5 Diferenças na vida de quem não é considerado atraente

Por , em 29.09.2018

Não é muito difícil perceber que a sociedade interage de maneira diferente com pessoas que são consideradas atraentes – normalmente com feições simétricas e dentro dos padrões de Hollywood. Porém, a revista “Cracked” listou cinco maneiras surpreendentes em que não ser considerado atraente pode mudar a vida de alguém.

5. Pessoas consideradas atraentes tendem a ser mais conservadoras

Segundo um estudo publicado no começo desse ano no periódico “Journal of Public Economics”, pessoas atraentes tendem a ter visões políticas mais conservadoras. A causa, de acordo com os pesquisadores, é algo conhecido como “efeito halo”: uma forma de tendência cognitiva pela qual traços positivos específicos influenciam a visão de uma pessoa sobre outras pessoas.

8 coisas surpreendentes que sua aparência diz sobre você

No artigo, os autores, Rolfe Daus Peterson, da Universidade Susquehanna, e Carl Palmer, da Universidade Estadual de Illinois, compararam várias pesquisas feitas anteriormente. “Controlando o status socioeconômico, descobrimos que indivíduos mais atraentes são mais propensos a relatar níveis mais altos de eficácia política, identificar-se como conservadores e identificar-se como Republicanos”, escreveram.

Historicamente, vários estudos mostraram que a aparência física de uma pessoa influencia significativamente na sua vida e, segundo os autores, essas experiências moldam nossa visão política. “Quando somos tratados de maneira diferente, começamos a perceber o mundo de maneira diferente”, disse Peterson em entrevista ao jornal “The Guardian”. “Pesquisas mostram que pessoas bonitas tendem a se dar bem na vida porque as pessoas interagem com elas diferentemente”.

De acordo com o estudo, isso fazer com que elas tenham um “ponto cego” quando se trata de entender as dificuldades enfrentadas por outros – tornando-os mais propensos a abraçar o individualismo e rejeitar os tipos de assistência social mais comumente promovida pela política de esquerda.

Isso, obviamente, não é uma regra, mas ser considerado atraente dá “um empurrãozinho na direção do conservadorismo”. “Todas as pessoas atraentes não são conservadoras e nem todas as pessoas são atraentes liberais”, destacou Peterson.

4. É mais provável que pessoas feias sejam criminosas

Lembra do “detento gato”? Em 2014, o americano Jeremy Meeks virou meme no mundo todo depois que a foto tirada no momento de sua prisão viralizou. Quando saiu da cadeia, em 2016, entrou de cabeça na carreira de modelo e logo no ano seguinte já ganhava as passarelas da Semana de Moda de Nova York.

No entanto, a surpresa de todo mundo mostrou uma coisa: nós esperamos que criminosos sejam feios. E uma pesquisa diz que isso é verdade.

Dois economistas analisaram dados de 15 mil estudantes, desde a adolescência até o início da vida adulta, e descobriram que era consistentemente mais provável que aqueles que eram considerados menos atraentes acabassem cometendo crimes do que aqueles considerados com uma aparência “comum” ou “na média”.

“Descobrimos que pessoas pouco atraentes cometem mais crimes do que pessoas comuns e indivíduos muito atraentes cometem menos crimes do que aqueles que têm uma aparência mediana”, afirmaram os pesquisadores Naci Mocan, da Universidade do Colorado, e Erdal Tekin, da Universidade Estadual da Geórgia, ao portal SFGate.

Aparência facial pode influenciar na hora de conseguir um emprego

Como outros estudos mostraram que homens e mulheres que não são considerados atraentes têm menos chances de serem contratados para um emprego e, se contratados, têm salários menores, os autores sugerem que essas circunstâncias podem levar ao crime.

3. As pessoas assumem coisas estranhas sobre a inteligência de indivíduos feios

Estereótipos dificilmente são boas medidas para tirar quaisquer conclusões sobre qualquer coisa. Mas, parece que as imagens do cientista como alguém com a aparência meio maluca e da extremamente bonita, mas burra estão enterrados fundo no nosso imaginário.

Em um estudo de 2017, pesquisadores britânicos reuniram 616 fotos de cientistas e pediram que dois grupos as avaliassem. O primeiro grupo deveria classificar o quão atraentes eram as pessoas retratadas e dizer se eles pareciam ser inteligentes, competentes, etc. Já o segundo grupo, deveria dizer se eles achavam que a pessoa retratada era um bom cientista.

Os resultados podem ser decepcionantes para cientistas bonitos. A pesquisa mostrou que o fator mais forte para ser visto como um bom cientista era aparentar competência, mas o segundo aspecto mais importante era não ser considerado atraente.

2. Pessoas muito, muito feias tendem a ganhar mais dinheiro

Ainda que pessoas bonitas sejam, em média, melhor sucedidas, aqueles que são extremamente não atraentes ganham mais dinheiro do que quem é só um pouco feio. Em alguns casos, os muito, muito feios ganham mais até do que quem tem uma aparência comum ou quem é muito bonito.

Quem mostrou isso foram Satoshi Kanazawa, da Faculdade de Economia e Ciência Política de Londres, e Mary Still, da Universidade de Massachusetts em Boston. Eles analisaram dados de um estudo de 20 mil jovens americanos, que foram entrevistados e classificados pelo quão atraentes eram aos 16 anos e mais três vezes até os 29 anos.

Segundo o “Business Insider”, as descobertas mostraram que a teoria de que há uma “penalidade pela feiura” nos salários não é tão simples. No estudo, os participantes que foram rotulados como “muito pouco atraentes” sempre ganhavam mais do que aqueles que eram apenas “pouco atraentes”. Às vezes, isso também acontecia quando pessoas muito feias eram comparadas àquelas que eram de aparência mediana e consideradas atraentes.

Além disso, quando outras características foram levadas em conta, como saúde e inteligência, os resultados mostraram que as pessoas mais ciosas, extrovertidas e menos neuróticas ganhavam significativamente mais do que outras.

Uma explicação possível para o porquê disso é que, ao considerar outros fatores, como a abertura a novas experiências, as pessoas muito feias têm uma vantagem. Pessoas atraentes são geralmente mais extrovertidas e abertas a coisas novas, o que significa que elas tendem a experimentar muitas coisas diferentes ao longo da vida. Aqueles classificados como muito pouco atraentes, no entanto, também são menos abertos, o que pode significar que eles estão dedicando todo o seu tempo a um único objetivo e excluindo todo o resto. Ou seja, as pessoas menos atraentes acabam sendo mais focadas e, por isso, ganham mais.

1. Animais feios recebem menos atenção

As injustiças no tratamento de indivíduos só por causa de sua aparência não para na espécie humana. Ou melhor, a espécie humana discrimina até outras espécies pela sua aparência.

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Um estudo de 2012, publicado no periódico “Biodiversity”, mostrou que tamanho, aparência e valor de mercado são fatores importantes para que espécies que correm riscos mobilizem as pessoas. Isso significa que criaturas ameaçadas que são pequenas, simplórias e definitivamente nem um pouco fofinhas, como o mexilhão Epioblasma triquetra, dificilmente receberão muita atenção.

Isso pode ser especialmente trágico para muitas espécies. A população do Epioblasma triquetra no Canadá, por exemplo, caiu para apenas algumas centenas, que vivem exclusivamente em um rio de Ontário.

No artigo, intitulado “A nova Arca de Noé: apenas espécies bonitas e úteis”, o pesquisador Ernest Small enfatiza que os ecossistemas se beneficiam de esforços de preservação amplos e diversos. “Infelizmente, muitos grupos de animais em extrema necessidade de conservação, como rãs e cobras, são decididamente prejudicadas por sua aparência e comportamento”, escreve o autor.

Os insetos, por exemplo, estão entre os mais ameaçados de toda a fauna. Porém, exceto por borboletas (que são bonitas) e abelhas (que são úteis), “a maioria é geralmente percebida de forma muito negativa”.

Outro estudo, feito por pesquisadores da Austrália, mostrou, ainda, que animais australianos feios também são menos estudados. [Cracked]

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