:

1. Todo mundo pode ser cientista

O único mythbuster que tinha um grau técnico de formação era Grant Imahara, que tinha graduação em Engenharia Elétrica. Os protagonistas Adam Savage e Hyneman Jamie tinham experiência com efeitos especiais para filmes – e é isso que os tornava construtores épicos.

E esta é a parte mais legal – você não precisa de um título para fazer ciência. Na verdade, a ciência é uma parte de nossas vidas, assim como a música e a arte, por exemplo. É um elemento da mistura que nos torna humanos.

A ciência é baseada na construção de modelos (conceituais, matemáticos, computacionais) e a comparação deles com a vida real. E é exatamente isso que os MythBusters fazem em cada episódio. Eles geralmente começam com um modelo – como, por exemplo, um modelo conceitual que diz que você pode jogar Fruit Ninja na vida real (sim, isso pode ser um modelo). Em seguida, eles comparam este modelo com dados reais através da construção de uma instalação elaborada do Fruit Ninja na vida real.

Isto conduz a um de três resultados possíveis: Fracasso (provas recolhidas levam a crer que o modelo não está de acordo com a vida real); Plausível (não havia provas suficientes para afirmar de maneira convincente se o modelo está de acordo com a vida real) e Confirmado (há evidências convincentes de que o modelo está de acordo com a vida real).

O vídeo abaixo mostra a jogabilidade do Fruit Ninja com a velocidade normal do jogo, e depois com a velocidade “correta”, se as frutas realmente correspondessem à vida real.

Claro, pode-se argumentar que alguns dos resultados do programa não foram abrangentes o suficiente para uma confirmação. Entretanto, mais uma vez, eles não são cientistas profissionais, o que acrescenta charme ao show. Caso o MythBusters fosse feito com cientistas diplomados, com certeza continuaria sendo legal, mas poderia enviar a mensagem de que “a ciência é uma coisa que apenas essas pessoas fazem”.

2. Não tem problema falhar

Adam Savage é famoso por essa citação: “Falhar é sempre uma opção”.

Na ciência, você tem que construir um modelo. É claro que não é razoável esperar que os nossos modelos iniciais sempre estejam de acordo com a vida real. Basta olhar a história da ciência e ver todas as vezes em que as coisas deram errado. Na verdade, estar errado é a regra, não a exceção.

O mesmo pode ser verdade no processo de aprendizagem das ciências. É igualmente irracional esperar que um aluno vá entender tudo de imediato. A confusão é o suor de aprendizagem.

Se um aluno não se confunde, há duas opções. Ou a pessoa já entendia o novo material apresentado ou ela não aprendeu nada. Você tem que se confundir para aprender, da mesma forma como os MythBusters têm que aceitar a possibilidade de que eles vão falhar. É parte da vida.

Confira alguns dos maiores desastres já mostrados no programa:

3. Os resultados podem ser surpreendentes

Quem teria pensado que você poderia fazer um balão de chumbo flutuar?

E as balas que as pessoas disparam para cima? Elas são perigosas? Surpreendentemente, ninguém tinha realmente testado isso antes dos MythBusters.

E você sabia que os elefantes podem realmente ter medo de ratos? Sim, eles também testaram essa.

A mesma coisa acontece em toda a ciência. Você nunca sabe o que vai acontecer até tentar. Podemos detectar ondas gravitacionais? Sim, mas o LIGO levou cerca de 20 anos para conseguir esse resultado bem-sucedido. E cair mais rápido do que a velocidade do som? Mais uma vez, sim, isso é possível, mas também não foi fácil descobrir.

Mas não você não precisa fazer uma experiência grandiosa e emocionante para encontrar algo novo. Basta pegar alguns sensores e começar a medir coisas, você nunca sabe o que vai encontrar. Um exemplo é medir a energia que vem em pilhas (sim, algumas são mais baratas, mas elas também armazenam menos energia).

Se nós sempre soubéssemos o que iria acontecer em um experimento, por que o faríamos? [Wired]

4 comentários

  • Leo Carvalho:

    Jamie Hyneman me ensinou que: na dúvida, C4.

  • Cesar Grossmann:

    Sobre falhar, tem a história dos alunos do primário que descobrem que cientistas da Nasa também erram ao ver vídeos de foguetes explodindo.

  • Lizzard Medeiros:

    Lembro-me direitinho desse episódio do elefante, foi absolutamente chocante para todos, inclusive para a especialista.

  • Thiago Alcalde:

    Balão de chumbo? Alguém era fã de Bloons Tower Defense.

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