Novo tipo de explosão estelar é observada

Por , em 19.12.2011

Astrônomos encontraram a primeira evidência direta de que algumas explosões estelares são causadas por estrelas compactas, conhecidas como anãs brancas.

Cientistas que estavam estudando o tipo mais novo de supernova, retornando até o tempo de sua explosão, confirmaram que uma anã branca causou o fenômeno. Isso está gerando impactos na maneira como enxergamos as companheiras estelares.

A descoberta ocorreu em agosto, quando o astrônomo Peter Nugent viu um objeto surpreendente enquanto analisava dados do telescópio do Observatório Palomar, na Califórnia, EUA. Observações em alta resolução foram feitas poucas horas depois pelo telescópio Keck, em Mauna Kea, no Havaí, para identificar os elementos que causaram a explosão.

A reposta rápida deu chance a Nugent e sua equipe acompanhar a evolução da supernova, chamada de SN 2011fe.

A luz da explosão atingiu um brilho máximo equivalente a 2,5 bilhões de sóis, e aos poucos foi diminuindo. A equipe trabalhou para determinar quando exatamente a supernova ocorreu.

Localizada a 21 milhões de anos-luz da Terra, na Galáxia do Cata-Vento, a supernova é a mais próxima do nosso planeta (um ano-luz é a distância que a luz viaja em um ano, cerca de 10 trilhões de quilômetros).

“Nós conseguimos identificar o momento da explosão com boa precisão, com um nível de incerteza de apenas vinte minutos”, comenta Nugent.

Saber quanta energia a supernova liberou é importante para entender como o processo começou. Quantidades de elementos como o níquel auxiliam essa descoberta. Os astrônomos também encontraram grandes quantidades de carbono e oxigênio em alta velocidade, que desapareceram em poucas horas.

Com os resultados, a equipe conseguiu concluir que a causa da supernova foi uma estrela muito compacta, conhecida como anã branca.

Elas são estrelas densas e pequenas, com raio semelhante ao da Terra, mas massa como a do sol. O núcleo de uma anã branca é muito frio para fundir, então sua energia é aos poucos dissipada no espaço.

Astrônomos vêm suspeitando a muito tempo de que esses restos de estrelas mortas eram a fonte de supernovas do tipo Ia, mas a SN 2011fe deu a primeira evidência direta.

Uma primeira examinada na luz da supernova também revelou informações sobre o corpo celeste que orbitava a estrela anã.

Em uma supernova do tipo Ia, material que voa de uma segunda estrela para a anã branca provoca a explosão. A companheira pode ser desde uma estrela gigante vermelha até outra anã branca.

Quando estrelas explodem, uma onda de choque acontece. Colisões com materiais próximos provocam um brilho intenso na região. Ao estudar a luz da SN 2011fe, a equipe de Nugent conseguiu definir tipos específicos de estrelas companheiras.

A estrela vizinha não podia ser uma gigante vermelha, de acordo com Nugent, porque colisões como essa seriam muito óbvias. A luz gerada seria de magnitude muito maior do que a detectada.

Similarmente, uma anã branca como companheira teria causado um impacto diferente. “A única coisa que nos restou foi uma estrela não muito diferente do nosso sol”, comenta Nugent.

Em outro estudo do mesmo assunto, Widong Li, da Universidade da Califórnia, também conseguiu informações sobre a companheira. “Havia muitas imagens interessantes do telescópio Hubble anteriores a descoberta dessa supernova”, afirma.

Li e sua equipe examinaram mais de uma década de dados do telescópio, na busca pela segunda estrela do par. Mas nenhuma foi detectada, levando-os a definir um limite para o tamanho da companheira. Uma gigante vermelha, por exemplo, seria visível nas imagens.

No final, Li concluiu que deveria ser uma estrela subgigante ou até uma anã branca. Combinado com o estudo de Nugente, isso restringe as possibilidades da estrela companheira. “Uma estrela anã com massa menor é o objeto com mais chances”, afirma Nugent. [LiveScience]

14 comentários

  • Annyca Pollyanna:

    Astrôlogos revelam q existem mais de bilhões de planetas, agora fica meio dificio dizer q estamos sozinhos na galaxia.

  • alex:

    “e aos poucos foi diminuindo”, quanto tempo dura um evento desses? minutos, horas, dias?

    • Marte:

      Note que o que diminuiu foi o brilho máximo.

      E claro, a duração está atrelada ao tamanho do evento. Há um registro (entre os séculos I a III da era cristã) de uma explosão como essa que deixou o planeta Terra sem noite por 3 dias. Uau.

    • Capitão Caverna:

      Com qe frequência ocorre um processo desses nas “proximidades” do sistema solar?

    • Jonatas:

      Em algum momento entre 10.000 e 20.000 anos atráz, nossos ancestrais viram no céu uma estrela brilhar por semanas mais do que seis vezes o brilho da lua cheia. Foi a supernova de Vela, que ocorreu a apenas 1.400 anos luz daqui, podemos ver o que restou na nuvem que sobrou da supernova, procure por nebulosa remanescente de supernova de Vela, há um pulsar em seu interior.
      A Nebulosa do Caranguejo é o que resta de uma supernova observada pelos Chineses no ano 1054 e provavelmente também pelos Índios Anasazi. Brilhou tanto que sua luz ficou visível em plena luz do dia. Ocorreu a 6.000 anos luz. Também tem um grande pulsar no interior.
      Na supernova de anã branca, tem duas candidatas perigosamente perto, Sírius B e Prócion B, a 9 e 11 anos luz daqui, que acompanham estrelas que se tornarão gigantes vermelhas.

  • magoado:

    Ainda bem que está bem longe..caso contrário todos aqui na terra ficariam bem iluminados …!!

  • André Luis:

    Realmente muita energia liberada, fascinante!

  • erick:

    caramba em! deu pra ver essa super nova brilhando mais do que o centro da galáxia! bota brilho nisso

  • Karlloz:

    As supernovas são observadas desde 1300 A.C. E até hoje fascina muito o homem, mais essa é difícil de entender supernovas de anãs brancas. Vou esperar as teorias.

  • lucas:

    essa ana brança poderia estar em “acresçao”, ou seja, sugando materia de uma estrela companheira.quando ela atngisse massa de 1,44sol,ela explodiria.possivelmente pode ter sido isso q aconteceu, entao ocorreu a “igniçao de carbono”.ou seja, quando a ana brança aproxima de seu limite,o carbono contido nela entra em ignicao, e uma bolha de cinzas nuclear de 10 bilhoes de graus começa a dirigir-se oara a superficie.
    a bolha de cinza encontra a superficie em 1,4 segundos depois da igniçao.apos atingir a superficie,a bolha envolve a estrela em menos de 2 segundos.quando isso acontece a materia nao fundida na superficie que a bolha remexeu se enconta e explode, destruindo a estrela.

  • LacrymosaEv:

    Incrível ! .

  • Jonatas:

    Um novo tipo de supernova com anã-branca, sem envolver uma companheira gigante vermelha.
    Um par de anãs pode provocar a supernova? uma anã branca e uma ou mais anãs vermelhas ou amarelas, talves. O complicado é que estrelas anãs brancas são muito compactas e não “soltam” tão fácil suas camadas externas para a acresção da anã branca sugadora, porisso o modelo sempre aponta para estrelas gigantes, expandidas, de baixíssima densidade em suas camadas exteriores. Logo, é mais provável que para explodir a anã branca sugou massa de uma companheira do tipo anã-vermelha, estrelas com 1/3 do tamanho do Sol, muito velhas e duradouras, na sequência principal. Não são nem de longe tão compactas e massivas quanto as anãs brancas, logo a sugadora de alta gravidade sugou sua massa antes de explodir. Além disso, um astro modesto como uma anã vermelha pode ser destruída no evento da supernova, assim não mais será detectada.

    • Avohai:

      Quem negativa esse jovem no mínimo não gosta dele, porque não há como questionar seu conhecimento. Fala no nível de um astrônomo.

  • Tundra:

    Nossa, é muita energia liberada hein! 2,5 bilhões de sóis .

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