Nosso elo perdido com os símios pode ser esclarecido por este crânio de bebê pré-histórico

Por , em 16.08.2017

Os seres humanos como nós os conhecemos – os Homo sapiens – não estiveram por aí durante mais de 300 mil anos, ou talvez menos, dependendo da versão da história sobre a nossa origem que você prefira. Na trajetória da Terra, nossos passos são apenas uma explosão.

Pesquisas revelaram que o antepassado comum que compartilhamos com os chimpanzés (nossos primos primatas mais próximos) viveu na África há seis ou sete milhões de anos. Mas sabemos muito menos sobre os antepassados ​ em comum com os primatas mais modernos – que viveram há mais de 10 milhões de anos.

Um crânio recém-anunciado de 13 milhões de anos pode ajudar a esclarecer questões como de onde esses ancestrais vieram e o com que se pareciam.

Crânio infantil

O crânio pertence a um espécime infantil do que os pesquisadores dizem ser uma espécie extinta e recentemente identificada como um primata mais antigo, chamado Nyanzapithecus alesi.

O fóssil foi encontrado no Quênia em 2014. John Ekusi, que o descobriu, apelidou-o de Alesi, que remete ao termo “antepassado” na língua local de Turkana.

O crânio de Alesi é o fóssil de crânio de macaco mais completo de uma espécie extinta já encontrada, de acordo com o que os pesquisadores escreveram em um artigo. A nova descoberta foi anunciada e publicada na revista Nature.

Eles também disseram que vários aspectos da nova espécie o ligam a macacos vivos.

“Nyanzapithecus alesi fazia parte de um grupo de primatas que existiram na África por mais de 10 milhões de anos”, afirmou o autor do estudo, Isaiah Nengo, em um comunicado à imprensa.

“A descoberta de Alesi mostra que este grupo esteve próximo à origem dos macacos vivos e seres humanos, e que essa origem era africana”.

Descoberta inédita

Os dentes de Alesi mostraram aos pesquisadores que se trata de uma espécie nova. O crânio também está tão bem preservado que cientistas conseguiram estimar a morte da criatura aos 16 anos de idade.

Uma vez que se sabe tão pouco sobre os antepassados ​​comuns entre macacos vivos e humanos, Alesi pode ajudar a revelar sua aparência. E enquanto há um debate sobre se nossos antepassados ​​primatas vieram da Eurásia ou da África, essa descoberta particular inclina para uma origem africana.

Não podemos afirmar, definitivamente, que macacos e seres humanos modernos evoluíram diretamente dessas espécies recém-descobertas – muitos mais espécimes de eras diferentes seriam necessárias para definir uma imagem clara.

Mas os traços que esse espécime compartilha com macacos modernos tornam provável que seja pelo menos um parente do antepassado comum do qual todos os macacos existentes (inclusive humanos) vieram.

Características

Por fora, seu crânio tem um pequeno focinho do tamanho de um limão, fazendo com que se pareça com um filhote de gibão. Os gibões modernos são macacos menores e se parecem um pouco com macacos, mas não têm rabos.

No entanto, eles balançam pelas árvores e se lançam de um galho para outro.

Os raios-X do crânio de Alesi, por outro lado, revelaram que as espécies antigas tinham um órgão de equilíbrio com pequenos canais semicirculares na orelha interna – o que é comparável ao dos chimpanzés e gorilas modernos. Isso significa que Alesi provavelmente se moveu mais devagar e cautelosamente.

Além disso, com base em um fóssil de braço de 15 milhões de anos de uma espécie relacionada, os pesquisadores acham que Alesi provavelmente não tinha membros longos que permitiriam que ele se movesse através de árvores como os gibões.

Novas pistas

Embora nossa linhagem ancestral ainda esteja longe de ser esclarecida, obter pistas que nos ajudem a entender o que os antepassados ​​dos macacos desse período parece ser um grande avanço.

“Talvez porque um habitat de floresta tropical seja um ambiente pobre para a fossilização, os fósseis de macacos são tão raros que quem procura por eles, como nós, está feliz por encontrar até mesmo um dente isolado”, escreveu a antropóloga Brenda Benefit em um artigo publicado ao lado do novo estudo, na revista Nature.

“Nengo et al. descreve um achado fóssil extremamente raro que eu nunca pensei que seria encontrado durante minha vida”, escreveu Benefit.

“Esta descoberta ajudará a preencher lacunas de informações sobre as adaptações que influenciaram as histórias evolutivas dos macacos e humanas e lançam luz sobre mistérios de longa data sobre pelo menos uma espécie de primata enigmático”.

Este artigo foi originalmente publicado pelo Business Insider. [ScienceAlert]

3 comentários

  • Carlos Lásaro Carnei:

    Que viagem!!!impressionante a criatividade destes celerados. Rsssssssss

    • Cesar Grossmann:

      Que celerados? Qual é a viagem?

    • Guilherme Junqueira de Almeida:

      Fundamentalista neopentecostal detectado com sucesso…

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