Baleia cachalote com 100 quilos de entulho na barriga é “lembrete sombrio” do lixo oceânico

Por , em 3.12.2019

Uma baleia cachalote com nada menos do que 100 quilos de rede, corda, plástico e outros pedaços de lixo no estômago apareceu morta e encalhada numa praia escocesa no último dia 30 de novembro.

O animal foi encontrado nas águas de Luskentyre, em uma das ilhas das Hébridas Exteriores, no oeste da Escócia, um local remoto.

De acordo com o Scottish Marine Animal Stranding Scheme, um grupo de pesquisa de animais marinhos, a baleia era um macho de 10 anos, tinha cerca de 14 metros e pesava mais de 20 toneladas.

O diretor do grupo, Andrew Brownlow, afirmou ao New York Times que, enquanto não está claro se todo esse entulho contribuiu para a morte do mamífero, provavelmente impactou seu sistema digestivo.

Tristemente comum

Enquanto é comum que animais encalhados com lixo no estômago sejam encontrados, de tartarugas a golfinhos a baleias, estas últimas acabam chamando mais atenção por conta da quantidade enorme de resíduos que podem conter.

Em março, uma baleia com 40 quilos de lixo foi descoberta nas Filipinas. Em abril, outra com 20 quilos de plástico no seu interior apareceu na Itália.

“Este é um caso incomum, mas infelizmente não sem precedentes – cachalotes e outras baleias de bico são encontradas presas nas costas da Europa há anos com lixo marinho em seus estômagos. O que é peculiar neste caso é o grande volume”, disse Brownlow.

Vamos salvar as baleias

Este incidente vale como um lembrete sombrio e poderoso do problema do lixo oceânico e como pode impactar a vida marinha.

Segundo Regina Asmutis-Silvia, diretora executiva da Conservação de Baleias e Golfinhos da América do Norte em Massachusetts (EUA), a maioria das baleias mortas não acaba encalhada em praias.

“Alguns estudos sugerem que os encalhes representam apenas 2% do número de baleias que realmente morreram”, esclarece.

E acrescenta: “Embora chame a atenção para os detritos marinhos, um problema que todos nós certamente podemos ajudar a resolver, [o caso] também deve chamar a atenção para a perda de baleias, uma espécie essencial em nossa própria sobrevivência”. [NYTimes]

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