Cresce o Ceticismo sobre Vacinas em Cães nos EUA: Um Olhar Profundo

Por , em 11.11.2023

Um fenômeno preocupante está emergindo entre os proprietários de cães americanos: um crescente ceticismo em relação à vacinação de seus animais de estimação, incluindo a vacina contra a raiva. Este fato alarmante foi evidenciado em dados de uma pesquisa recente, que revelou que muitos questionam a segurança e a necessidade dessas vacinas. A raiva, uma doença frequentemente fatal se não tratada a tempo, é controlada tanto em animais de estimação quanto em humanos nos Estados Unidos e em outros países, principalmente devido à vacinação regular de cães.

Esta pesquisa foi divulgada na revista “Vaccine” há pouco tempo. Mais de 2.000 proprietários de cães americanos, representando um espectro diversificado da população nacional, participaram de uma pesquisa online realizada pela empresa de pesquisas YouGov para este estudo.

A pesquisa indagou esses indivíduos sobre suas percepções acerca das vacinas para cães, incluindo a vacina contra a raiva. Os resultados mostraram que aproximadamente 53% dos participantes demonstraram hesitação quanto à vacinação canina por vários motivos. Em particular, 37% duvidavam da segurança dessas vacinas, 30% as consideravam desnecessárias e 22% as achavam ineficazes. Notavelmente, aqueles que mantinham tais crenças eram mais propensos a não vacinar seus cães contra a raiva, mesmo sendo uma exigência legal em muitos estados dos EUA.

A raiva permanece como uma das doenças mais temidas que podem ser atenuadas por meio da vacinação. Esse vírus afeta uma variedade de mamíferos, levando a infecções cerebrais graves. Sintomas como desorientação, comportamento agressivo, perda de controle sobre as funções corporais e um medo intenso de água caracterizam essa infecção. Esses sintomas podem levar semanas para se manifestar tanto em cães quanto em humanos, mas uma vez que aparecem, a doença é quase sempre letal. O tratamento pós-exposição oportuno, que depende da vacina contra a raiva, pode prevenir a doença.

Graças à vacinação regular de animais de estimação e gado, os casos de raiva em humanos e cães diminuíram significativamente em muitos países. Por exemplo, em 2021, os EUA relataram apenas cinco mortes humanas por raiva, o número mais alto em cerca de dez anos.

No entanto, a raiva continua sendo uma preocupação significativa de saúde em áreas com taxas baixas de vacinação. Apesar de não ser uma ameaça iminente nos EUA, esta pesquisa reflete uma desconfiança crescente em vacinas, alimentada por proponentes anti-vacinação que disseminam informações falsas.

Matt Motta, professor assistente na Boston University e autor do estudo, enfatizou a necessidade de reconstruir a confiança na segurança e eficácia das vacinas. Ele destacou isso em uma declaração emitida pela universidade.

O sentimento anti-vacina, intensificado durante a pandemia de covid-19, também afetou as vacinações de animais de estimação. Por exemplo, em 2018, a British Veterinary Association teve que esclarecer que as vacinas não causam autismo em cães, após relatos de proprietários de animais nos EUA recusando vacinações por esse motivo. O estudo atual também encontrou uma crença semelhante entre 37% dos proprietários de cães, que pensam que as vacinas caninas podem levar ao autismo em seus pets. [Gizmodo]

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